Joaquim
3 Rios
Diretor de animação
O
senhor desenvolveu a primeira trilha do programa dos Trapalhões. Como surgiu
o convite para trabalhar com Os
Trapalhões?
No
fim de 1975, a pedido do Boni, a Blimp Film pediu que eu criasse um storyboard de um
minuto para a abertura do programa do grupo recém-contratado pela Globo, usando caricaturas dos
personagens. Eu desconhecia a trilha sonora, que
ainda ia ser produzida e sequer sabia o nome do programa.
Você
acompanhava o quarteto, seja no cinema e/ou na televisão, antes de trabalhar
com eles?
Nunca
trabalhei com o grupo e nem fui muito interessado nele.
Em
que ideias o senhor se baseou para elaborar essa trilha?
A trilha
sonora foi fornecida pela TV Globo (depois da produção da vinheta), e eu nem
sei quem a criou.
Quais
as suas principais recordações dos bastidores de trabalho com Os Trapalhões,
nesse período?
Minhas
recordações do trabalho são: que a produtora foi a Blimp Film (aliás, foi o
último filme que fizemos juntos); que o prazo de produção era muito curto; que
a criação, direção, roteiro e storyboard
são meus; que eu encomendei as
caricaturas ao Bigantti (caricaturista do jornal O Estado de S. Paulo). Recordo
também que os animadores foram: Mário Lantana, Hugo Titotto e Sebastião
Santana.
Como
era o seu contato com o quarteto (Didi, Dedé, Mussum e Zacarias)?
Nunca
tive qualquer contato com o grupo.
Em
sua opinião, quem era o maior comediante do grupo?
Eram
dois: Mussum e Zacarias.
Como
classifica o cinema feito pelos Trapalhões?
Popular.
Gostaria
que contasse alguma curiosidade ou fato desconhecido do público que tenha
presenciado como testemunha ocular.
A
única vez que falei com um membro do grupo foi quando (em 1976 ou 1977) o
Renato Aragão esteve em meu estúdio, na companhia do Sérgio Murad (Beto
Carrero), para tratar de um projeto que não avançou.
Que
projeto foi esse que não avançou?
Eles queriam fazer um
desenho animado dos Trapalhões, mas não tinham verba.