O blog Os Curtos Filmes embarca nesta semana para o Maranhão: irei compor o júri do tradicional festival de cinema.
domingo, 29 de setembro de 2013
sábado, 28 de setembro de 2013
Cavi Borges
Cineasta, produtor e fundador da locadora Cavídeo. Já dirigiu
cerca de 20 curtas-metragens e produziu outros 30. Ex-atleta profissional de
judô, em 1977 abriu uma locadora de vídeos com a intenção de alugar filmes
sobre artes marciais. O negócio se diversificou e a locadora se tornou
referência no Rio de Janeiro pelo seu acervo de filmes cults e raros,
com títulos de Bergman e Truffaut, entre outros. Além da locação de filmes, a
Cavídeo passou a organizar eventos como mostras, encontros, lançamentos de DVDs
e livros, festas e, em 2009, passou a atuar também como produtora de filmes.
O que te faz aceitar
participar de produções em curta-metragem?
A história
do filme e a possibilidade de experimentar uma coisa nova.
Por que os curtas não têm espaço em
críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
As
pessoas acham que curta é para principiante. Quem está começando a fazer
cinema. Não percebem que na verdade é um formato específico, próprio. Conheço cineastas
veteranos que querem fazer curta. Pessoas que são grandes realizadores e
acreditam no formato do curta. Além
disso tudo, o curta não é um formato comercial. Não existe no Brasil uma
indústria para o curta. Mais um ponto negativo que contribui o menosprezo
da crítica e da mídia para o curta.
Na sua opinião, como deveria ser a exibição
dos curtas para atingir mais público?
Os
curtas deveriam passar mais nas TVs. Isso tornaria o formato mais conhecido
pelo grande público e aumentaria o interesse de todos (publico, empresas,
programas e jornalistas).
É possível ser um cineasta só de
curta-metragem? Vemos que o curta é sempre um trampolim para fazer um longa...
Sim.
Conheço vários. Mas tem o lance de grana. Precisam fazer outras coisas para se
sustentar. Mas a grande maioria pensa nessa história de trampolim.
O curta-metragem é marginalizado entre os
próprios cineastas?
Só
por alguns. Na verdade o curta é uma boa chance de se arriscar e de
experimentar. Quem gosta disso, naturalmente gosta de fazer curta. Tem também o
fato de ser mais barato fazer. Então para alguns, quando tem grana preferem
fazer longas.
Pensa
em dirigir um curta futuramente?
Já dirigi 20 e produzi outros 35. Esse ano já fiz 2
curtas e espero todo ano fazer outros. Mesmo que também faça longas.
quinta-feira, 26 de setembro de 2013
Sandra Barsotti
Atriz. Atuou em dezenas de filmes. ‘Romualdo e Juliana’; ‘As Mulheres que Fazem
Diferente’; ‘Os Maníacos Eróticos’, entre muitos outros, foram estrelados por
Sandra.
O que te faz aceitar participar de produções em curta-metragem?
Primeiro de tudo, tenho uma paixão particular pelo cinema, não importa a
metragem. Tem que ter, é claro, uma afinidade com o roteiro, com a equipe,
enfim. O trabalho rápido seduz.
Conte sobre a sua experiência em trabalhar em produções em
curta-metragem.
Já trabalhei profissionalmente e com
estudantes também. Esses trabalhos vão para festivais, permitem ao público
analisar o seu amadurecimento como atriz. Tem filme que se consegue fazer o
milagre de rodar com trezentos reais.
Por que os curtas não têm espaço em críticas de jornais e atenção da
mídia em geral?
É a coisa do lucro. Não atrai a massa para fazer dinheiro. Os críticos
não têm ojeriza a eles, acontece que os curtas não se encaixam no processo
econômico que move as grandes mídias.
Na sua opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais
público?
Hoje há canais que permitem a exibição, como o Canal Brasil, Arte1 e TV
Cultura. Alguns cinemas eventualmente ainda passam.
O curta-metragem para um profissional (seja ele da atuação, direção ou
produção) é o grande campo de liberdade para experimentação?
Eu acredito que pode ser sim. Ele te obriga a fazer um trabalho redondo,
com padrões diferentes com pouca duração. Por que tudo tem que andar dentro das regras?
O curta-metragem é um trampolim para fazer um longa?
É um belo exercício para se começar.
Qual é a receita para vencer no audiovisual brasileiro?
