Texto de minha autoria na interrogAção a respeito de R.F.Lucchetti. Leiam em: http://www.interrogacao.org/2014/04/rubens-francisco-lucchetti-glorias-e-inglorias-de-uma-vida-dedicada-a-arte/
quarta-feira, 30 de abril de 2014
terça-feira, 29 de abril de 2014
R.F.Lucchetti: Memória Cinematográfica
SARAI
Rubens
Francisco Lucchetti
Houve
uma escassez de alimentos no país; e, como a fome apertava, Abrão decidiu
mudar-se para o Egito. Quando estava chegando lá, disse à sua mulher Sarai:
– Olhe! Eu sei que você é uma mulher muito bonita. Quando os egípcios virem
você, vão dizer: “É a mulher dele.”
E me matarão, deixando você viva. Diga, por favor, que você é minha irmã, para
que eles me tratem bem por sua causa. Assim, graças a você, eles me deixarão
vivo.
De fato, quando Abrão chegou ao Egito, os egípcios notaram que sua mulher era
muito bonita. Os oficiais do faraó viram Sarai e a elogiaram muito diante do
soberano. Sarai foi levada ao palácio do faraó. E, por causa dela, Abrão
recebeu do faraó ovelhas, bois, asnos, escravos, servas, jumentas e camelos.
Deus, porém, castigou o faraó e sua corte com graves doenças, por causa de
Sarai. Então, o faraó chamou Abrão e lhe disse:
– Que foi você me fez? Por que não me contou que ela era sua mulher? Por que me
disse que era sua irmã? Eu a tomei por minha esposa. Aqui está ela. Tome-a de
novo por sua mulher, e vão embora.
Rubens
Francisco Lucchetti é ficcionista e roteirista de Cinema e Quadrinhos.
Este
texto foi transcrito do livro (inédito) Sagradas e Profanas.
segunda-feira, 28 de abril de 2014
Rodrigo Feldman
Ator e cineasta.
Construiu uma sólida trajetória no Teatro. No cinema atuou no curta-metragem ‘Café
Turco (2011)’, entre outros trabalhos.
O que te faz aceitar participar de produções em curta-metragem?
Trabalho como ator há mais de quinze anos. Tive a
chance de ver um pouco deste cruel e apaixonante mercado no Brasil e Europa,
pois morei quatro anos na França estudando e trabalhando em cinema e teatro. Para
espanto de muitos, a carreira de ator lá fora não mais fácil como muitos
imaginam. Existe sim uma grande diferença na forma como o artista é visto e seu
papel na sociedade. No Brasil, é ainda muito marginalizada, engatinhando
em termos de profissionalização do artista. Aqui, a diferença do ator
profissional do amador é possuir seu registro junto ao sindicato, não na forma
que ganha a vida. As escolas ensinam apenas a interpretar, mas não preparam o
profissional para o mercado, construir uma carreira a longo
prazo. Diferente das outras carreiras, o ator não tem estágios, trainees,
crescem, viram gerentes juniores, dentre outros.
A maioria vê a profissão de forma muito
ilusória e ingênua, o que não condiz com a realidade. Por isso, tantos começam,
porém poucos se mantém. Uma carreira longa e duradoura se faz com muito
trabalho, dedicação e amor, mas principalmente, de paciência. Muitos confundem
ter sucesso com ser uma celebridade. A fama pode ajudar muito o artista
preparado e consciente, mas também pode ser péssimo ao deslumbrado e imaturo.
Pode até sufocar e destruir uma carreira promissora de um talentoso
profissional mal preparado.
Os curtas-metragens, na maioria das vezes,
não podem e muitas vezes nem querem contratar atores renomados. Pela
possibilidade de exploração de linguagens que os curtas oferecem, orçamentos
reduzido ou inexistentes, abrem espaço para novos talentos e cobrem essa lacuna.
Permitem que novos profissionais sejam vistos, aprendam. Por isso,
participar de curtas metragens é praticamente obrigatório para os que desejam
explorar e trabalhar nesta área, como forma de aprendizado e até mesmo a
oportunidade de testar seus talentos. Mostrar seu potencial. Perceber e viver a
realidade e se preparar para o mercado.
