O QUE DISSERAM DE
R.F.LUCCHETTI
Rubens
Francisco Lucchetti, um brasileiro que escreve ótimos contos policiais.
Policial em Revista, nº 167. Rio de Janeiro, abril de
1948
Rubens
Francisco Lucchetti (...) é moço conta com 17 anos de idade (...). Esforçado,
estudioso, pode ser muito comparado com um escafandrista que vive nas regiões
abissais deste duro realismo, donde, de quando em quando, surge com uma de suas
preciosidades literárias para apresentar aos amigos e admiradores, pelas
colunas de jornais e revistas. Ao compará-lo com um escafandrista eu quero
referir-me às suas condições de vida que o irritam e revoltam, ansioso para
viver no mundo das ideias, livre das garras da realidade.
Washington Rodrigues de Oliveira. (Autor do livro: ‘Uma
Revolução em Marcha’, em que contesta a Teoria da Relatividade de Einstein).
Diário da Manhã, Ribeirão Preto, 24 de agosto de 1948.
Muito
moço ainda, Rubens Francisco Lucchetti tem escrito para este jornal artigos que
chamam a atenção geral e agradam bastante, não só devido ao fato de serem
escritos corretamente, literalmente falando, como também, porque encerram
assuntos importantes e raramente abordados. Em São Paulo, revista especializada
publica contos de sua autoria, que, aliás, ótimo desenhista, faz as ilustrações
desses seus trabalhos. Estudioso, inteligente e dedicado às letras, Rubens
Francisco Lucchetti tem à sua frente, como intelectual, esplêndido futuro.
Diário da Manhã. Ribeirão Preto, 2 de fevereiro de 1949.
(...)Rubens
Francisco Lucchetti, nosso colaborador de S.Paulo, segue as pegadas dos
clássicos, dando-nos uma viva impressão do meio em que se desenrola o tema. Até
mesmo os nomes dos personagens contribuem para tanto, bem como o método adotado
na confecção do trabalho. Rubens promete, sem dúvida.
Policial em Revista nº 184. Rio de Janeiro, setembro de
1949.
Muito
apreciamos seus trabalhos de critica literária, que revelam um espirito agudo e
observador.
Raimundo de Souza Dantas (Escritor). Policial em Revista
nº 189. Rio de Janeiro.
O
moço Rubens transforma os seus lazeres em momentos de beleza duradora e está
sempre fazendo o seu caminho atravessado de motivos rebustecedores do seu
espirito inquieto, e que projetam luz, e alarguem, pelos clarões, a sua visão
das coisas.
J.Guimarães França (jornalista e radialista). Suplemento
Especial do Diário de Noticias. Ribeirão Preto, março de 1960. O autor
refere-se à “Semana Chapliniana”.
Vocês
verão, caros leitores, como possuímos também a nossa literatura policial e tão
boa quanto às outras. Recomendamos principalmente o contato “A Biblioteca” em
que se note no autor alguma semelhança com Edgar Allan Poe. Nota-se que, sem
dúvida Lucchetti sofre grande influência do genial poeta americano.
Emoção nº 69, São Paulo, maio de 1963.
Rubens
Francisco Lucchetti, sem dúvida um dos maiores estudiosos brasileiros da obra
de Chaplin.
Alex Viany. Chaplin Ensaio-Antologia de Carlos Hitor
Cony, Rio de Janeiro, 1967.
Quando
se instalou a Editora Outubro, em 1959, havia na lista de suas publicações
também uma série de pocket-books, chamada de Super Bolso, na qual saiu, em
1963, o título ‘Noite Diabólica’, que reunia uma série de contos de R.F.Lucchetti,
ilustrados por Jayme Cortez. Esse volume, aparentemente despretensioso, foi o
primeiro livro de terror escrito no Brasil.
Rodolfo Piper. O Grande Livro do Terror, São Paulo, 1978.
Nosso
escrete de artistas nacionais é reforçado com a chegada de dois nomes bastante
importantes e com um passado bem enaltecedor: Rubens Francisco Lucchetti e Nico
Rosso. Lucchetti é um dos roteiristas mais prolíficos do Brasil, autor de
inúmeros argumentos, pesquisas e ensaios sobre o macabro. Seu parceiro
predileto, Nico Rosso, já é bastante conhecido pelos apreciadores.
Otácilio d’Assunção Barros. Spektro nº 4, Rio de Janeiro,
janeiro de 1978.
Já
nas livrarias o romance policial “O Crime da Gaiola Dourada”, de R.F.Lucchetti,
que nada mais nada menos do que o roteirista predileto de Zé do Caixão. Além de
novelista inveterado (...) dedica-se também às histórias em quadrinhos e ao
desenho animado. Como “quadrinista” ele formou dupla com os maiores desenhistas
do país, já tendo trabalhado para a “Kripta”, “O Estranho Mundo de Zé do
Caixão” e outras, sendo que mordeu um prêmio em França (1963) pelo filme
“Tourbillon”, produziu quando recém-inaugurava o Centro Experimental de
Ribeirão Preto ao lado de Bassano Vaccarini.
Nelson Motta. O Globo, Rio de Janeiro, 16 de outubro de
1979.
(...)
Posteriormente, o escritor Rubens Francisco Lucchetti propôs a Rosso (Nico)
fazer ‘Nosferatu’, uma personagem que, no âmbito do terror, apresentava
características novas, mais sutis, com significado erótico-psicológico, as
quais modificaram, a partir dali, a orientação das histórias de terror
brasileiras.
Vasco Granja. Tintin (12º ano) nº 2, Porto. 24 de
novembro de 1979.
