As "HQs dos Trapalhões" no Programa Metrópolis (TV Cultura), confiram: https://www.youtube.com/watch?v=WZ2mlpA_-S4
segunda-feira, 27 de março de 2017
sexta-feira, 24 de março de 2017
As HQs dos Trapalhões
E começou a venda antecipada do livro 'As HQs dos Trapalhões', de Rafael Spaca. São 182 páginas, sendo 33 coloridas. Papel Avena 70g. Capa 4x4 com orelhas de 8cm. FRETE GRÁTIS para todo o Brasil. E tem uma história INÉDITA!
Com prefácio de Dedé Santana e textos de Marcus Ramone, Rafael Spaca, Jal José Alberto Lovetro e Denison Lemos. Além do depoimento de 27 profissionais que trabalharam na produção das revistas dos Trapalhões.
* Sobre o sorteio das almofadas. 1 delas, com o tema do livro, será sorteada SOMENTE para quem comprar antecipadamente o livro 'As HQs dos Trapalhões' até dia 10/04/2017 (o sorteio desta, será feito no dia 15/04). A outra almofada será sorteada junto com pedidos de outros compradores e outros títulos e segue as regras dos novos sorteios mensais de nossa loja.
quarta-feira, 15 de março de 2017
O Cinema dos Trapalhões
Entrevista com o pessoal do Formiga Elétrica sobre a minha pesquisa a respeito dos Trapalhões: http://formigaeletrica.com.br/programas/cinema-trapalhoes-formiga-na-tela/
quarta-feira, 1 de março de 2017
Os Trapalhões: a série
No
ar o segundo episódio da série "O Cinema dos Trapalhões" (TV Cidade).
Nosso convidado é Wilson
Iguti, o responsável pela criação dos clássicos
bonequinhos dos Trapalhões. Nesta entrevista ele relembra seu trabalho com o
grupo. Assistam: https://www.youtube.com/watch?v=IXMJRWO0YPw
Os Trapalhões: André Segatti
ANDRÉ
SEGATTI
Ator
Renato
Aragão, em toda a sua trajetória na televisão e no cinema, trabalhou com galãs
(Mário Cardoso, Francisco di Franco etc.). Seu personagem, o Didi, era sempre
um aliado desses galãs e, ao mesmo tempo, um contraponto, disputando com ele o
amor da mocinha. Quando você foi chamado para trabalhar em A Turma do Didi, era
essa ideia da sua função no programa?
O
meu primeiro contato com o Renato Aragão se deu quando ele mandou me convidar
para fazer uma participação em um esquete com ele, Assalto à Própria Casa. Depois desse, fiz
mais alguns, que, graças a Deus, deram muito certo; e rolou a famosa química
entre nós e nosso trabalho. Tudo foi acontecendo muito naturalmente.
Posteriormente a isso, ele criou A Turma
do Didi e convidou-me para estar ao seu lado. Foi
tudo muito perfeito e maravilhoso. Permaneci por quase quatro anos sendo seu
braço direito, em A Turma do Didi.
Para
os fãs mais nostálgicos, A
Turma do Didi era uma heresia. Não imaginavam Renato
Aragão contracenar sem os seus principais parceiros. Qual era a crítica mais
comum que ouvia naquela época?
Jamais
ouvi qualquer tipo de crítica nesse sentido ou sofri qualquer tipo de
comparação. Isso nunca aconteceu. Creio que todos entenderam que estávamos em um
outro momento de trabalho; e, principalmente, que o Renato Aragão, após as
tristes perdas de seus amigos e companheiros de trabalho, estava, sim,
reinventando-se e trabalhando para se sentir vivo como sempre!
Você
chegou a ser comparado com o Dedé Santana?
Nunca
houve nenhum tipo de comparação com o Dedé Santana, embora as nossas funções
dentro do programa fossem de certa forma parecidas – o galã e melhor amigo
sempre dando suporte ao Didi e tirando-o das confusões.
