segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Raul Gazolla

Ator.
 
Como foi o inicio da sua trajetória artística?
Foi em Almería no Sul da Espanha, onde um amigo e eu montamos uma peça, minha primeira, chamada Amapola.
 
Você ficou nacionalmente conhecido quando protagonizou a novela ‘Kananga do Japão’. Quais as suas lembranças desse trabalho?
São as melhores possíveis. Fiz meu primeiro protagonista e a partir daí minha vida profissional começou a tomar outro rumo.
 
Entre 1987 a 1989, você participa das produções ‘Sassaricando’ (1987); ‘Fera Radical’ (1988) e; ‘Pacto de Sangue’ (1989) – sem contar a já mencionada ‘Kananga do Japão’ (1989) na TV Manchete. Quais eram as razões para “engatar” um trabalho no outro?
Acho que tive sorte e não queria recusar nenhum trabalho, a cada personagem que faço, sempre tem algo de muito interessante.
 
Muitos atores reclamam que trabalhar em telenovela é maçante, exaustivo. Você compactua com isso? Por que?
Não compactuo, com certeza fazer uma novela é sempre muito interessante, até mesmo por ser uma obra aberta.
 
Por um outro lado a telenovela torna o seu rosto e o seu trabalho conhecidos nacionalmente. Quais outros benefícios ela traz?
Fazer uma novela é sempre um exercício de memória. Todos os dias você tem que decorar textos diferentes e isso é muito bom para seu cérebro, é um ótimo exercício.
 
Como é “vender” sua imagem para comerciais? Quais as dores e as delicias de fazer um comercial?
Não há dores, só delicia. Se você aceita fazer um comercial é porque você aprova aquele produto e, ainda por cima será bem remunerado.
 
Em 1994 você atua na telenovela ’74.5 – Uma Onda no Ar’, como foi esse trabalho?
Sempre tive sorte de trabalhar com pessoas maravilhosas. Lembro-me de ter feito bons amigos como Murilo Rosa, Paulo Gracindo e Cecil Thiré, entre outros.
 
Quais as recordações de trabalho na TV Manchete?
Foram só positivas. Foi na TV Manchete que minha carreira decolou.
 
Com a falência da TV Manchete perdemos a única emissora que poderia se equiparar á Rede Globo em telenovelas?
Naquele momento pode até ser, mas hoje a Record está fazendo um trabalho belíssimo com suas novelas e suas minisséries.
 
Como ocorrem os convites para trabalhar em produções televisivas?
Da forma, mas simples possível. O Diretor quer você ou, o autor quer você, mesmo que você tenha sido sugerido pelo diretor de elenco da emissora.
 
Você teve algumas passagens em ‘Malhação’, como é trabalhar nessa produção que muitos críticos e atores consideram o “fim da linha” para profissionais com mais lastro?
Foi maravilhoso trabalhar em Malhação. Nenhum trabalho de Ator é ou será o fim da linha, quem diz isso está completamente enganado ou, não conhece a profissão.
 
A telenovela ‘Razão de Viver’ (1996) marca a sua única passagem no SBT. Como foi trabalhar nessa produção e na emissora?
Trabalhar com Del Rangel como Diretor, Ana Paula Arósio e Cassio Scapin, foi muito divertido e gratificante.
 
Seu trabalho está muito ligado á autora Glória Perez. Em quase todas as produções que ela assina você está presente. Pode nos contar sobre essa relação profissional/
Nossa relação profissional é muito pequena, apenas fiz dois trabalhos da Gloria, O Clone e América. Minha relação com a pessoa Gloria é maravilhosa, somos grandes amigos.
 
A maioria dos seus personagens está ligado a um núcleo mais voltado para o humor, para a descontração. Sente falta de papéis mais dramáticos?
Não sinto falta nenhuma do drama, adoro fazer comédia e se pudesse optar, só faria humor.
 
É fato que trabalhar com humor é mais difícil do que trabalhar com drama?
Eu acho que sim, fazer as pessoas rirem é mais difícil que fazê-las chorar.
 
Comente sua participação no programa ‘Zorra Total’, como surgiu o convite?
O Sherman me viu no espetáculo de humor que fiz durante cinco anos com meu Irmão Nelson Freitas e adorou, me fez o convite que aceitei prontamente.
 
‘Zorra Total’ é um dos programas mais massacrados pela crítica pelo tipo de humor que oferece ao público. O que pensa a esse respeito?
Veja todos os Atores que estão em Zorra Total!!! A maioria está com o Teatro lotado há anos. Leandro Rassun, Marcio Menes, Nelson Freitas, Fabiana Carla, Clarinha e todos os novos como, Marcos Veras, Rodrigo, Cathucha e apenas todos. Você acha mesmo que alguém está se importando com o que a crítica está falando. São novos comediantes que estão despontando e fazendo estória. Não se esqueça que Zorra Total é o programa de maior Ibope do sábado neste horário.
 
Atualmente seu vínculo de trabalho pertence a Rede Record. Como é trabalhar na emissora?
A Record está crescendo a cada ano. Eu adora estar em uma emissora que acredita no trabalho que está desenvolvendo e a cada trabalho se superando. Hoje a Record está em segundo lugar como emissora, mas em alguns programas estamos em primeiro. Se chegarmos junto da Globo em teledramaturgia, aí a coisa vai ficar bem complicada para a concorrente.
 
A Rede Record pretende chegar ao mesmo patamar da Rede Globo. Você trabalhou nas duas emissoras, acha possível que a Record chegue lá?
Acho muito possível, é só afinar alguns acordes e começaremos a incomodar bastante. Sem estarmos totalmente afinados já incomodamos!!!!
 
Como se prepara para atuar em cinema?
O trabalho no cinema é diferente de tudo. No cinema se grava de uma à duas cenas por dia, se gravar três é muito. Na TV se grava de 20 à 30 cenas, é bem diferente.
 
Por que após ‘A Hora Mágica’, seu último filme, não voltou mais a fazer cinema?
No cinema você tem que respirar cinema e eu respiro TV, acho que é isso.
 
Qual ou quais os trabalhos que mais se orgulha de ter feito (critério deve ser pelo seu desempenho pessoal)?
Gostei de quase todos os trabalhos que fiz, mas os que mais me identifiquei foram: Pacto de sangue, direção do Herval Rosano, Kananga do Japão, direção da Tizuka, O Clone da Gloria Perez e Vidas Opostas na Record do Marcilio.
 
Para finalizar, gostaria de saber se acredita ser subestimado como ator pela crítica e pelo meio audiovisual.
Claro que não.