Uma das coisas básicas para fazer em qualquer área é o estudo, é a
cultura e saber criar rede. Tem que saber se relacionar e respeitar seus
parceiros. O cinema é um trabalho coletivo, se a pessoa compreender isso... é
fundamental para qualquer profissional.
Pensa em dirigir um curta futuramente?
Pior que já pensei, mas
não entendo nada disso. Enquadramento, enfim, precisa ter disposição física,
energia.
quarta-feira, 25 de setembro de 2013
Annita Ferrari
Atriz de filmes de sexo explicito, modelo, stripper. e publicitária.
O que te faz aceitar
participar de produções em curta-metragem?
O trabalho em si, eu amo, curta ou não, é o
que gosto, e trabalhando bem, posso alcançar participações cada vez maiores e
melhores.
Por que os curtas não têm espaço em
críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Acredito que pela baixa produção, pouco
investimento, mas pelo que estou vendo, cada vez mais este espaço esta se
abrindo.
Na sua opinião, como deveria ser a exibição
dos curtas para atingir mais público?
Devia ter um espaço nos cinemas
especialmente para os curtas, não vemos isso, eles praticamente são exibidos só
em festas de lançamentos, e/ou em espaços pouco conhecidos, sem divulgação, ou
quando existe em jornais e livrinhos que mal circulam...eu pelo menos não vejo
de outra forma.
Pensa em dirigir um curta futuramente?
Sim, estou terminando a faculdade de Rádio
e TV, fiz Publicidade e Propaganda já, estou estudando... ainda faltam algumas
especializações, se for pra fazer, tem que ser bem feito.
segunda-feira, 23 de setembro de 2013
R.F.Lucchetti: Memória Cinematográfica
A MÃO DA
MÚMIA
Rubens
Francisco Lucchetti
Há alguns anos, tomei conhecimento de
uma estranha história protagonizada pelo mais famoso quiromante que o mundo já
teve, o conde Louis Hamon, que usava o pseudônimo de Cheiro (a pronúncia é
igual ao nome da capital do Egito, Cairo), e sua esposa.
Na década de 1890, o conde Louis Hamon estava trabalhando no Vale dos Reis, nas
proximidades de Luxor, no Egito, e tinha uma boa amizade com um guia egípcio
que lhe salvara a vida. Certo dia, quando anunciou que iria partir de Luxor e
regressar à Europa, Hamon recebeu um presente desse guia.
– Mas é uma mão! – Exclamou Hamon, alarmado.
A mão estava em excelente estado de conservação. Era delicada e devia ter
pertencido a uma mulher da nobreza. As unhas tinham uma forma perfeita e
estavam cobertas de ouro laminado. No primeiro dedo havia um anel de ouro, no
qual Hamon conseguiu ver alguns minúsculos hieróglifos.
De constituição sólida, como se tivesse sido esculpida em madeira maciça, a mão
tinha uma cor que lembrava a da noz. Fora decepada praticamente no ponto em que
se iniciava o pulso, e seus ossos tinham a brancura e o brilho de uma pérola.
Uma mão não é o tipo de presente que alguém gosta de receber. No entanto, o
quiromante interessou-se por ela, quando o egípcio falou:
– A história dessa mão é verdadeiramente fantástica e tem sido passada de
geração em geração através dos séculos.
– E que história é essa? – Indagou Hamon.
– Ela pertenceu a uma das filhas de Akhenaton e Nefertiti, a princesa
Meketaten. Certa vez, a princesa Meketaten montou um exército e atacou o Templo
de Karnak, em Tebas, numa tentativa de arrasar o poder dos adoradores do deus
Amon de uma vez por todas e instituir definitivamente o culto ao deus Aton. Mas
terminou sendo morta.
Então, teve a mão decepada e mumificada. Durante vários
séculos, a mão ficou exposta no Templo de Karnak, para que todos fossem
testemunhas do poder indestrutível de Amon. Depois, minha família se tornou sua
guardiã.
O egípcio fez uma ligeira pausa, olhou com veneração para a mão e concluiu:
– Dentro dessa mão está o ka, a energia vital da princesa Meketaten.
E, agora, você está se tornando seu guardião.
Hamon voltou para a Europa; e, por mais de três décadas, a mão ficou sobre uma almofada carmesim, em sua sala de visitas.
Hamon voltou para a Europa; e, por mais de três décadas, a mão ficou sobre uma almofada carmesim, em sua sala de visitas.