Logo
depois, você foi convidado para protagonizar, ao lado de Renato Aragão, o filme
O Trapalhão e a Luz Azul. Como
surgiu essa oportunidade?
Isso
foi incrível. Foi um momento único e muito mágico em minha carreira, pois
sempre admirei o Renato Aragão desde de muito pequeno. Comecei minha carreira
aos sete anos de idade e sempre sonhei em um dia estar ao lado dele e
principalmente fazendo seus filmes. E, graças a Deus, isso aconteceu. A
oportunidade veio através de um convite do próprio Renato, que lutou e brigou
por mim para eu estar ao seu lado!!!
Você
acompanhava os filmes dos Trapalhões,
quando criança?
Sempre
acompanhei o programa dos Trapalhões e
também assisti a todos os seus filmes, pois, como disse, comecei muito novo minha
carreira e com o desejo de um dia estar ao lado do Renato Aragão.
Como
foi pra você contracenar com ele no cinema?
O
Renato Aragão para mim sempre foi um ídolo, e estar ao seu lado por quatro anos
foi, na verdade, um Doutorado. Ter tido a oportunidade de ser protagonista ao
seu lado foi espetacular. Renato é por demais generoso e tem um coração de gigante,
sempre proporcionando o melhor do melhor a todos à sua volta. E trabalhar com
ele tanto no cinema quanto na televisão foi demais, foram anos extraordinários de
muito crescimento e vivências maravilhosas.
Renato
Aragão sempre disse que a sua maior paixão é o cinema. Você trabalhou com ele
tanto na televisão quanto no cinema. Era perceptível que no set ele se “transformava”, era
mais feliz fazendo cinema?
Na
verdade, sempre vi o Renato Aragão com uma energia ímpar e muito positiva, tanto
no teatro, na televisão ou cinema, pois tive o privilégio de trabalhar com ele
nos três veículos. Sempre o vi com muita alegria e satisfação nos três lugares.
Dedé
Santana e Renato Aragão se reencontraram nesse filme, depois de muitos anos sem
trabalharem juntos no cinema. Que você presenciou nesse reencontro?
Verdade.
Esse foi um momento muito especial, em que houve um reencontro não só
profissional, mas também entre amigos. Foi lindo demais ver os dois novamente juntos,
e eu ali no meio dessas feras. Foram momentos geniais de muita diversão e
emoção que vivemos nessa época.
Dedé
Santana chegou a dirigir alguns filmes dos Trapalhões. Qual a
percepção a respeito dele?
Dedé
Santana é um ser humano incrível, muito talentoso e extremamente simples. Ficamos
amigos logo de cara, assim que o conheci no filme O Trapalhão e a Luz Azul.
Outro
nome importante na trajetória dos Trapalhões,
embora sua presença fosse quase nula no cinema, é Roberto Guilherme. Renato o
tem como um grande amigo. Como era o Roberto nas filmagens?
Roberto
Guilherme é uma figura, um cara muito alto astral, muito brincalhão, cheio de
talentos. Sempre foi uma grande honra estar ao seu lado e de todos os demais.
Eu convidei o Roberto para estar ao meu lado na comédia Toda Donzela Tem um Pai Que É uma Fera,
que produzi e dirigi. Foram meses sensacionais de muita diversão.
Que
representa para a sua carreira ter trabalhado com Renato Aragão, Dedé Santana e
Roberto Guilherme?
Significa,
de verdade, que me sinto completamente abençoado por Deus, pois tive a honra e
o privilégio de viver, como poucos, essa experiência única ao lado dos que
sempre admirei e acompanhei desde criança. Renato Aragão, Dedé Santana e
Roberto Guilherme são pessoas muito especiais, donos de um talento e um carisma
ímpar. Fui, sou e sempre serei eternamente grato a Deus por essa linda
oportunidade em minha vida! Amo demais os três, eles estarão sempre em meus
pensamentos e em meu coração. Têm meu respeito e total admiração!