Por que os curtas não têm espaço em
críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Na verdade isso esta mudando. A qualidade
das produções de curtas tem aumentado muito, assim como a quantidade,
proporcionado pelas novas tecnologias e formas de divulgação e exibição que
tornam essa arte mais acessível. Além disso, os curtas até então era
vistos apenas como filmes menores, mais curtos, não como um produto
totalmente diferente. Não tinham muito apelo comercial, exceto os da
publicidade. E estes, pelo caráter puramente comercial, não mereciam se
enquadrar como legítimas representações da mistificada "Sétima Arte".
O que é um paradoxo, uma vez que os longas recebem possuem esse grande espaço
de mídia e crítica, justamente por seu possibilidade de exploração
comercial. Os curtas nunca foram produzidos para garantirem bilheteria. Eram
formas de explorar novas linguagens de filmagens, apresentar novos diretores,
uma espécie de estágio para cineastas. Isso teve sua importância e ainda vai
ter sua importância no futuro, porém não como única forma de exploração.
Atualmente, a veiculação e distribuição estão se inovando e expandindo, novos
mercados vão se abrir. Principalmente para histórias curtas. A forma que vemos
o cinema esta mudando, e os curtas metragens terão papel fundamental nesta
transformação.
Na sua opinião, como deveria ser a exibição
dos curtas para atingir mais público?
Para atingir mais público, precisamos mudar sua
forma de distribuição e comercialização. Não ver os curtas como filhos pequenos
de longas metragens. Os Festivais de cinema estimulam muito sua produção, o que
é ótimo. Fazem com que pessoas percebam o potencial de explorar essa linguagem,
mas só é eficaz se conseguir se sustentar. Este apoio faz com que tenhamos mais
intimidade e acesso a esse filho marginalizado. Mas penso que, assim como as
Leis de Incentivos Fiscais, são apenas comburentes para o fogo, não o
combustível. Para que o fogo sobreviva, precisamos do combustível que alimente
a energia necessária para continuar queimando. Devemos inovar não somente na
forma de produzir, mas em todas as áreas agregadas a sua difusão e
comercialização. Assim como grandes obras como "Dom Quixote" são publicadas
e possuem um público que a sustenta e faz existir, contos e crônicas tem seu
mercado garantido em jornais, blogs, panfletos. E ambos fazem parte da grande
"Literatura". Quando ousarmos mais, explorar a vasta possibilidade
comercial dos curtas metragens, encontrando seu mercado, vendo-os não somente
como filmes menores, descobrir novas formas de exibição e distribuição,
explorando todas formas possíveis e seu poder de comunicação, teremos
identificado um público que dará o combustível que falta para este fogo,
aceso há muito tempo. Vamos poder descartar os fósforos e desfrutar deste
poderoso fogo que se manterá por muito tempo já que não vai mais poder se
apagar.
É possível ser um cineasta só de
curta-metragem? Vemos que o curta é sempre um trampolim para fazer um longa...
Pois é, como disse anteriormente, esta era a única forma de
explorar os curtas. Mas com certeza ser cineasta de curta-metragem será muito
diferente da forma que vemos hoje. Assim como temos cronistas excelentes hoje
em dia que talvez não pretendem escrever Epopeias, satisfeitos e realizados com
o que fazem, o curta-metragista vai encontrar sua forma sincera de se
expressar.
O
curta-metragem é marginalizado entre os próprios cineastas?
Sim
e não. Na verdade creio que é mais marginalizado pela forma em que os próprios
realizadores se posicionarem muitas vezes como aprendizes, treinando para realizem
longas-metragens. Como os curtas ainda são produzidos sem explorar seu pleno
potencial de comunicação e distribuição, tornam-se apenas escolas. Mas podemos
ir muito além disso, se explorarmos seu potencial de penetração junto a um
público ávido por rapidez e comunicação direta. Tenho visto diversos curtas
metragens com roteiros, direção, interpretação geniais... mas raríssimos os que
exploram a forma de comunicação com a parte fundamental deste ciclo, seu
público.
