Ana é atriz, filha dos atores Paulo José e Dina Sfat, participou e episódios
do seriado ‘A Grande Família’e ‘Geral.com’. Atuou no espetáculo teatral ‘A Mecânica das Borboletas’.
O que te faz aceitar
participar de trabalhos em curta-metragem?
Em geral participo de curtas de amigos, então sempre tem uma
questão mais pessoal. Mas claro que o roteiro é o que mais me norteia quando
opto por um determinado curta.
Por que
os curtas não têm espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Olha, também não sei. Mas acho
que em geral temos muito pouco espaço de mídia para a arte num todo, uma vez
que temos praticamente o monopólio de um único jornal de grande circulação, que
acaba determinando muito o que "deve ser visto ou não". Me interesso
muito pela imprensa eletrônica justamente por ver que há mais espaço de
divulgação e intercâmbio de linguagens, fora o fato de que o leitor pode
interagir imediatamente com o que lê, o que torna tudo muito mais
interessante.
Na sua
opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais público?
Todos as salas de cinema no
Brasil deveriam ter a obrigação de antes de qualquer filme , nacional ou não, a
exibição de um curta-metragem nacional. Isso geraria um mercado imenso de
curta- metragem no país!
É
possível ser um cineasta só de curta-metragem? Vemos que o curta é sempre um
trampolim para fazer um longa...
Acho que sim. Esta linguagem mais
de síntese que o curta exige pode, e deve ser cada vez mais explorada
verticalmente, radicalmente. Por estas características vejo curta metragem como
uma linguagem muito exigente e instigante! Mas na prática o que se vê é que
como está cada vez mais difícil conseguir captar recursos para a realização de
um longa , o curta acaba suprindo uma necessidade de expressão artística
pessoal, sendo muitas depreciado por aqueles que o realizam.
O curta-metragem é marginalizado entre os próprios cineastas?
Um pouco. Mas espero que isto mude. É a mesma
ignorância de dizer que assistente de direção de cinema é um trampolim para
dirigir. Ser um bom assistente de direção em cinema é quase tão importante
quanto o diretor, e os que são, são disputados a tapas pelos diretores, e
nem todos querem necessariamente dirigir. A linguagem de curta deveria se
firmar com a mesma autonomia.
Pensa
em dirigir um curta futuramente?
Quem sabe, um dia, me atrevo.