Esse
filme é a estreia de Lívian Aragão. Renato já estava pavimentando o caminho dela
para a área artística? Você tem acompanhado a evolução dela como atriz?
A
Livinha atriz havia acabado de nascer na época do filme. Foi tudo muito
perfeito; e sua participação só veio a acrescentar em nossas filmagens, pois o
Renato vivia sorrindo pelos cantos com sua bebezinha linda. Com certeza, foi
ali que tudo começou para ela, fico muito feliz em vê-la hoje com sua linda
carreira em movimento, crescendo e brilhando a cada segundo. Desejo sempre o
melhor do melhor de Deus a todos daquela maravilhosa família, pois eles sempre
foram maravilhosos comigo.
O Trapalhão e a Luz Azul foi
bem nas bilheterias. Por que você não trabalhou mais com Renato Aragão no
cinema?
Acredito
que tudo na vida tenha um propósito e um momento certo. Creio que os meus
maravilhosos momentos ao seu lado foram tão geniais que supriram todas as
necessidades. Tive uma história linda ao seu lado, com começo, meio e fim; e;
assim sendo, sinto-me muito feliz por tudo que vivi, realizei e aprendi ao seu
lado.
Pode
me contar uma história inédita, que tenha presenciado como testemunha ocular,
envolvendo bastidores de filmagem desse filme?
Renato
Aragão é uma pessoa extremamente justa, que odeia indiferenças e maus tratos.
Sempre tratou todos com muito respeito, igualdade e dignidade. O que sempre vi
nos bastidores foram atitudes de carinho, companheirismo, ensinamentos e muita
diversão; e, acima de tudo, muita seriedade com todo o trabalho que estava
sendo realizado!
Os Trapalhões: Ana Rosa Corrêa
ANA
ROSA CORRÊA
Atriz
Você
é filha de artistas circenses e conheceu no circo seu primeiro marido, o Dedé
Santana. Como foi esse encontro? Em que circunstâncias se conheceram?
Em
agosto de 1958, eu tinha dezesseis anos e estávamos, minha mãe e eu em Curitiba.
Ela trabalhava num cartório, eu fazia o ginásio; e, à noite, trabalhávamos num
circo. Minha mãe precisou fazer um tratamento médico, e viemos para São Paulo.
Soubemos, por intermédio de uma prima, que o Dedé Santana estava montando um
circo para excursionar com o gênero Revista e estava procurando uma bailarina.
Fomos contratadas e seguimos com o Circo de
Revista Real. Eu e Dedé namoramos durante três meses
e nos casamos dia 8 de dezembro.
Vocês
foram casados por quatro anos e tiveram dois filhos. Quais as suas principais recordações
desse período?
Algumas
boas, outras tristes. Meu casamento em Campinas (SP), com uma festança no
circo; o nascimento, em 1959, de meu primeiro filho, o Maurício; nossa excursão
por São Paulo, Minas, passando por Ubá, terra do Ary Barroso e onde Maurício nasceu,
depois Goiás, seguindo até Brasília; estar em Brasília no dia da inauguração; trabalhar
por um tempo na TV Alvorada e fazer amigos por lá; o nascimento de Maria Leone,
em 1962. Essas todas foram boas recordações. Das tristes, a principal foi a
morte de meu filho, acometido de uma leucemia aos doze meses de vida.
Dedé
era engraçado na vida particular ou tinha outro comportamento?
Dedé sempre foi muito
bem-humorado e gostava de fazer graça.
Com
Dedé, você excursionou, trabalhando como bailarina com o Circo de Revista Real.
Como era esse trabalho? Vocês produziam e apresentavam-se?
Dedé
já havia trabalhado em teatro no gênero Revista. Ele era sobrinho do cômico Colé
e trouxe do teatro essa experiência. Eram esquetes, números de plateia – como
eram chamados os monólogos das vedetes e dos atores intercalados por números
musicais. A novidade era que também apresentávamos números circenses. Dedé era
o cômico da companhia, eu era bailarina e fazia os esquetes com ele. Meu
cunhado, Dino Santana, era o “escada”.