Pensa em dirigir um curta futuramente?
Sim,
claro! Já dirigi alguns programas e curtas, gosto muito disso. E com certeza,
está nos meus planos. Assim que encontrar um roteiro que me pegue, certamente
colocarei toda minha energia para vê-los nas telonas... ou não!
sexta-feira, 25 de abril de 2014
R.F.Lucchetti: Memória Cinematográfica
O DIA EM QUE ESBARREI EM
EVELYN ANKERS
Rubens
Francisco Lucchetti
Entre o início
de 1944 e meados de 1945, trabalhei como office-boy numa loja de
autopeças pertencente a uns primos da minha mãe. Essa loja ficava na Avenida São João, quase na esquina da Rua General Osório; e
meu trabalho era fazer cobranças e entregas, percorrendo a pé as ruas do centro
de São Paulo.
Ao lado da loja de autopeças, funcionava o Grill-Room Maravilhoso, que devia
ser uma boate, pois tinha uma vitrina onde sempre estavam expostos cartazes e
fotos de atrizes, cantoras e vedetes.
Numa tarde de 1944, saí para fazer uma entrega, carregando um pacote com meia
dúzia de bombas para encher pneus de bicicleta. Eu caminhava tão distraído, que
nem reparei que alguém descera de um carro (presumo que era um táxi) e cortara
minha frente para entrar no Grill-Room. Esbarrei, então, nesse alguém, que era
uma jovem loura muito bonita. A moça me segurou, para eu não cair; e, num outro
idioma, falou algo que não entendi. Ela estava acompanhada de outras pessoas,
que sorriam e me deixaram passar. Fiquei muito envergonhado e, sem saber se era
o caminho que eu devia seguir, virei a primeira esquina. No dia seguinte, como
de costume, parei na vitrina do Grill-Room... e vi várias fotos da loura e um
cartaz no qual estava escrito o nome dela, Evelyn Ankers. Poucos anos depois,
ao assistir a O Lobisomem, filme estrelado por Lon Chaney e produzido
pela Universal, descobri que havia esbarrado numa atriz norte-americana (na
verdade, ela nasceu no Chile e era britânica; mas trabalhou em muitos filmes
estadunidenses e faleceu no Havaí).
Rubens Francisco Lucchetti é ficcionista
e roteirista de Cinema e Quadrinhos.
quinta-feira, 24 de abril de 2014
Cristina Prochaska
Atriz
e jornalista. No cinema atuou em ‘Uma Escola Atrapalhada’; ‘No Coração dos
Deuses’; ‘Avassaladoras’, entre outros. É uma das idealizadoras do Festival
Internacional de Cinema de Ubatuba.
O que te faz aceitar participar de produções em curta-metragem?
Em
primeiro lugar meu profundo respeito aos cineastas que lutam para manter viva a
linguagem de curta-metragem num Pais como o nosso. Depois vem a atriz, que
gosta de trabalhar, de fazer cinema e estar junto a essa turma de sonhadores
que não desistem de fazer seus filmes. Sempre que convidada eu faço. Até
gostaria de fazer mais. Me coloco à disposição aqui (rsrsrs) inclusive como
still ou preparando atores.
Por que os curtas não têm espaço em críticas de jornais e atenção da mídia
em geral?
Acho
isso muito triste. Se não fossem os Festivais e o Canal Brasil estaríamos enterrando
a carreira dos curtas-metragens no Brasil. Não temos mais espaço porque a mídia
é "burra". Se contenta com o sucesso plastificado. Mas não podemos
desistir.
Na sua opinião, como deveria ser a
exibição dos curtas para atingir mais público?
Voltar
a ser obrigatório, por Lei, a exibição de um curta-metragem antes das
apresentações dos longas nas salas de cinema de todo o Pais. Todos os cineastas
e técnicos deveriam se juntar e desenterrar essa Lei. Mas a classe é desunida. Isso
me entristece. Eu não desisto.