Em 1922, Hamon e sua mulher residiam em Dublin. Como a Irlanda estava sendo
abalada por disputas políticas, decidiram mudar para a Inglaterra.
Quando empacotava as coisas para a mudança, Hamon notou que a mão estava meio
macia e que algumas gotinhas de sangue haviam vazado dos nós dos dedos e de sob
as unhas. Imediatamente, o quiromante levou a mão a um farmacêutico, que, após
examiná-la, deu seu parecer:
– Para que possa ser conservada e ter rigidez, deve aplicar nela uma camada de
piche e verniz.
Hamon seguiu a orientação do farmacêutico; e, durante alguns dias, aquilo
surtiu efeito.
Em 31 de outubro de 1922, uma terça-feira, estava tudo pronto para a mudança. A
única coisa que faltava empacotar era a estranha mão mumificada de Meketaten,
pois voltara a sangrar.
O casal, então, resolveu colocar um ponto final no problema. A mulher apanhou o
Livro dos Mortos do Antigo Egito e leu:
– Ó Isis, que teu sangue atue! Que tua radiação atue! Que a força de tua magia
atue! Protege, ó deusa, este poderoso espírito e evita-lhe o contato com os
seres que lhe inspiram horror e repugnância!
Enquanto ela lia, Hamon jogou mão e almofada na lareira acesa.
No mesmo instante, as chamas tornaram-se mais brilhantes; e o ar ficou
impregnado do delicioso aroma de várias especiarias. Hamon e sua esposa ficaram
estáticos, olhando para a lareira, até a mão ser completamente queimada.
Em
seguida, certos de que tinham feito o melhor possível, retiraram-se para dormir.
Era uma noite clara e limpa. Porém, no exato momento em que o casal começava a
subir as escadas, um vento forte os fez parar. O vento parecia reunir uma força
tremenda, que castigava as portas de carvalho maciço. Enquanto Hamon e sua
esposa olhavam horrorizados, pareceu desenvolver-se uma grande pressão contra
as portas, que subitamente se abriram com estrondo. Lá fora, entretanto, não
havia nada além do jardim banhado pelo luar.
Depois, do outro lado da porta, alguma coisa pareceu materializar-se. Em seguida,
essa coisa movimentou-se pelo terraço e pela saleta de entrada, onde
gradualmente começou a tomar forma e deu lugar a uma figura de mulher. Era
muito bonita; e seu rosto, cujos traços denotavam nobreza e orgulho, voltou-se
para o casal. Na cabeça trazia um adorno de ouro com formato de asas de
escaravelho, cujas extremidades repousavam de forma graciosa nos ombros.
No
centro da testa havia uma argola dourada, que é o símbolo da realeza egípcia.
A figura ficou parada por alguns segundos. Então, começou a movimentar-se pela
sala, olhando diretamente para Hamon e sua esposa. Suas duas mãos estavam
juntas, como num momento de êxtase. Parecia estar tentando falar alguma coisa,
mas de seus lábios não saía som algum. De repente, jogou a cabeça para trás;
ergueu lentamente as mãos, formando um arco; e fez várias reverências para o
casal. Depois, ainda mantendo a mesma postura, afastou-se, atravessou a porta e
perdeu-se na escuridão.
Foi um espetáculo assustador demais; e, naquela noite, Hamon e sua mulher não
conseguiram conciliar o sono.
Pela manhã, o quiromante revolveu as cinzas apagadas da lareira e encontrou o que restava da mão: alguns ossos meio queimados. Em seguida, viu o anel de ouro, intacto; e deduziu que o ka da princesa Meketaten tinha sido finalmente libertado da prisão criada havia vários séculos pelos sacerdotes do Templo de Karnak.
Pela manhã, o quiromante revolveu as cinzas apagadas da lareira e encontrou o que restava da mão: alguns ossos meio queimados. Em seguida, viu o anel de ouro, intacto; e deduziu que o ka da princesa Meketaten tinha sido finalmente libertado da prisão criada havia vários séculos pelos sacerdotes do Templo de Karnak.
O mais estranho nessa história é que o ka
da princesa Meketaten foi aprisionado pelos sacerdotes do deus Amon; e, 34
séculos depois, libertado por um homem com o sobrenome de Hamon. Agora, fica a
pergunta: será que o conde Louis Hamon, com toda sua sapiência e seus
conhecimentos de ocultismo, percebeu que havia uma analogia entre seu sobrenome
e o nome do deus egípcio?
