Um
Multilinguagem de Fato
O cineasta Neville
D’Almeida, foi um dos ícones do cinema marginal, porém foi maior que isso, foi
além.
É um artista
multiliguagem na acepção da palavra. Ir além das exibições cinematográficas e
bate-papo permitiria ao público a oportunidade de acompanhar com mais amplitude
as suas ideias.
Provocador e
iconoclasta, Neville D’Almeida sempre mexeu com as estruturas quando nelas
transitava. Remodelou o conceito do cinema ao utilizar slides, o conceito de
arte com a série Cosmococas, onde surge o Quase-Cinema, com o teatro ao ir além
das simples adaptações entrando com contundência na alma dos escritores. Ao
convidar Jorge Mautner para escrever seu primeiro roteiro uniu a lírica musical
e o seu poeta marginal e abalou os ditames da sétima arte.
Jamais se
prendeu aos cânones, foi sempre além.
Neville não
pode ser classificado como cineasta, artista visual ou fotógrafo. É artista!
Rompeu barreiras territoriais de forma completa e complexa.
Sempre impôs
a si desafios que exigiam uma pluralidade de conhecimentos e experiências, indo
com o pensamento para as mais variadas direções.
O que nos
aproxima de Neville é que, fora os sucessos, obteve também fracassos, foi
incompreendido sob a forma de ataques duros, foi vaiado, rejeitado e mesmo
assim seguiu adiante, firme com as suas ideias. “Só vencer dá desânimo”, disse
Neville.
‘Neville D’Almeida
– Além Cinema’ é a oportunidade de colocar a história de Neville D’Almeida e do
Cinema Marginal no eixo. Venham ao Sesc Santo Amaro e confiram.
Rafael Spaca, radialista, autor do blog Os Curtos Filmes (http://oscurtosfilmes.blogspot.com/)