É possível ser um cineasta só de
curta-metragem? Vemos que o curta é sempre um trampolim para fazer um longa...
Acho
que o cinema de curta-metragem é uma linguagem diferente do "cinemão",
mas é cinema em sua essência. Claro que o curta é laboratório para muita gente
e para técnicos novos e em estudo. Por outro lado acredito que o curta-metragem
tenha uma característica só dele de linguagem e formato. Não encaro como
"trampolim" encaro como laboratório. Mas reafirmo que na minha
opinião o cinema de curta-metragem tem vida própria, independente de outros
formatos. Na verdade eu não comparo os dois, são duas linguagens e produtos diferentes. Adoro
o cinema de curta-metragem e sua sabedoria em contar estórias ou documentar a
vida em até vinte minutos. Gosto da agilidade que ele impõe ao cineasta , da
agilidade emocional e intelectual de se "virar" no roteiro bem
amarrado e gerar em tão pouco tempo , comparando ao longa , as emoções e
reações da plateia. Acho genial.
O curta-metragem é marginalizado entre os próprios
cineastas?
Bem,
não posso falar por todos. Falo por mim e por amigos que não desistem - Se um
artista ou cineasta acredita que a linguagem de curta-metragem "é
menor" ou tem "menos valor", ele deveria mudar de profissão e
abrir um comércio de sapatos ou roupas da moda. Isso me tira do sério. (rsrsrs)
Pensa em dirigir um curta futuramente?
Sim,
penso sim. Tenho roteiros escritos e acabei de vender meu carro para comprar um
equipamento básico para fazer meus filmes e ajudar os amigos. Não vou desistir
de fazer do meu sonho, uma emoção na tela. Quero documentar o Mundo em que vivo
e essas personagens maravilhosas que eu esbarro todos os dias. Mas é necessário
que haja mais união, ou veremos o cinema de curta metragem sumir, sucumbir
lentamente.
quarta-feira, 23 de abril de 2014
terça-feira, 22 de abril de 2014
Kátia d'Angelo
Atriz. No cinema
atuou em ‘O Lado Certo da Vida Errada’; Os Trombadinhas’; ‘Gente
Fina É Outra Coisa’; ‘As Granfinas e o Camelô’, entre outros.
O que
te faz aceitar participar de produções em curta-metragem
Só participei de um curta-metragem
cuja experiência não foi das melhores, mas é um projeto a médio prazo, para
começar a dirigir. Já fiz dois documentários em curta-metragem.
Por que os curtas não têm espaço em críticas de jornais e atenção da mídia
em geral?
Deveria, né? Mas a internet está se encarregando disso.
Na sua opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais
público?
Em todos os lugares possíveis. Bares, festas, escolas e cinemas.
É possível ser um cineasta só de curta-metragem? Vemos que o curta é sempre
um trampolim para fazer um longa...
Vários vivem disso.
O curta-metragem é marginalizado entre os próprios
cineastas?
Não, claro que não.
Pensa em dirigir um curta futuramente?
Penso sim, uma câmera na
mão e muitas viagens pelo mundo.
segunda-feira, 21 de abril de 2014
sexta-feira, 18 de abril de 2014
Charlene Chagas
Formada na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
(PUC-SP) no curso de Comunicação e Artes do Corpo e na Escola Técnica de
teatro, RECRIARTE/ Actor Scholl Brazil. Atuou no filme 'Desaparecidos' dirigido
por David Shourman, em vários curtas-metragens como 'Morte Morte Jhonny Zombie'
e nas novelas 'Passione' dirigido por Carlos Araújo, Luiz Henrrique Rios e
Denise Saraceni e 'Caminho das Índias' dirigida por Schechtman.
O que te faz aceitar participar
de produções em curta-metragem?
Primeiramente
o projeto como um todo e o roteiro! Depois de conversar e tirar dúvidas sobre
tudo, simplesmente agarro com unhas e dentes e cuido para fazer o melhor;
sempre.
Conte sobre a sua experiência em trabalhar em produções em curta-metragem.