Minha sogra, Ondina Sant’Anna, fazia deslocação. E minha mãe ficava na porta,
cuidando dos ingressos. Havia outros artistas contatados.
Em
1960, vocês dois inauguraram a TV Alvorada, em Brasília. Na ocasião,
apresentaram juntos, ao vivo, diversos números circenses e teleteatros. Como e
por que receberam esse convite para inaugurar o canal?
A TV
Alvorada estava sendo inaugurada, e não havia uma grade de programação. As
coisas tinham que acontecer meio na base do improviso, além de existirem poucos
artistas em Brasilia em 1960. Como tínhamos vasta experiência do circo-teatro
tradicional, onde apresentávamos peças teatrais, o diretor artístico do canal
(se não me engano, o primeiro nome dele era Wanderley) nos convidou para
apresentar um teleteatro a cada semana. Além dos textos, já tínhamos os elencos
formados com a própria família, minha mãe, que também era atriz, e os outros
artistas do circo. Pena que ainda não existia o videoteipe e nada disso ficou
registrado.
Nesse
período em que foram casados, Dedé manifestou interesse em trabalhar na televisão
e no cinema? Ele compartilhava seus sonhos com você?
Compartilhava,
claro. Quando nos casamos, Dedé tinha 22 anos e sempre foi apaixonado pela sua
profissão. Se não me engano, ele já havia feito algumas participações em filmes
com o Colé. Trabalhar em cinema e na televisão (depois que ela se tornou o
maior veículo de comunicação) sempre foi o sonho de qualquer artista.
Gostaria
de saber se em algum momento Dedé manifestou desapontamento por ser um “escada” e ser
posicionado como um “coadjuvante”
em participações e trabalhos na televisão e cinema?
Enquanto
estivemos casados, Dedé sempre foi o primeiro cômico nos espetáculos em que participou.
Tanto em nosso circo, como depois da morte do Maurício, nas companhias de
Fernando Dávila, do Jardel Bôscoli e J. Maia, que eram produtores de Teatro de
Revista. Depois, quando fez dupla com Renato Aragão, eu e ele já estávamos
separados; e a separação foi uma fase dolorida. Deixou algumas mágoas e marcas.
A morte do Maurício ainda era recente e tínhamos uma segunda filha ainda bebê.
O processo de desquite nos deixou um pouco estremecidos. Nas poucas vezes em
que nos encontramos, no início da dupla Dedé e Didi,
foi sempre para falar sobre nossa filha, Maria Leone. Só para esclarecer, esse
clima entre nós perdurou por algum tempo. Mais tarde, ele formou outra família,
teve mais filhos. Depois, quando veio a lei do divórcio, nos divorciamos, eu me
casei uma segunda vez e tive mais sete filhos. Hoje, Maria Leone se dá muito
bem com a esposa dele e os irmãos por parte de pai. O tempo, a experiência de
nossa vidas em separado e a maturidade sanaram qualquer mágoa que pudesse haver
entre nós e nos fez compreender os enganos da juventude. Felizmente, ainda
nesta encarnação. Hoje, eu e Dedé somos bons amigos.
Os Trapalhões: Ana Maria Magalhães
ANA
MARIA MAGALHÃES
Atriz
Como
surgiu o convite para trabalhar com Os
Trapalhões?
Sinceramente,
não lembro como surgiu o convite. Lembro que o filme foi rodado em locação, e
ficamos hospedados em um hotel. No Rio de Janeiro, gravei apenas no Parque
Lage, na esquina do apartamento onde eu morava na ocasião. Aproveitei para
levar meus filhos, que eram fãs dos Trapalhões.
Quais
as suas principais recordações dos bastidores de filmagens com Os Trapalhões?
