terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Cinthia Zaccariotto

Atriz, iniciou sua formação no Teatro de Arena/SP, é também cantora, produtora e dramaturga. Escreveu o roteiro para o curta-metragem “Iniquidades” de Caio Zaccariotto Ferreira e atuou em “Meias Verdades” com direção de Marcelo Braga.
 
O que te faz aceitar participar de produções em curta-metragem?
Participei apenas em duas produções, uma como atriz e outra como roteirista. Para mim nesses dois momentos interessou o exercício. Pude nessas ocasiões ver a paixão dos produtores para concluir seus trabalhos. Não tenho experiência com produção que envolve verba de prêmios ou renúncia fiscal. Creio que a maioria dos cineastas que não estão na mídia trabalham assim e, quando aceito participar é por conta do envolvimento que aquele trabalho artístico provoca em mim. Fiz um longa como atriz onde pude me ver da mesma forma.
 
Por que os curtas não têm espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Não acompanho de perto a batalha de cineastas que produzem curtas para obter espaço na mídia. Creio que essa questão da mídia que relega “trabalhos menores" abrange todas as áreas artísticas e suas manifestações. Quem não tem o olhar da mídia não tem o espaço que necessita para ir adiante com sua criação. É muito sofrido realizar e não ser visto e reconhecido.
 
Na sua opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais público?
Sou apenas público em alguns festivais e não tenho opinião formada sobre um formato a ser proposto para exibições, com objetivo de formação de público. Mas, a experiência em teatro me dá respaldo para acreditar que não se forma platéias para esta ou aquela manifestação artística sem que haja sensibilização, preparo, educação ( com letra maiúscula). “O buraco é mais embaixo"!!!
 
É possível ser um cineasta só de curta-metragem? Vemos que o curta é sempre um trampolim para fazer um longa...
De fato, empiricamente posso dizer que é o que percebo.  O curta-metragem é um "laboratório " para a maioria dos cineastas. Ou será que não? Acredito que é possível o artista escolher um determinado caminho porque acredita nele, e se debruçar, se especializar. Entretanto, a criação gera inquietação....
 
O curta-metragem é marginalizado entre os próprios cineastas?
Não sei. Não circulo entre cineastas e conheço poucos.
 
Pensa em dirigir um curta futuramente?
Nunca pensei. Meu campo de atuação é o teatro. Alí me reconheço. Mas, adorei fazer cinema, tanto escrever roteiro quanto atuar. Não sei onde essa vivência pode me levar!