Eleita pela critica especializada como uma das grandes atrizes da sua geração. Fez curtas como ‘Gisela’, ‘O Cavalo’, entre outros. A respeito de seu trabalho em ‘A Casa de Alice’, longa-metragem de Chico Teixeira, Luiz Carlos Merten, o crítico de cinema do jornal ‘O Estado de São Paulo’, escreveu: "Em sua estreia no cinema, a atriz de teatro Carla Ribas sobe imediatamente ao pódio das maiores interpretações femininas da história do cinema no País".
O que te faz aceitar participar de uma produção em curta-metragem?
Uma história interessante, mas principalmente, a equipe.
Para participar de um projeto, tanto em curtas quanto em longas metragens, eu procuro saber quem está envolvido na produção: Quem é o diretor, quem é o diretor de fotografia, o diretor de arte, e quem está no elenco. Eu preciso confiar na qualidade artística da equipe, senão fico muito insegura.
Como é o seu método de preparação para atuar em curtas? Difere dos trabalhos que faz em novelas, seriados e longas?
Não tenho experiência em novelas, mas acho que a preparação de um ator deve sempre partir do estudo do texto. É preciso entender profundamente, cada cena e a história como um todo, e, também, descobrir as características e a trajetória da personagem que se vai interpretar. Depois é abrir espaço para a intuição e para o inesperado. O estudo e a preparação dão a base, mas muito da criação se dá no set, na hora da filmagem. Porque é só ali que a situação, finalmente, se concretiza.
Por que os curtas não tem espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Imagino que seja porque não entram no circuito comercial.
Na sua opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais público?
Acho que já melhorou bastante. Antigamente não se conseguia assistir a curtas, hoje já há canais na televisão com programas dedicados a exibição de filmes neste formato, há sites na internet e há os festivais de cinema. A medida que cresce o interesse, cresce, também, o leque para a exibição.
É possível ser um cineasta só de curta-metragem? Vemos que o curta é sempre um trampolim para fazer um longa...
Imagino que seja possível, sim. É só querer. Um curta metragem é um filme que conta uma história curta. Quando o história é longa, é preciso fazer um longa metragem. E há muitas histórias, curtas e longas, para se contar. O que acontece muitas vezes, é que se quer fazer um curta e não se sabe nem o que se quer dizer, não se tem uma história interessante para contar. A única coisa concreta que se tem é o "querer fazer um curta". Daí, o resultado pode ser desastroso.
O curta-metragem é marginalizado entre os próprios cineastas?
Entre alguns, sim. Já participei de um filme em que as pessoas quase pediam desculpas por estarem fazendo um curta. Diziam fases que começavam com: "Apesar de ser só um curta ..." Eu estranhei muito essa postura por que eu vinha de trabalhos onde tudo funcionava com o mesmo nível profissional de num longa. E na verdade não há diferença mesmo. Como eu disse, o única diferença é o tamanho da história que se quer contar.