Nas
filmagens, reencontrei colegas e fiz novos amigos. O diretor, J. B. Tanko, era cineasta
experiente que vinha das chanchadas. Sempre gostei de conhecer e trabalhar com
essas legendas do cinema. Em algumas cenas, ele rodou com duas câmeras, o que
era novidade para mim. Guardo boa lembrança do único contato que tive com ele
fora do set.
Uma noite alegre, dando risada com o Mussum, em que o J. B.Tanko abriu uma
garrafa de champanhe em minha homenagem.
Como
era o seu contato com o quarteto (Didi, Dedé, Mussum e Zacarias)?
Era
divertido filmar com Os Trapalhões.
O contato com o Renato Aragão era mais formal. Uma vez, ele convidou e eu
almocei com ele no trailer. Achava graça em todos, mas um foi especial: Mussum.
Ficamos chapinhas: eu tirava sarro dele; e ele, de mim. Inteligente e
boa-praça, era também sambista do grupo Os Originais do Samba. Mussum era um
artista autêntico, sem afetação.
Que
representava, naquele período, trabalhar num filme dos Trapalhões, que eram
certeza de sucesso de bilheteria?
O
que mais me atraiu foi a possibilidade de trabalhar com eles. Contracenar, participar
das filmagens e ainda atuar em um filme popular. Os Trapalhões na Serra Pelada foi sucesso
de bilheteria, como outros filmes do quarteto.
Por
que, na sua visão, os críticos e a Academia rejeitam os filmes produzidos e estrelados
pelos Trapalhões?
São
filmes que se destinam ao público infantil, bem-sucedidos e, ainda por cima, estrelados
por humoristas locais. Acho que Os
Trapalhões não andavam em busca de reconhecimento
por parte da crítica; e esta, por sua vez, também não estava interessada nos
seus filmes.
Os Trapalhões: Américo Picanço
AMÉRICO
PICANÇO
Ator
O
senhor foi o primeiro parceiro de trabalho do Renato Aragão. Isso aconteceu na
TV Ceará. Como surgiu o convite para trabalhar com o Renato Aragão?
Fui
o primeiro parceiro do Renato na TV Ceará. O programa Vídeo Alegre era às
quartas-feiras. O Renato tinha um quadro; e eu, outro. Eu fazia um garoto meio
retardado e meio bichinha, que tinha medo da namorada. Um dia, Renato me
convidou para fazer a dupla Didi e Frederico. Começou assim.
Logo
depois, o Renato foi para a TV Tupi e o senhor ficou. Como aconteceu essa
mudança?
Quando
Renato foi para o Rio, eu não fui. Fiquei por aqui mesmo. E ele começou lá na
TV Tupi com o programa Os Legionários,
que fazíamos aqui na TV Ceará também.
Como
foi para o senhor sair do Ceará e ir para o Rio de Janeiro?
Só
fui para o Rio depois de alguns anos. Foi quando encontrei o Renato,
casualmente; e voltamos a fazer dupla. Depois de algum tempo, formamos um trio:
Renato, Mario Alimari e eu, já na TV Excelsior, Canal 2, do Rio.
Trabalhar
na televisão era um objetivo que o senhor tinha?
Nunca
foi meu objetivo trabalhar na televisão. Começou como um entretenimento; e,
depois, passei seis anos por lá.
Por
que o senhor não integrou definitivamente a equipe de Os Trapalhões?
Eu
fui fixo nos Adoráveis Trapalhões durante
três anos. Eu fazia o bandido que batia no Renato, Ivon Cury e Wanderley
Cardoso; e, no final do programa, sempre tinha uma luta entre mim e o Ted Boy
Marino, meu grande amigo.
Após
a sua saída desse trabalho, manteve ou mantém contato com Renato Aragão?
Depois
que saí, mantive contato não só com Renato como com os outros três Trapalhões: Dedé,
Mussum e Zacarias. Quem levou o Mussum para a tevê fui eu.
