Cláudio Curi é um ator e cantor. Atuou na telenovela ‘A
Escrava Isaura’ (versão da TV Record). No Cinema, entre outros, esteve em 'O
beijo da Mulher Aranha' de Hector Babenco, 'Forever' de Walter Hugo
Khouri, 'Capitalismo Selvagem' de André Klotzel e 'Boleiros' de Ugo
Giorgetti.
O que te faz aceitar
participar de produções em curta-metragem?
Geralmente são participações afetivas,
pois, nós atores, somos muito solicitados pelos estudantes de cinema e as
produções de curtas geralmente não têm cachês para os atores profissionais.
Aceitamos. também, quando gostamos do roteiro ou quando, como já disse acima,
somos ligados, por amizade, com algum cineasta como foi o caso do último curta
que fiz Sonho de Valsa, de Beto
Besant, filme este que já participou de vários festivais.
Por que os curtas não têm espaço em
críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Porquê são pouco exibidos, geralmente
participando de mostras específicas ou de festivais de
cinema. Normalmente, os curtas não têm a mesma atenção da mídia e
dos críticos, os quais são mais voltados para os longas-metragens.
Na sua opinião, como deveria ser a exibição
dos curtas para atingir mais público?
Acredito que deveria existir uma cota
obrigatória para exibição dos curtas. Antigamente, nas salas de cinema tínhamos,
antes da exibição do longa, os complementos nacionais, ou seja, "os
jornais" como eram chamados. Atualmente, só propaganda (em excesso) e
trailers. Por que não a exibição de um curta, como complemento, antes do longa?
Tomaríamos conhecimento de jovens cineastas, promissores, que, certamente,
depois, fariam carreira em longas-metragens.
É possível ser um cineasta só de
curta-metragem? Vemos que o curta é sempre um trampolim para fazer um longa...
Acho que sim, dependendo da visão do
cineasta. Mas, acredito eu, o curta geralmente serve de trampolim para o longa
que, penso eu, seja a ambição de qualquer cineasta, bem como para ótimos
trabalhos em televisão, como ocorre com vários.
O curta-metragem é marginalizado entre os
próprios cineastas?
Não creio. Acho que cineasta é cineasta,
seja de curtas, quanto de longas. O que importa é o amor pelo cinema.
Pensa em dirigir um curta futuramente?
Não,
não penso, embora seja cinéfilo e adore cinema. Meu trabalho é o de ator,
diante das câmeras, que é o que eu gosto de fazer.