Olha, todos que eu fiz até agora foram simplesmente uma delícia de
participar: o roteiro, as pessoas, a equipe, apesar de exigir um tempo muito
grande pra isso, o resultado final supre qualquer "desconforto". rsrsrsr
Por que os curtas não têm espaço em críticas de jornais e atenção da mídia
em geral?
Acho que falta um pouco de interesse de toda a mídia com relação aos
curtas, afinal tem curtas incríveis que giram o mundo e ninguém fica sabendo,
somente nós da área artística. Se fosse mais divulgado, com certeza
ocorreria um turbilhão de ideias de curtas pelo mundo! rsrsrs
Na sua
opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais público?
Creio que
poderia ter salas de cinemas adaptadas e ter um espaço nas emissoras
de televisão para a exibição de curtas, isso seria incrível!
O
curta-metragem para um profissional (seja ele da atuação, direção ou
produção) é o grande campo de liberdade para experimentação?
Creio que
é um dos campos de liberdade para a experimentação, acho que em todas as outras
áreas artísticas podemos experimentar e ousar sempre. Depende de cada um!
O
curta-metragem é um trampolim para fazer um longa?
Não
necessariamente, depende muito de cada curta( falando em todas as áreas:
atuação, direção e produção) Mas no mundo da arte tudo pode ser
possível, né? rsrsrs
Qual é a
receita para vencer no audiovisual brasileiro?
Receita?!
Olha se tivesse uma receita feita seria bem mais fácil (rsrsrs). Acho que se
todos acreditam no projeto, a força e união de um grupo faz toda a
diferença.
Pensa em
dirigir um curta futuramente?
Por
enquanto não tenho projetos para dirigir um curta, mas como
o futuro a Deus pertence, quem sabe um dia... rsrsrsrs
quinta-feira, 17 de abril de 2014
quarta-feira, 16 de abril de 2014
Tomas Portella
Diretor. Trabalhou como assistente de direção em cerca de 20
filmes, entre eles, ‘Tainá 2 – A aventura continua’ e ‘Meu
nome não é Johnny’, ambos de Mauro Lima, ‘Lisbela e o
prisioneiro’ (2003) e ‘O bem amado’ (2010), ambos de Guel
Arraes e ‘Ensaio sobre a cegueira’ (2008), de Fernando Meirelles.
Assinou seu primeiro trabalho na direção em 2011, com o longa-metragem ‘Qualquer
gato vira-lata’, adaptação da peça homônima de Juca de Oliveira.
O
que te faz aceitar participar de produções em curta-metragem?
Infelizmente
nunca participei da produção de nenhum curta, mas certamente participarei no
dia que cruzar meu caminho. Acho que o grande estimulo para participar é a
possibilidade de experimentação, a liberdade de trabalhar num sistema mais leve
e mais barato além de poder contar historias que cabem em formatos específicos.
Por que os curtas não têm espaço em críticas de jornais e atenção da mídia
em geral?
Tenho pouco conhecimento sobre o assunto, mas arriscaria dizer que é um
ciclo vicioso da falta de exposição com a falta de interesse. As pessoas não se
interessam porque não conhecem e não conhecem porque não se interessam. Era
preciso promover mais a exibição de curtas em todas as mídias para quebrar esse
ciclo, tem muitos curtas bons por ai que não chegam ao publico e
consequentemente aos críticos e a mídia.
Na sua opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais
público?
Acho que conquistar um espaço nas TVs abertas seria um grande avanço. É
definitivamente uma ótima forma de divulgar, mas o mais importante é realmente
fomentar a criação de mais festivais onde os filmes possam ser vistos na janela
em que foram pensados.
É possível ser um cineasta só de curta-metragem? Vemos que o curta é sempre
um trampolim para fazer um longa...