Na
sua opinião, quem era o maior comediante do grupo?
O
maior comediante sempre foi o Renato, os outros eram “escada”. O segundo, na minha opinião,
era o Mussum.
Por
que, na sua visão, os críticos e a Academia rejeitam os filmes produzidos e estrelados
pelos Trapalhões?
Opiniões
de críticos sempre divergem de todos. Os filmes eram para crianças, que gostam
do estilo pastelão.
Como
classifica o cinema feito pelos Trapalhões?
Os
filmes feitos pelos Trapalhões foram
uma mina de dinheiro.
O
senhor chegou a ser convidado para trabalhar em algum filme dos Trapalhões?
Fiz
uma ponta em um dos filmes, Na Onda do Iê-Iê-Iê,
pela falta de um ator. Foi coisa pequena.
Após
o trabalho com Renato Aragão, como foi a sua trajetória?
Depois
dos Trapalhões,
fiz um programa na Tupi de São Paulo: Bonzinhos
Até Certo Ponto, com a Vanusa, Débora Duarte, Wanderley
Cardoso e Jerry Adriani. Durou
pouco tempo, acho que seis meses. Legado histórico como entretenimento infantil.
Os Trapalhões: Amanda Acosta
AMANDA
ACOSTA
Atriz
Você
atuou no filme A Princesa Xuxa e Os Trapalhões.
Como e por quem recebeu o convite para atuar nesse filme. Como foi a
experiência?
Quem
recebeu o convite foi o grupo Trem da Alegria. Não sei quem fez o convite, pois
foi acertado diretamente com a nossa empresária na época. Foi uma experiência
maravilhosa que tive o privilégio, a honra, o prazer e a alegria de vivenciar.
Lembro-me de estar tão feliz fazendo o filme, representando uma personagem,
contracenando com os gênios da comédia, do humor brasileiro que tanto amava e
admirava, e ao lado da Xuxa, que era a minha fada madrinha.
Você
era criança, quando trabalhou nessa produção. Imagino que, durante as
filmagens, entre uma cena e outra (a espera é sempre grande), vocês se viravam para
fazer o tempo passar. Isso aconteceu?
Sim.
Às vezes, esperávamos bastante. Isso acontece. Mas descansávamos, brincávamos, assistíamos
às cenas que estavam sendo gravadas.
Que
representa para você trabalhar numa produção estrelada pelos Trapalhões, que eram
fenômenos de bilheteria?
Representa
um dos grandes encontros que tive na minha vida através da arte.
Quem
mais a orientou durante as filmagens?
O
incrível diretor José Alvarenga Júnior. O Renato Aragão nos ajudava também, quando
tínhamos cenas juntos.
A Princesa Xuxa e os Trapalhões é
de 1989. Na época, você era uma das estrelas do Trem da Alegria. Quais as suas
lembranças dessa produção?
De
muito cuidado, respeito, dedicação, paixão, profissionalismo...
O
figurino do filme não era dos mais confortáveis, não é?
Não
me lembro de me incomodar com a roupa. Estava feliz da vida. Na verdade,
não me lembro de me incomodar com
nada... a não ser com os mosquitos, quando
filmamos no meio da mata.
Como
compôs a sua personagem?
Eu
era criança e simplesmente embarquei na história que estava sendo contada. Decorava
o texto e fazia com verdade.
Quais
as lembranças de bastidores do filme? Como foi o seu contato com Os Trapalhões?
Lembro-me
das filmagens que foram feitas nas dunas, aquela paisagem... e chegavam os
cavalos para a gravação, todos com adereços, e os soldados... Aí, montava- se a
cena e filmava... Tudo meio mágico. Filmar no castelo, naquele cenário... A equipe
criativa foi maravilhosa. E com Os
Trapalhões tínhamos um carinho e uma proximidade
grande, porque, antes de aparecermos no filme, já tínhamos nos apresentado no
programa deles várias vezes. Tem
uma história maravilhosa com o Mussum. Ele, com aquele sorriso característico
dele, sempre me chamava de amebinha:
– E
aí, amebinha, tudo bem?