Rubens Francisco Lucchetti é ficcionista
e roteirista de Cinema e Quadrinhos
domingo, 22 de setembro de 2013
Janaina Ávila
Atriz. Participou
do curta-metragem ‘Saia Santa’, roteiro e direção Mauro D’Addio.
O que te faz aceitar participar de
produções em curta-metragem?
Comecei a participar de curtas, porque queria aprender a
fazer cinema. Os curtas dão muito mais oportunidades à atores do que os longas,
que geralmente querem atores mais conhecidos. O primeiro curta em película que
fiz foi ‘Saia Santa’ e além de uma experiência incrível, teve uma ótima
projeção. Até hoje, às vezes vou fazer testes para cinema e algumas pessoas me
conhecem pelo filme.
Por que os curtas não têm espaço em críticas de jornais e
atenção da mídia em geral?
Porque o curta é marginalizado até mesmo por quem faz
cinema. Então se a galera do cinema não dá valor, como fora do meio será
valorizado?
Na sua opinião, como deveria ser a exibição dos curtas
para atingir mais público?Hoje a internet é um veiculo ótimo. Não acho que a
obrigatoriedade de exibição do curta antes do longa ajude a nada. Tudo que é
obrigatório não é bom. Acaba criando mais resistência do que "hábito"
de assistir a curtas. Outras boas alternativas são os canais destinados a isso.
Um curta não vai ter nunca a projeção de um longa. Principalmente porque não
ocupa salas de cinemas nem os canais abertos, mas pode ter mais visibilidade do
que hoje tem, utilizando com mais inteligência os meios disponíveis de
distribuição gratuita.
É possível ser um cineasta só de curta-metragem? Vemos
que o curta é sempre um trampolim para fazer um longa...
No Brasil, onde nem o cineasta de longa-metragem consegue
sobreviver, acho difícil. A necessidade de financiamento público ainda é
grande. E, infelizmente, no Brasil há uma grande rejeição
em tratar a cultura como indústria, então fica ainda mais difícil.
O curta-metragem é marginalizado entre os próprios
cineastas?
Como disse anteriormente, sim. Não só pelos cineastas,
mas por todos do cinema.
Pensa em dirigir um curta futuramente?
Ainda tenho
muito o que explorar como atriz. Depois, quem sabe?
sexta-feira, 20 de setembro de 2013
Babu Santana
Ator. Participou de mais de trinta curtas.
O que te faz aceitar
participar de produções em curta-metragem?
Os roteiros de curta-metragem em geral são
muito interessantes... eu considero uma arte escrever curtas, prender a atenção
de quem assiste então pouco tempo, contar uma historia em pouco tempo.
isso me aguça a vontade contribuir com a história e depois os curtas
revelam a capacidade do cineastas que geralmente são iniciantes... é a chance de
eu como ator apoiar o inicio da carreira de um diretor... e se no futuro ele
vira um diretor atuante no mercado de trabalho é uma janela que se
abre pra mim também...resumindo
eu aceito fazer curtas pela ciência maravilhosa que é, por interesse comercial... vai que o cara vire um Cacá Diegues ou um Fernando Meireles....rsrsr
eu aceito fazer curtas pela ciência maravilhosa que é, por interesse comercial... vai que o cara vire um Cacá Diegues ou um Fernando Meireles....rsrsr
Por que os curtas não têm espaço em
críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Cara essa é difícil de responder... acho
que tem haver com comercialidade....poucas pessoas consome esse tipo de
produto... falta de espaço, incentivo... não sei essa você me pegou.
Na sua opinião, como deveria ser a exibição
dos curtas para atingir mais público?
Na minha humilde opinião toda sala de
cinema brasileira tinha que exibir, antes do filme em questão, um curta
brasileiro....não importa o filme que for nacional estrangeiro... antes da sessão
principal, um curta brasileiro.... isso tinha que ser lei.
É possível ser um cineasta só de
curta-metragem? Vemos que o curta é sempre um trampolim para fazer um longa...
Bom acho que tudo é possível você sim ser
só diretor de curtas se você é o melhor no que faz.... sempre vai haver espaço.
Mas se você quer ser diretor de longas... acho que os curtas são ótimas experiências...
administrar um longa não é pra qual quer um... e como a exposição com os curtas
é menor, a pressão também. Eu não vejo com maus olhos a pessoa que usa os
curtas como trampolim para os longas...
O curta-metragem é marginalizado entre os
próprios cineastas?