Até
algum tempo atrás, apesar dos pesares, a literatura urbana carioca se
restringia a poucos autores. (...). Hoje, talvez felizmente, as coisas tenham
mudado e grande parte da literatura brasileira, aborda temas cariocas ou, pelo
menos, escolhe o Rio de Janeiro como ambiente. Desde um livro ainda inédito de R.F.Lucchetti,
escritor paulista (...) talvez seja o mais carioca, melhor, especificamente
carioca, por sua linguagem tradicional, quase clássica, onde as personagens,
reunidas às paisagens, formam um todo completo, acabado. Sendo também um livro
universal, pelos dramas e sentimentos que trata de resto comuns a todos os
homens de qualquer subúrbio e cidade grande, com suas misérias e picuinhas, é
também um romance carioca.
José Edson Gomes. Revista Diners, Rio de Janeiro,
fevereiro de 1980.
“A
Maldição da Múmia” é um filme de terror mais vai além do cinema de terror, um
filme épico (...) e angulação de histórias de quadrinhos, o roteirista é
artista plástico e da palavra no espaço visual chamado Rubens Francisco
Lucchetti de quadrinhos e terror que fez novela de rádio e mora na Ilha do
Governador sem casa própria...
Gilberto Vasconcellos. Folha de S.Paulo, 17 de maio de
1981.
Também
peça importantíssima, talvez origem da parte substancial da criatividade tão
bem absorvida e posta em prática por Ivan Cardoso, é o roteiro de Rubens
Francisco Lucchetti, muito conhecido como autor de histórias em quadrinho.
Carlos Fonseca. Última Hora – Revista. Rio de Janeiro, 6
de dezembro de 1982.
‘O
Segredo da Múmia’ é principalmente um filme sobre o cinema de terror. (...)
roteiro de Rubens Francisco Lucchetti, depois que a produção conseguiu algum
financiamento da Embrafilme. Lucchetti, autor de histórias em quadrinhos,
roteirista assumido dos primeiros e originais filmes de José Mojica Marins
(...) alinha personagens e situações típicas de policiais e filmes de horror
com humor e precisão por toda equipe.
Edmar Pereira. Jornal da Tarde, São Paulo 21 de outubro
de 1982.
Considerado
superior até mesmo a algumas histórias de Agatha Christie, esta trama
inteligente e precisa, repleta de emoção e de fino humor, é uma agradável
surpresa para o leitor. (...) Desenhando seus personagens com invulgar
habilidade, “O Crime da Gaiola Dourada” revela todo talento de R.F.Lucchetti,
escritor digno de figurar entre os melhores do gênero.
Revista do Livro nº 48 – São Paulo.
Janeiro/Fevereiro/Março de 1983.
Eu
passei a maior parte de minha vida entre doutores entulhados de diplomas até a garganta,
e por isso não tenho qualquer ilusão a respeito. Na verdade, quando tenho
escolha, prefiro passar uma tarde batendo papo com o meu grande amigo Rubens
Francisco Lucchetti, -- que não tem título nenhum, mas é a coisa mais parecida
com um gênio que eu já conheci...
Geraldo Maia Campos. Dr.Prof. Emérito titular em
Patologia da Faculdade de Odontologia da USP de Ribeirão Preto. Diário da
Manhã, Ribeirão Preto. 31 de agosto de 1983.
(...)
Reforçando nossa hipótese da presença dos ideais românticos do século XIX no
cinema de Mojica, lembramos aqui a profícua parceria deste com o escritor e
roteirista Rubens Francisco Lucchetti, “pai” da literatura de horror e suspense
no Brasil e quase um avatar de Edgar Allan Poe.
Josette Monzani. Terror Cinematográfico Brasileiro. In
Olhar Cinema, 2006
“O
caminhão correndo por estrada meio escura. Vento forte agitando a vegetação e
os galhos de árvores. Nuvens negras, correndo baixas e prenunciando
temporal...”. A leitura do roteiro de Rubens Lucchetti mão deixa qualquer
dúvida quanto à familiaridade do território, pois já nos encontramos muitas
vezes com essas imagens, clichês audiovisuais da cultura de massa contemporânea
que a obra cinematográfica de Ivan Cardoso vem revivendo e trabalhando com
talento. (...) Roteirista e diretor, quando querem, usam e abusam das fórmulas
prontas, sempre com a intenção de dar-lhes uma nova roupagem.
João Luiz Vieira. Caderno de Crítica nº 2. Embrafilme,
Ministério da Cultura, 1986.
A
imaginação febril de Lucchetti, é impressionada pelos velhos castelos, pelas
casas decrépitas, pelas cavas húmidas e pelos corredores escuros por onde
sopram os ventos do além, pressentindo presença fantasias, lugares tais jamais
visitados mas nelas trafega com a mesma desenvoltura de quem lá sempre esteve.
Tem
uma carta de Graciliano Ramos para sua sobrinha Beatriz que diz: “Você escreve
sobre situações que não vive, personagens que desconhece, sua história fica
irreal, escreva sobre você, suas experiências, coisas que vivencia, que
conhece."
Eu
concordo particularmente com relação ao caso da sobrinha, mas vejo que tu
consegue, numa situação estranha, colocar realidade na ficção distante. Esta
capacidade é um misto de invenção e magia que faz o transporte do artista a
mundos outros que não o seu.
Por
isto temos a capacidade de sentir e viver outras emoções que não as do
cotidiano. Escrever e viajar na história é uma graça mediúnica e tu tens esta
graça.
Em
carta enviada ao autor por Carlos Augusto.
Brasília,
janeiro de 2009
(o
missivista é ator e teatrólogo)
Allan
Poe, o mestre do gótico tem segredos revelados por seu maior discípulo
brasileiro, o escritor R.F.Lucchetti.
Conhecimento Prático Literatura nº23, São Paulo, 2009.