sexta-feira, 9 de março de 2012

Luciano Amaral

Luciano é ator, conhecido pelo seu papel como Lucas Silva e Silva do seriado Mundo da Lua , na TV Cultura, já apresentou diversos programas (SBT, Canal 21, entre outros). Atualmente trabalha na PlayTV.


O que te faz aceitar participar de uma produção em curta-metragem?
Sempre recebo propostas para participar de curtas, mas a tendência é sempre receber roteiros com a mesma proposta. Acho q o fator principal para participar de um curta metragem é um bom roteiro e a possibilidade de fazer algo diferente do que já fiz.

Você sente alguma diferença de satisfação profissional entre fazer cinema, teatro e TV?
Acho que apesar de próximos e serem até certo ponto complementares, a satisfação profissional envolvida em cada um é diferente. Principalmente em teatro e cinema é onde conseguimos buscar a satisfação da experimentação, de buscar algo novo, abusar e testar. Já na TV não é sempre q você tem essa oportunidade, mas por outro lado possui na maioria dos casos uma visibilidade incomparável. A TV é muitas vezes um meio muito útil de fortalecer e propagar o trabalho que gostaríamos de fazer nos outros dois.

Por que os curtas não tem espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Por estar fora do modelo criado como algo rentável. Assim como temos espaço nas TVs para longas de todos os tipos, não entendo porque não abrir espaço para esses trabalhos também. Temos conteúdo de qualidade e quantidade suficiente para abastecer o mercado. Longas são constantemente editados, literalmente dilacerados por conta de tempo na grade, mas sempre estão presentes. Por trabalhar em TV atualmente e ser diretor artístico, esse é um ponto que venho brigando faz tempo, abrir espaço pra curtas na grade de programação. Espero que em breve tenhamos não só na PlayTv mas em outras também.

Como deveria ser a exibição de curtas para atrair mais público?
Acho q não percebemos isso no dia a dia, mas acredito que hoje consumimos mais curtas que antigamente. Isso por conta da Internet. Mesmo assim acredito que está longe do ideal e do potencial. Acredito que para atrair mais público a TV teria de fazer sua parte e colaborar exibindo-os. Muitos são contra a veiculação dos mesmos em TV, mas sou totalmente à favor. E isso seria bom para ambos os lados. Com a perda significativa de audiência da TV pra internet, além da diminuição de tempo do telespectador em frente à TV, o fato de colocar curtas na grade de programação vem de encontro ao desejo dos dois. Filmes mais curtos que se adaptem à essa nova realidade do telespectador, e por outro lado divulgação de um formato restrito e mal explorado pelo mercado.

Considera o curta-metragem um trampolim para fazer um longa?
Considero sim, pelo menos é o que vejo da maioria dos profissionais. Como sabemos o caminho não é nada fácil, mas ele serve de laboratório, experimentação e com o auxilio da internet atualmente, o que antes ficaria restrito à festivais, hoje pode ter uma visibilidade até considerável, abrindo o caminho para um longa.

Dá para o cinema nacional sobreviver sem subsídios?
Acho muito difícil. Pelo menos hoje é algo inviável do aspecto técnico. Produzir é muito caro hoje em dia, mesmo com o custo de equipamentos se tornando mais acessíveis com o passar dos tempos. Sem subsídios não seria possível termos a quantidade de produtos sendo lançados atualmente, por exemplo.

O que é necessário para vencer no cinema?
Para vencer no cinema é necessário uma série de fatores, não somente a questão financeira como a maioria pensa. Se engana também quem pensa que somente com técnica ou somente que um bom roteiro sejam suficientes para que determinado filme o faça alguém bem sucedido nessa área. O conjunto dos fatores é algo mais que necessário, se apoiar em profissionais de confiança é outro aspecto bem importante, mas acima de tudo, participar de festivais, se fazer reconhecido no meio e uma boa dose de divulgação são essenciais para que conheçam seu trabalho e o caminho seja duradouro.

Pensa em dirigir um curta futuramente?
Não, não almejo. Meu foco atual é bem diferente e estou concentrando minhas energias em outra área, mas o que não pode vir a acontecer e não descarto a possibilidade.

Qual é o seu próximo projeto?
Meu projeto atual é totalmente voltado à TV. Atualmente trabalho focado em programação jovem e na criação de produtos para esse público. Então posso dizer que meus projetos pro futuro são aqueles que venham de encontro ao que o jovem deseja consumir, mas prezando pela qualidade, com informação e bom gosto. Como disse anteriormente, abrir espaço na programação pra curtas de jovens diretores é um deles e espero que consiga em breve concretizá-lo.