Ator,
produtor, apresentador e diretor. Atua e dirige curtas-metragens como
“Abstinência” e “Aviãozinho”, ambos produzidos na Reticom Filmes. Em 2011,
volta a atuar nos curtas "Noite Infeliz", "O Mal que
Habita" e "Estocolmo". Atualmente, é produtor e
apresentador da TV Guia do Ator.
O que te
faz aceitar participar de produções em curta-metragem.
Gosto
de fazer curtas para exercitar o ofício, me desafiar a fazer personagens
diferentes e que me identifico, trabalhar com pessoas diferentes.
Conte sobre a sua experiência em trabalhar em
produções em curta-metragem.
Tive
poucas experiências com curtas, mas bem bacanas. No curta "Noite
feliz", interpretei um "garanhão", já em "O Mal que
habita", minha pequena participação foi como um zumbi que era assassinado.
No último, "Estocolmo", foi como um policial infiltrado em uma
quadrilha de sequestradores e que acabava se envolvendo com a refém. Essa
versatilidade e rapidez de transitar entre personagens me atrai muito.
Por que os curtas não têm espaço em críticas de
jornais e atenção da mídia em geral?
Acho
que essa falta de espaço é sentida por diversos setores das artes cênicas. No
teatro, também reclamamos da falta de espaço e oportunidade para novas
produções, textos, atores e diretores, apesar de ser um caminho menos tortuoso.
Suponho então, que o curta-metragem é visto pela maior parte da mídia como um
veículo de experimentação artística, uma fase de transição até
longas-metragens, uma imagem que pode ser mudada pelos cineastas, pelos grandes
estúdios, para que o público e a crítica tenham maior interesse em divulgar essas
obras. Um outro fator bastante relevante, é o desconhecimento do grande público
com relação a esses filmes.
Na sua opinião, como deveria ser a exibição dos
curtas para atingir mais público?
Curtas
poderiam ser exibidos antes de filmes, depois dos trailers, anunciados junto
com o filme em cartaz. Poderiam ser usados em escolas, em programas de
educação, em empresas, como treinamento, mais festivais e com maior divulgação,
participação de atores e diretores conhecidos do grande público, pelo menos em
um primeiro momento. Acho que seria um começo razoável.
O curta-metragem para um profissional (seja
ele da atuação, direção ou produção) é o grande campo de liberdade
para experimentação?
Depende
da comunicação, principalmente entre atores e diretores. Não adianta um ator
querer experimentar se o diretor não o permite, e o mesmo acontece quando o
diretor quer tentar algo novo e o ator não é disponível. Acredito que na
maioria das vezes, a harmonia prevalece, mas ainda precisamos de mais diretores
de atores, que saibam falar com o ator. As escolas precisam dar mais atenção a
esse quesito. Entre os outros profissionais, o primordial é que falem a mesma
linguagem, para que possam experimentar juntos.
O curta-metragem é um trampolim para fazer um
longa?
Pode
ser. Acho que depende mais da dedicação e persistência do ator do que do curta
em si. O mercado está cheio de atores que fazem muitos curtas com a intenção de
chegar a um longa, mas como você vai fazer um bom trabalho no curta se só pensa
no longa que ainda nem chegou?
Qual é a receita para vencer no audiovisual
brasileiro?
Não
sei se existe receita. Acho que como tudo na vida, precisa de dedicação,
disciplina e persistência. No Brasil, as coisas são mais difíceis, mas não
impossíveis. Com uma boa formação, estando sempre em contato com profissionais
do meio, apostando em roteiros autorais e estando sempre por dentro de editais,
festivais e afins. É um desafio.
Pensa em dirigir um curta futuramente?
Bastante. Tenho alguns argumentos para serem
roteirizados, vamos ver.