Ator.
Como foi o inicio da sua trajetória artística?
Foi em Almería no Sul da
Espanha, onde um amigo e eu montamos uma peça, minha primeira, chamada Amapola.
Você ficou nacionalmente conhecido quando
protagonizou a novela ‘Kananga do Japão’. Quais as suas lembranças desse
trabalho?
São as melhores
possíveis. Fiz meu primeiro protagonista e a partir daí minha vida profissional
começou a tomar outro rumo.
Entre 1987 a 1989, você participa das produções
‘Sassaricando’ (1987); ‘Fera Radical’ (1988) e; ‘Pacto de Sangue’ (1989) – sem
contar a já mencionada ‘Kananga do Japão’ (1989) na TV Manchete. Quais eram as
razões para “engatar” um trabalho no outro?
Acho que tive sorte e não
queria recusar nenhum trabalho, a cada personagem que faço, sempre tem algo de
muito interessante.
Muitos atores reclamam que trabalhar em telenovela
é maçante, exaustivo. Você compactua com isso? Por que?
Não compactuo, com
certeza fazer uma novela é sempre muito interessante, até mesmo por ser uma
obra aberta.
Por um outro lado a telenovela torna o seu rosto e
o seu trabalho conhecidos nacionalmente. Quais outros benefícios ela traz?
Fazer uma novela é sempre
um exercício de memória. Todos os dias você tem que decorar textos diferentes e
isso é muito bom para seu cérebro, é um ótimo exercício.
Como é “vender” sua imagem para comerciais? Quais
as dores e as delicias de fazer um comercial?
Não há dores, só delicia.
Se você aceita fazer um comercial é porque você aprova aquele produto e, ainda por cima
será bem remunerado.
Em 1994 você atua na telenovela ’74.5 – Uma Onda no
Ar’, como foi esse trabalho?
Sempre tive sorte de
trabalhar com pessoas maravilhosas. Lembro-me de ter feito bons amigos como
Murilo Rosa, Paulo Gracindo e Cecil Thiré, entre outros.
Quais as recordações de trabalho na TV Manchete?
Foram só positivas. Foi
na TV Manchete que minha carreira decolou.
Com a falência da TV Manchete perdemos a única
emissora que poderia se equiparar á Rede Globo em telenovelas?
Naquele momento pode até
ser, mas hoje a Record está fazendo um trabalho belíssimo com suas novelas e
suas minisséries.
Como ocorrem os convites para trabalhar em produções
televisivas?
Da forma, mas simples
possível. O Diretor quer você ou, o autor quer você, mesmo que você tenha sido
sugerido pelo diretor de elenco da emissora.
Você teve algumas passagens em ‘Malhação’, como é
trabalhar nessa produção que muitos críticos e atores consideram o “fim da
linha” para profissionais com mais lastro?
Foi maravilhoso trabalhar
em Malhação. Nenhum trabalho de Ator é ou será o fim da linha, quem diz isso
está completamente enganado ou, não conhece a profissão.
A telenovela ‘Razão de Viver’ (1996) marca a sua
única passagem no SBT. Como foi trabalhar nessa produção e na emissora?
Trabalhar com Del Rangel
como Diretor, Ana Paula Arósio e Cassio Scapin, foi muito divertido e
gratificante.
Seu trabalho está muito ligado á autora Glória
Perez. Em quase todas as produções que ela assina você está presente. Pode nos
contar sobre essa relação profissional/
Nossa relação
profissional é muito pequena, apenas fiz dois trabalhos da Gloria, O Clone e
América. Minha relação com a pessoa Gloria é maravilhosa, somos grandes amigos.
A maioria dos seus personagens está ligado a um
núcleo mais voltado para o humor, para a descontração. Sente falta de papéis
mais dramáticos?
Não sinto falta nenhuma
do drama, adoro fazer comédia e se pudesse optar, só faria humor.
É fato que trabalhar com humor é mais difícil do
que trabalhar com drama?
Eu acho que sim, fazer as
pessoas rirem é mais difícil que fazê-las chorar.
Comente sua participação no programa ‘Zorra Total’,
como surgiu o convite?
O Sherman me viu no
espetáculo de humor que fiz durante cinco anos com meu Irmão Nelson Freitas e
adorou, me fez o convite que aceitei prontamente.
‘Zorra Total’ é
um dos programas mais massacrados pela crítica pelo tipo de humor que oferece
ao público. O que pensa a esse respeito?
Veja todos os Atores que
estão em Zorra Total!!! A maioria está com o Teatro lotado há anos. Leandro
Rassun, Marcio Menes, Nelson Freitas, Fabiana Carla, Clarinha e todos os novos
como, Marcos Veras, Rodrigo,
Cathucha e apenas todos. Você acha mesmo que alguém está se importando com o que
a crítica está falando. São novos comediantes que estão despontando e fazendo
estória. Não se esqueça que Zorra Total é o programa de maior Ibope do sábado
neste horário.
Atualmente seu vínculo de trabalho pertence a Rede
Record. Como é trabalhar na emissora?
A Record está crescendo a
cada ano. Eu adora estar em uma emissora que acredita no trabalho que está
desenvolvendo e a cada trabalho se superando. Hoje a Record está em segundo
lugar como emissora, mas em alguns programas estamos em primeiro. Se chegarmos
junto da Globo em teledramaturgia, aí a coisa vai ficar bem complicada para a concorrente.
A Rede Record pretende chegar ao mesmo patamar da
Rede Globo. Você trabalhou nas duas emissoras, acha possível que a Record
chegue lá?
Acho muito possível, é só
afinar alguns acordes e começaremos a incomodar bastante. Sem estarmos
totalmente afinados já incomodamos!!!!
Como se prepara para atuar em cinema?
O trabalho no cinema é
diferente de tudo. No cinema se grava de uma à duas cenas por dia, se gravar
três é muito. Na TV se grava de 20 à 30 cenas, é bem diferente.
Por que após ‘A Hora Mágica’, seu último filme, não voltou mais a
fazer cinema?
No cinema você tem que
respirar cinema e eu respiro TV, acho que é isso.
Qual ou quais os trabalhos que mais se orgulha de
ter feito (critério deve ser pelo seu desempenho pessoal)?
Gostei de quase todos os
trabalhos que fiz, mas os que mais me identifiquei foram: Pacto de sangue,
direção do Herval Rosano, Kananga do Japão, direção da Tizuka, O Clone da
Gloria Perez e Vidas Opostas na Record do Marcilio.
Para finalizar, gostaria de saber se acredita ser
subestimado como ator pela crítica e pelo meio audiovisual.
Claro que não.