E eu
sorria para ele e falava:
–
Tudo!
E,
sempre quando íamos ao programa, ele me chamava de amebinha!
Um
dia, estou eu na aula de Ciências e o professor começou a explicar o que era
uma ameba; e eu fiquei louca.
Depois
no outro dia, o Mussum veio me cumprimentar... e eu logo disse:
–
Não me chama de ameba, não, porque eu sei o que é...
E
ele, com aquele sorrisão dele, deu uma gargalhada e disse:
–
Ih!! Agora que caiu a ficha, amebinha!!
Falou
isso rindo. Aí, eu comecei a rir também. Ele era muito divertido! Gênio!
Renato
Aragão, Dedé, Mussum e Zacarias tinham como característica a irreverência até
nos bastidores das filmagens. Eles brincavam muito. Isso procede? As filmagens
eram descontraídas?
Sim,
muito!! Era bem divertido, descontraído! Teve uma cena em que o Renato ficava fazendo
careta, e a gente começava a rir e não conseguia gravar...
O
quarteto, ao lado da Xuxa, eram os maiores chamarizes, naquele momento, para
uma produção cinematográfica (sucesso de público entre as crianças, carisma, etc.).
Isso acabou acontecendo, já que a bilheteria foi de mais de quatro milhões de
espectadores (4.310.000). Sem contar o apelo do Trem da Alegria. Qual a sua
análise, hoje, dessa combinação entre Xuxa, Os Trapalhões e Trem
da Alegria?
Acho
que a história pediu, de uma certa forma, esse encontro! Foi um grande acerto
essa combinação.
Na
sua opinião, qual era o maior ator do quarteto?
Acho
que cada um tinha sua luz e talento genuíno, um fazia “escada” para o outro.
E
o maior humorista?
Amo
os quatro. Sou fã dos quatro.
Por
que, na sua visão, os críticos e a Academia rejeitam os filmes produzidos e estrelados
pelos Trapalhões?
Desconheço
essa rejeição; mas, se há, lamento profundamente.
Como
classifica o cinema feito pelos Trapalhões?
Clássico
do cinema brasileiro, dentro do seu gênero.
Gostaria
de saber quais as recordações que você possui de um personagem que era
considerado o quinto Trapalhão:
Tião Macalé.
Tião
Macalé era uma entidade! Um ser autêntico! Lembro que ele ficava louco, quando
falavam que ele era torcedor de outro time que não fosse o dele (não lembro
quais eram os times). O José Alvarenga Júnior ficava brincando com ele, e ele
ficava louco da vida.
Você
é mãe. Já assistiu a algum filme dos Trapalhões
com o seu filho?
Até
agora, só A Princesa Xuxa e Os Trapalhões.
Gostaria
que contasse alguma curiosidade ou fato desconhecido do público que tenha
presenciado como testemunha ocular.
O
dia em que fomos ao trailer do Zacarias para dar de presente o nosso vinil e fomos
recebidos pelo Mauro Faccio Gonçalves. Um ser tranquilo, atencioso, delicado, de
paz. Foi isso tudo que senti, quando conheci o Zacarias na vida real, fora das
histórias. O Zacarias era outro gênio.
Os Trapalhões: Aloysio Compasso
ALOYSIO
COMPASSO
Técnico de som
Você
trabalha como técnico de som desde a década de 1980, tendo trabalhado em quase
quarenta filmes, entre curtas e longas-metragens e documentários para a tevê.
Você trabalhou com Nelson Pereira dos Santos, Fábio Barreto, Ruy Guerra, Lauro
Escorel, Sérgio Rezende, José Padilha, entre outros. É possível fazer um
comparativo entre o método de trabalho desses profissionais citados e o de Os Trapalhões?
