UNA CHICA APELIDADA MARTA MOYANO
La chica Marta Moyano, argentina de Buenos Aires, nascida proficientemente em 1951, (foi o que ela sempre sugeriu e o que constava nos contratos por ela assinados em quatro filmes que ela trabalhou, produzidos e dirigidos por mim), e não corri atrás pra saber se era verdadeira sua naturalidade platinamente geográfica.
A garota Moyano chegou a Pindorama em 1970, para aqui, graças a Deus, (apenas um força de expressão minha, pois cineastas tendem ser laicos) se radicalizar em todas as dimensões. Bastava-me, como referência artística e plástica de seu aparentemente dócil ser, seus longos e lisos cabelos cor de sol, que esquentavam incontinenti meu sorriso maroto de diretor e fã outsider, cabeleira, aliás, que ela deleitosamente e mecanicamente jogava a cada dez segundos pra trás.
Seus lábios carnudos sempre desejosos em aparecer malandramente proeminentes em estética ondulação de curvaturas mil, agregados pela mãe natureza à sua lânguida língua úmida e lasciva suave-pink, sempre se descortinava ao além-carnal, quando se enrolava no seu sexy, sublime e indefectível portenhol.
Seu corpo exageradamente alvo qual uma provocante ingênua pureza, corpo escultural e loucamente natural, donde seios em formato de pera desabrochavam gloriosos, deslumbrantes e inigualáveis, e cujos bicos rosáceos e regiamente nodosos, oh, poderiam ser abocanhados a integra por bocas epidermicamente gulosas. Pareciam uma pintura em 3D de Renoir. Sua pele macia tal qual uma seda angelical transcendia-se ao bom senso anárquico de qualquer ser originalmente lascivo.
Cada um de seus vivos poros ávidos em contracenar com a –pecaminosa- vida que se perfilava diante às luzes da ribalta dos sets de filmagem e focados pelas lentes do desejo bestial, (bem que poderiam ter, os poros, um nome ou um apelido), hipnotizavam espectadores físicos in loco e virtuais por correspondência imaginária.
Ainda, seu andar propositalmente sacana, estudado nos mínimos detalhes perversos, passos de esteta malandra, enfeitiçava com sua sensualíssima marcha erotizada extra poética, fantasiosos caminhos asfaltados pelo total regozijo ardiloso, passos que se desenvolviam rumo ao Nirvana da sofreguidão humana, maldosamente terráquea.
E não é que ela me foi gloriosamente apresentada em 1973 pelo genial e saudoso diretor Alberto Pieralisi, quando produzi, “Oh que Delícia de Patrão”, com a Marta Moyano contracenando ao lado de outra loucura em forma de atriz/femeal: a miss Brasília, Geórgia Quental. Também no elenco deste filme, Jorge Dória e esse que vos escreve humildemente, entre outros belíssimos artistas fílmicos. Quanta honra!
Desconheço atualmente seu paradeiro físico, mas me hipnotizo espiritualmente, todavia, quando dela me manifesto em exuberantes detalhes férteis e saudosos. Marta Moyano não era só uma bela chica portenã, enlouquecedora de anseios que, à contramão de quem não sublima a arte do belo, proliferava à - voraz- sociedade masculina e, acreditem, à feminina.
A moça sabia conduzir-se com talento diante das câmeras.
Profissional como poucas, altamente respeitada pelos pares com quem contracenava, dava seu artístico recado talentoso, anunciando sempre com sua exótica participação um novo sucesso de público, através das telas de cinema.
Ganhei muito dinheiro como empreendedor de fotogramas com sua parcial participação, diga-se de passagem, e, talvez, eu tenha pagado, como seu produtor, à época, o não suficiente por tudo que ela e outras campeãs de bilheteria me ofertavam como atrizes, nas bilheterias, Brasil afora. Infelizmente, hoje, sou mais um desses cineastas com pires na mão, à –ignóbil- dependência do Sistema Cinematográfico Brasileiro - tupiniquim, como tantos outros colegas veteranos e de muito sucesso, à espera de realizar um novo filme.
Bom, esse papo fica pra outra oportunidade que poderá ser descortinado neste prestigiosíssimo blog do Rafa.
Trajetória fílmica e de sucesso de Marta Moyano.
CAFÉ NA CAMA (1973) DE ALBERTO PIERALISI
OH, QUE DELÍCIA DE PATRÃO (1973) DE ALBERTO PIERALISI
MOTEL (1975) DE ALCIMO DINIZ
COM AS CALÇAS NA MÃO (1976) DE CARLO MOSSY
O HOMEM DA CABEÇA DE OURO (1976) DE ALBERTO PIERALISI
O VARÃO ENTRE AS MULHERES (1976) DE LUIZ ANTÔNIO PIÁ
O SEXOMANÍACO (1976) DE CARLOS IMPERIAL
O MULHERENGO (1977) DE FAUZI MANSUR
AS MASSAGISTAS PROFISSIONAIS (1977) DE CARLO MOSSY
DONA FLOR E SEUS DOIS MARIDOS (1977) DE BRUNO BARRETO
NEM AS ENFERMEIRAS ESCAPAM (1977) DE ANDRÉ JOSÉ ADLER
O GARANHÃO NO LAGO DAS VIRGENS (1977) DE MARCOS LYRA
MANICURES A DOMICÍLIO (1977) DE CARLO MOSSY
UM MARCIANO EM MINHA CAMA (1981) DE CARLOS IMPERIAL
P.S. Ouço, enquanto escrevo essas saudosas linhas efervescentes, um tango concreto, sob a condução do compositor e músico igualmente argentino, Astor Piazzolla, a fim de emoldurar e sincronizar neste contextual, a inolvidável e belíssima figura de dama e atriz Marta Moyano.
Carlo Mossy é diretor, ator, produtor, roteirista de cinema e colunista do blog Os Curtos Filmes.