Cara acho que não, eu pelo menos nunca
percebi isso. Todo diretor que eu trabalhei, teve a sua primeira experiência
com curtas... eu acho que a questão é comercial entendeu
Pensa em dirigir um curta futuramente?
Então,
eu já fiz vários curtas com meus amigos do Nós do Morro... como assistente de
arte, com produtor, como maquinista como ator...eu já participei de mais 30
curtas metragens.... e só agora tomei coragem e rodei meu primeiro curta como
diretor, se chama "TPM, Tudo Pode Mudar", estou em faze de
finalização.
quarta-feira, 18 de setembro de 2013
Rita Elmôr
Atriz.
Atuou nos filmes ‘Até que a Sorte nos Separe’; ‘Cilada.com’ e; ‘De Corpo
Inteiro’.
O que
te faz aceitar participar de produções em curta-metragem?
Bons projetos, sobretudo
aqueles que são elaborados por amigos queridos.
Por que os curtas não têm espaço em críticas de jornais e atenção da mídia
em geral?
Acho que não temos ainda uma
cultura de valorização dos curtas como possibilidade de expressão artística tão
interessante quanto os longas. É um trabalho a ser feito.
Na sua opinião, como deveria
ser a exibição dos curtas para atingir mais público?
Seria interessante se
tivéssemos mais festivais de curta-metragem, com boas premiações que
incluíssem a exibição dos curtas vencedores nos cinemas, antes da exibição dos
longas.
É possível ser um
cineasta só de curta-metragem? Vemos que o curta é sempre um trampolim para
fazer um longa...
Sim, desde que o cineasta se
identifique com essa linguagem, e não tenha o desejo de experimentar outras
formas de expressão artística. Mas é claro que, em termos de retorno
financeiro, sabemos que o cineasta que opta por só filmar curtas enfrenta mais
dificuldades.
O curta-metragem é
marginalizado entre os próprios cineastas?
Não sei se o curta é
marginalizado entre os cineastas, mas é fato que o longa é mais desejado.
Pensa em dirigir um
curta futuramente?
Por enquanto, minhas ambições em termos de direção estão
direcionadas para o teatro, mas quem sabe? Você tem algum projeto para mim?
segunda-feira, 16 de setembro de 2013
Raul Gazolla
Ator.
Como foi o inicio da sua trajetória artística?
Foi em Almería no Sul da
Espanha, onde um amigo e eu montamos uma peça, minha primeira, chamada Amapola.
Você ficou nacionalmente conhecido quando
protagonizou a novela ‘Kananga do Japão’. Quais as suas lembranças desse
trabalho?
São as melhores
possíveis. Fiz meu primeiro protagonista e a partir daí minha vida profissional
começou a tomar outro rumo.
Entre 1987 a 1989, você participa das produções
‘Sassaricando’ (1987); ‘Fera Radical’ (1988) e; ‘Pacto de Sangue’ (1989) – sem
contar a já mencionada ‘Kananga do Japão’ (1989) na TV Manchete. Quais eram as
razões para “engatar” um trabalho no outro?
Acho que tive sorte e não
queria recusar nenhum trabalho, a cada personagem que faço, sempre tem algo de
muito interessante.
Muitos atores reclamam que trabalhar em telenovela
é maçante, exaustivo. Você compactua com isso? Por que?
Não compactuo, com
certeza fazer uma novela é sempre muito interessante, até mesmo por ser uma
obra aberta.
Por um outro lado a telenovela torna o seu rosto e
o seu trabalho conhecidos nacionalmente. Quais outros benefícios ela traz?
Fazer uma novela é sempre
um exercício de memória. Todos os dias você tem que decorar textos diferentes e
isso é muito bom para seu cérebro, é um ótimo exercício.
Como é “vender” sua imagem para comerciais? Quais
as dores e as delicias de fazer um comercial?
Não há dores, só delicia.
Se você aceita fazer um comercial é porque você aprova aquele produto e, ainda por cima
será bem remunerado.
Em 1994 você atua na telenovela ’74.5 – Uma Onda no
Ar’, como foi esse trabalho?
Sempre tive sorte de
trabalhar com pessoas maravilhosas. Lembro-me de ter feito bons amigos como
Murilo Rosa, Paulo Gracindo e Cecil Thiré, entre outros.
Quais as recordações de trabalho na TV Manchete?
Foram só positivas. Foi
na TV Manchete que minha carreira decolou.
Com a falência da TV Manchete perdemos a única
emissora que poderia se equiparar á Rede Globo em telenovelas?
