Cineasta.
“Dos Restos e das Solidões” (2006) e “O Som do Tempo” (2010), são
curtas-metragens dirigidos por ele. “O Grão” (2008), estreia de Petrus Cariry
em longas, arrebatou mais de 30 prêmios em 50 festivais mundo afora e delineou
o que seria um cineasta promissor dentro do cenário audiovisual brasileiro.
O que te faz aceitar
participar de produções em curta-metragem?
Na
verdade, sou eu que produzo e dirijo todos os meus curtas-metragens.
Por que os curtas não
têm espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Simplesmente porque o curta não é um
formato comercial. Historicamente o curta-metragem é mais ligado aos estudantes
de cinema e cineastas que querem fazer algum experimento. Sendo que no Brasil,
eu acho que uma significativa parte dos realizadores usa o curta-metragem como
uma espécie de portfólio. Vejam o que eu posso fazer em curta. Para mim curta
metragem é um campo aberto para o cineasta fazer experiências, se um realizador
não tiver a coragem de experimentar em curta, no longa é que não vai. Já que os
riscos são maiores.
Na sua opinião, como
deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais público?
A internet poderia ser
um caminho viável para um primeiro contato da obra com o público, mas acho que
ainda é muito deficiente, principalmente para os filmes que foram pensados para
tela de grande. Acho que o lugar do curta-metragem deve ser o cinema e
televisão. Infelizmente nos cinemas só é possível assistir curtas dentro de um
festival ou mostras de cinema, já que não temos uma política de exibição de
curtas no circuito comercial. Na televisão é mais complicado, pois apenas umas
2 ou 3 emissoras se interessam em fazer a exibição de curtas.
É possível ser um
cineasta só de curta-metragem? Vemos que o curta é sempre um trampolim para
fazer um longa...
No meu caso, eu gosto de
ficar transitando entre o formato curto e de longa duração, antes de realizar o
meu primeiro longa-metragem “O Grão – 2007”, eu já tinha realizado quatro curtas-metragens
bastante premiados, principalmente o “Dos restos e das Solidões” que recebeu
mais de 20 prêmios nacionais e internacionais. Eu lhe respondo com total
franqueza, eu vou ficar transitando com total liberdade em todos os formatos de
audiovisual, independente de gênero ou duração.
O curta-metragem é
marginalizado entre os próprios cineastas?
Todos os cineastas que eu conheço adoram o
formato! Quem marginaliza é o mercado.
Pensa em dirigir um
curta futuramente?
Já realizei mais de oito
curtas-metragens, acabei de finalizar um novo longa-metragem que se intitula
“Mãe e Filha”. Acho que daqui as uns dois meses vou começar um novo projeto
chamado provisoriamente de “O Homem da Lua”, não sei ao certo se será um curta,
um média ou um longa-metragem. Independente da metragem o filme será feito. Vou
deixar os links de três curtas-metragens que eu fiz e disponibilizei no Vimeo:
A MONTANHA MÁGICA - http://vimeo.com/16770682
DOS RESTOS E DAS
SOLIDÕES - http://vimeo.com/17032665
A VELHA E O MAR - http://vimeo.com/17325417