sexta-feira, 6 de junho de 2014

Magda Edite

 
Atriz. Atuou nos filmes ”As 12 estrelas”, com direção de Luis Alberto Pereira e “Só pelo amor vale a vida”, com direção de Carlo Mossy. Na televisão destaca-se a sua atuação em “Vende-se um véu de noiva”, no SBT.
 
O que te faz aceitar participar de produções em curta-metragem?
São vários os fatores: o profissionalismo das pessoas envolvidas, o personagem, o roteiro, a remuneração. A seriedade e credibilidade de tudo. Em geral os convites são feitos a nós atores e sem cachê. Infelizmente isto não é mais possível. Não dá pra atuar por amor a arte simplesmente. Todo trabalho deve ser pago porque é trabalho e atuar deve ser lembrado como sendo uma profissão remunerada. A importância no profissionalismo não deve ser agregada como meta. Algo feito por amadores de maneira puramente aventureira e experimental não me agrada. O desafio do novo é algo que me move. A não rotina do ator em novos trabalhos é algo motivador.
 
Conte sobre a sua experiência em trabalhar em produções em curta-metragem.
Como os convites foram ocorrendo em épocas diferentes. Cada caso foi um caso. Confesso que me arrependi de ter participado de pelo menos 2 deles porque depois não gostei nada do resultado final. Alguns foram muito gratificantes, sendo premiados, exibidos e tendo repercussão não esperada ou melhor sim, desejada sempre. Todos os trabalhos serão sempre de descobertas. Eu tenho um pouco de fama de reclamar, mais é que não consigo me calar quando vejo a falta de profissionalismo e ética profissional.
 
Por que os curtas não têm espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
É lamentável, mais acontece. Eu sinceramente acredito que seja porque há uma quantidade muito grande de curtas. Acaba ficando difícil selecionar filmes de qualidade. Parecem que tratam o curta como um grande atacadão, algo como liquidação pela grande quantidade. Algo que não é cultural e algo que não da lucro. É uma pena quem sabe um dia isto tudo possa mudar. Não sei se o público de curtas é também minoria.
 
Na sua opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais público?
Poderia ser melhor divulgado em cidades pequenas. Acredito que em cidades do interior onde a precariedade cultural é grande levando a delinquência o sucesso com exibições constantes de curtas seria algo muito promissor, prazeroso, gratificante, eficaz. Eu realmente acredito nisto.
 
O curta-metragem para um profissional (seja ele da atuação, direção ou produção) é o grande campo de liberdade para experimentação?
Sim, são como degraus, são exercícios sérios muitas vezes com resultados acidentais satisfatórios ou não. Aprendizados constantes e muito prazerosos. O trabalho em equipe realmente é algo desafiador, mas o diretor tem uma grande importância. Ele deve ser exigente ,qualificado e principalmente ter feelling. Não podemos esquecer que os gostos pessoais são tão diversificados que acaba ficando difícil agradar a todos. Tem uma frase que diz: gosto não se discute, mais bom gosto sim.
 
O curta-metragem é um trampolim para fazer um longa? 
Trampolim não acredito ser a palavra mais correta. O curta é um grande exercício para fazer um longa. Como uma música, ele corresponde a uma frase musical, são necessários muitos curtas para que se possa realmente fazer um longa com chances maiores de sucesso.
 
Qual é a receita para vencer no audiovisual brasileiro?
Quando se fala de arte acredito não ter receita alguma, é preciso ter talento, dom, aptidão. Os resultados de trabalhos dependem de muita dedicação e paixão. Sempre teremos descobertas geniais e as oportunidades sempre existirão. A sorte também é algo tão inesperado mais existente que não podemos esquecer-nos de desejá-la.
 
Pensa em dirigir um curta futuramente?
Não gosto muito de estar deste lado, prefiro atuar sempre. Mas somos seres tão mutantes que nunca devemos fechar portas.