Naquele momento pode até
ser, mas hoje a Record está fazendo um trabalho belíssimo com suas novelas e
suas minisséries.
Como ocorrem os convites para trabalhar em produções
televisivas?
Da forma, mas simples
possível. O Diretor quer você ou, o autor quer você, mesmo que você tenha sido
sugerido pelo diretor de elenco da emissora.
Você teve algumas passagens em ‘Malhação’, como é
trabalhar nessa produção que muitos críticos e atores consideram o “fim da
linha” para profissionais com mais lastro?
Foi maravilhoso trabalhar
em Malhação. Nenhum trabalho de Ator é ou será o fim da linha, quem diz isso
está completamente enganado ou, não conhece a profissão.
A telenovela ‘Razão de Viver’ (1996) marca a sua
única passagem no SBT. Como foi trabalhar nessa produção e na emissora?
Trabalhar com Del Rangel
como Diretor, Ana Paula Arósio e Cassio Scapin, foi muito divertido e
gratificante.
Seu trabalho está muito ligado á autora Glória
Perez. Em quase todas as produções que ela assina você está presente. Pode nos
contar sobre essa relação profissional/
Nossa relação
profissional é muito pequena, apenas fiz dois trabalhos da Gloria, O Clone e
América. Minha relação com a pessoa Gloria é maravilhosa, somos grandes amigos.
A maioria dos seus personagens está ligado a um
núcleo mais voltado para o humor, para a descontração. Sente falta de papéis
mais dramáticos?
Não sinto falta nenhuma
do drama, adoro fazer comédia e se pudesse optar, só faria humor.
É fato que trabalhar com humor é mais difícil do
que trabalhar com drama?
Eu acho que sim, fazer as
pessoas rirem é mais difícil que fazê-las chorar.
Comente sua participação no programa ‘Zorra Total’,
como surgiu o convite?
O Sherman me viu no
espetáculo de humor que fiz durante cinco anos com meu Irmão Nelson Freitas e
adorou, me fez o convite que aceitei prontamente.
‘Zorra Total’ é
um dos programas mais massacrados pela crítica pelo tipo de humor que oferece
ao público. O que pensa a esse respeito?
Veja todos os Atores que
estão em Zorra Total!!! A maioria está com o Teatro lotado há anos. Leandro
Rassun, Marcio Menes, Nelson Freitas, Fabiana Carla, Clarinha e todos os novos
como, Marcos Veras, Rodrigo,
Cathucha e apenas todos. Você acha mesmo que alguém está se importando com o que
a crítica está falando. São novos comediantes que estão despontando e fazendo
estória. Não se esqueça que Zorra Total é o programa de maior Ibope do sábado
neste horário.
Atualmente seu vínculo de trabalho pertence a Rede
Record. Como é trabalhar na emissora?
A Record está crescendo a
cada ano. Eu adora estar em uma emissora que acredita no trabalho que está
desenvolvendo e a cada trabalho se superando. Hoje a Record está em segundo
lugar como emissora, mas em alguns programas estamos em primeiro. Se chegarmos
junto da Globo em teledramaturgia, aí a coisa vai ficar bem complicada para a concorrente.
A Rede Record pretende chegar ao mesmo patamar da
Rede Globo. Você trabalhou nas duas emissoras, acha possível que a Record
chegue lá?
Acho muito possível, é só
afinar alguns acordes e começaremos a incomodar bastante. Sem estarmos
totalmente afinados já incomodamos!!!!
Como se prepara para atuar em cinema?
O trabalho no cinema é
diferente de tudo. No cinema se grava de uma à duas cenas por dia, se gravar
três é muito. Na TV se grava de 20 à 30 cenas, é bem diferente.
Por que após ‘A Hora Mágica’, seu último filme, não voltou mais a
fazer cinema?
No cinema você tem que
respirar cinema e eu respiro TV, acho que é isso.
Qual ou quais os trabalhos que mais se orgulha de
ter feito (critério deve ser pelo seu desempenho pessoal)?
Gostei de quase todos os
trabalhos que fiz, mas os que mais me identifiquei foram: Pacto de sangue,
direção do Herval Rosano, Kananga do Japão, direção da Tizuka, O Clone da
Gloria Perez e Vidas Opostas na Record do Marcilio.
Para finalizar, gostaria de saber se acredita ser
subestimado como ator pela crítica e pelo meio audiovisual.
Claro que não.
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