quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Paula Cohen

Paula Cohen é uma das atrizes mais profícuas desta geração. Entre outros curtas, Paula participou de ‘Parabéns’, de Gero Camilo e ‘Ímpares’, de Luiz Augusto Ramalho.

Fale um pouco seu trabalho na Fuleragem.
Somos um grupo que vem trabalhando há muito tempo junto, e a maioria se conheceu na EAD,a gente se conheceu a 11 anos atrás e a gente tem um amor, uma coisa muito forte e uma identificação com o olhar do outro e com a arte.

Experimentar a linguagem cinematográfica é genial e o digital ajudou muito porque você pega uma câmera e você faz. Agora a gente fez três filmes e mais um que é a pílula que foi um bônus track. O primeiro filme foi uma confusão cotidiana que é baseado num conto do Kafka que é uma adaptação de Marat Descartes direção dele, enfim a gente reveza em várias funções e isso é uma delícia por que a gente, uma hora faz, dirige um filme, uma hora você produz, então a gente está experimentando outros lugares, que não só os lugares que agente está acostumado, mas que na verdade são lugares que a gente está acostumado. Esse é o primeiro filme, o segundo filme chama “Parabéns” que é um roteiro que eu escrevi e o Gero dirige com o Gustavo Machado, eu faço uma atriz, o Gu Ramalho que é meu marido, é o fotógrafo dos filmes. O terceiro é “145” que é rodado aqui na praça Roosevelt, que é um texto do Gero, e eu e o Marat fazemos como atores, é uma história em que um casal se conhece através do disk amizade 145 e que casa. E ai tem essa pílula que é um filme que chama “O Gato Borralheiro” que é o Milton Bicudo e que é um filme de direção do Gu Ramalho.

O curta tem pouca visibilidade, não tem muitas salas de cinema que exibem a não ser em grandes festivais. Para uma atriz não chateia ter um trabalho bacana, um curta-metragem, mas que pode ser pouco visto?
É, eu acho que chateia para todo mundo que faz cinema, porque você quer que seu filme rode, né? E você chega a vários lugares e conseguir comungar com várias pessoas e enfim, isso eu acho que é uma coisa que tem que se resolver, mas eu acho que, por exemplo, essa coisa do youtube vem cada vez abrindo mais portas, por exemplo, essa sessão mais que tem no Unibanco, o Unibanco às 6, se todos começassem a ter um espaço sabe, se começassem a abrir um espaço, porque tem curtas incríveis, que não só porque é mais tempo ou menos tempo, são mais incríveis ou menos incríveis, mas é porque tem uma história... E viva ao canal Brasil!

Para uma atriz então a satisfação que ela encontra num curta metragem pode ser a liberdade de experimentar trabalhar com novos diretores jovens cineastas?
É, eu acho que como tudo quando você está querendo fazer uma coisa contemporânea e você encontra pessoas que tão vivendo, estão produzindo e estão se inspirando, estão criando. O curta é isso, é um lugar maravilhoso é uma possibilidade de mil descobertas, como é fazer uma peça, um longa, como é enfim, o curta é fazer arte, e você conta a história como deve ser contada, e o curta é de verdade, agente tem se divertido muito fazendo e, voltando a falar, essa coisa de digital é uma possibilidade incrível, porque antigamente era tudo muito caro, muito pesado, como que você conseguia e agora agente consegue, pega uma câmera, tem uma idéia e se inspira e experimenta e se joga, se diverte.