Comecei
a minha carreira, como assistente de som/microfonista, no filme Uma Vez Flamengo, de
Ricardo Solberg, no ano de 1977. Fiquei nesta função por dez anos; e, durante a década de 1980, mesmo
trabalhando nessa função, já era chamado para
assinar como técnico de som de alguns longas-metragens dos diretores acima citados, com diferentes estilos de
trabalho, do longa-metragem ao Documentário.
No caso da linha dos Trapalhões,
a diferença era por serem comédias infanto-juvenis.
Como
surgiu o convite para trabalhar com Os
Trapalhões?
Ainda
como assistente/microfonista, fui convidado pelo técnico de som Cristiano Maciel
(Crico), para o projeto de dois longas-metragens dirigidos por José Alvarenga Júnior,
diretor que conhecia desde Memórias do Cárcere,
de Nelson Pereira dos Santos.
Antes
de iniciar essa parceria profissional com Os Trapalhões, você
já acompanhava os seus filmes?
Na
época, eu tinha vinte e poucos anos; eu os assistia, desde a infância.
Quais
as suas principais recordações dos bastidores de filmagens com Os Trapalhões?
Alegria
e improvisação do trio. Nesse momento, o Zacarias, já havia falecido.
Que
era lhe passado em termos de necessidades específicas em relação ao som dos filmes
do quarteto? Como era o seu processo de trabalho nesses filmes?
Perfil
chegando perto do documental. Interferência mínima, para não prejudicar o
improviso, típico do estilo Comédia.
Renato
Aragão, Dedé, Mussum e Zacarias tinham como característica a irreverência. Até
nos bastidores das filmagens, eles brincavam muito. Isso procede? As filmagens
eram descontraídas?
Descontração,
durante e após as filmagens... Mussum chegou a “aprontar” uma piada comigo, em
um jornal da cidade de Manaus. Uma piada impublicável!!!
Como
era o seu contato com o quarteto (Didi, Dedé, Mussum e Zacarias)?
Didi,
Dedé e Mussum: admiração, respeito e cortesia...
Que
representava, naquele período, trabalhar num filme dos Trapalhões, que eram certeza
de sucesso de bilheteria?
Pela
trajetória deles, a responsabilidade de um trabalho com qualidade.
Os Trapalhões e a Árvore da Juventude e
O Mistério de Robin Hood foram
os filmes que você trabalhou com o quarteto. Quais as suas principais recordações
desses dois filmes?
Os Trapalhões e a Árvore da Juventude:
as locações na cidade de Manaus. O
Mistério de Robin Hood: a presença de Xuxa
Meneghel.
Quem
era o maior comediante do grupo?
Não
consigo apontar um, todos se completavam.
Renato
Aragão tem fama de ser perfeccionista. Isso procede? Ele acompanha tudo?
Procede;
e, como também era o produtor, quando não podia, em razão do programa de
televisão, estava ciente do que acontecia durante as filmagens.
Por
que, na sua visão, os críticos e a Academia rejeitam os filmes produzidos e estrelados
pelos Trapalhões?
Preconceito
à comedia infanto-juvenil.
Como
classifica o cinema feito pelos Trapalhões?
A
verdadeira diversão cinematográfica.
Os Trapalhões sempre
“brincaram”
em parodiar filmes e clássicos estrangeiros de sucesso para o cinema. Que pensa
a respeito dessa linha que eles seguiram?
E
por que não? Filmes estrangeiros também utilizam dessa “linguagem”. Melhor que
assistir a Os Mercenários e
Velozes e Furiosos 5 –
Operação Rio num
Brazil ficcional.
Gostaria
que contasse alguma curiosidade ou fato desconhecido do público que tenha
presenciado como testemunha ocular.
O
artigo do jornal local de Manaus... Mas, infelizmente, não poderei contar!!! Éramos,
em média, cinquenta técnicos, para as filmagens e impressionava-me a equipe que
acompanhava a Xuxa, com mais de trinta pessoas exclusivamente do staff dela...