É possível porém acho complicado se sustentar somente com isso, conseguir
verba suficiente para filmar seu curta já é bem difícil e ainda sobrar dinheiro
para pagar suas contas, o cara tem que ser magico. O curta-metragem costuma ser
um trampolim para fazer um longa (que não é meu caso) na medida em que você
consegue mostrar um pouco do seu trabalho. É bem complicado provar para
investidores, que um estreante, sem nada pra mostrar é o cara certo para se
investir milhões de reais.
O curta-metragem é marginalizado entre os próprios cineastas?
Acho que não, a maioria dos cineastas já fez ou como no meu caso, quis
fazer um curta. Existe muitas vezes, entre os profissionais, o problema em
participar de curtas que é relacionado ao dinheiro. Os caches pagos a equipe
(quando tem cachê) são muito baixos e essas pessoas vivem disso e muitas vezes
não podem abrir mão de outros trabalhos para participar de um curta. Claro, tem
também os que não gostam, mas deixemos eles de fora... eles tem esse
direito...
Pensa em dirigir um curta futuramente?
Penso muito, tenho uns dois roteiros que quero filmar mas sempre acabo
esbarrando com o problema do financiamento. Cinema é muito caro e se o roteiro
do seu curta requer um pouco mais de produção você acaba ficando fora do valor
dos editais. Não é justo que quem queira fazer um curta tenha sempre que pensar
em ideias sem muita produção (salvo de alguns poucos curtas que conseguiram
mais dinheiro), isso é um grande limitador.
terça-feira, 15 de abril de 2014
R.F.Lucchetti: Memória Cinematográfica
Graças ao seu roteirista, o lendario R.L.Lucchetti, ‘O Segredo da Múmia’
foi adaptado para os quadrinhos, com desenhos do fabuloso Rodolfo Zalla, sendo
lançada simultaneamente ao filme, em 1982.
segunda-feira, 14 de abril de 2014
André Fusko
Ator. Protagonizou a série ‘Unidos do Livramento’ na TV Cultura. Atuou
também na telenovela ‘Escrava Isaura’, na Rede Record.
O que te faz aceitar participar de produções em curta-metragem?
Bom roteiro e
profissionalismo da equipe. Existem algumas pessoas que fazem curta-metragem de
forma descompromissada.
Por que os curtas não têm espaço em críticas de jornais e atenção da mídia
em geral?
Não existe o costume em nossa cultura
de assistir os curtas. Normalmente o público é de estudantes de cinema ou
pessoas envolvidas com o entretenimento. Acho que é isso. Quando procuro curtas
em uma Locadora não encontro variedade nem qualidade.
Na sua opinião, como deveria ser a exibição
dos curtas para atingir mais público?
Divulgação. Revistas, informes
publicitários em televisão, Jornais, cadernos de Cultura etc. Assim como Teatro
e Cinema. O que não se divulga não é procurado. Sou contra a obrigatoriedade,
por exemplo, antes de um longa-metragem. Não se pode obrigar, isto gera uma
indisposição por parte do espectador.
É possível ser um cineasta só de
curta-metragem? Vemos que o curta é sempre um trampolim para fazer um longa...
Acho difícil sobreviver só produzindo
curtas, a não ser em publicidade. Muitas vezes os curtas são a oportunidade de
fazer algo com mais liberdade artística do que se faz para sobreviver. Mas não
deixa de ser uma escola para depois se fazer um longa-metragem.
O curta-metragem é marginalizado entre os
próprios cineastas?
Não sei responder. Sou ator e produtor
de teatro, não percebo este tipo de preconceito. Talvez se fosse diretor de
cinema saberia dizer.
Pensa em dirigir um curta futuramente?
Já fiz alguns caseiros editando no meu Mac e captando
imagem em celular. Adorei. Tenho muitas ideias, mas como médico, autor de
teatro, produtor de teatro, ator, diretor de teatro... não sobra muito tempo!
sábado, 12 de abril de 2014
Os Curtos Filmes no Facebook
Curtam a página do blog Os Curtos Filmes no Facebook.
O atalho é esse aqui: https://www.facebook.com/pages/Os-Curtos-Filmes/559046997505282?fref=ts
sexta-feira, 11 de abril de 2014
Assinar:
Postagens (Atom)