Atriz.
Atuou nos filmes ”As 12 estrelas”, com
direção de Luis Alberto Pereira e “Só pelo amor vale a vida”, com direção de Carlo
Mossy. Na televisão destaca-se a sua atuação em “Vende-se um véu de noiva”, no SBT.
O que te faz aceitar participar de produções
em curta-metragem?
São vários os fatores: o profissionalismo das pessoas envolvidas, o
personagem, o roteiro, a remuneração. A seriedade e credibilidade de tudo. Em geral
os convites são feitos a nós atores e sem cachê. Infelizmente isto não é mais
possível. Não dá pra atuar por amor a arte simplesmente. Todo trabalho deve ser
pago porque é trabalho e atuar deve ser lembrado como sendo uma profissão
remunerada. A importância no profissionalismo não deve ser agregada como meta. Algo
feito por amadores de maneira puramente aventureira e experimental não me
agrada. O desafio do novo é algo que me move. A não rotina do ator em novos
trabalhos é algo motivador.
Conte sobre
a sua experiência em trabalhar em produções em curta-metragem.
Como os convites foram ocorrendo em épocas diferentes. Cada caso foi um
caso. Confesso que me arrependi de ter participado de pelo menos 2 deles porque
depois não gostei nada do resultado final. Alguns foram muito gratificantes,
sendo premiados, exibidos e tendo repercussão não esperada ou melhor sim, desejada
sempre. Todos os trabalhos serão sempre de descobertas. Eu tenho um pouco de
fama de reclamar, mais é que não consigo me calar quando vejo a falta de
profissionalismo e ética profissional.
Por que os curtas não têm espaço em críticas
de jornais e atenção da mídia em geral?
É lamentável, mais acontece. Eu sinceramente acredito que seja porque há
uma quantidade muito grande de curtas. Acaba ficando difícil selecionar filmes
de qualidade. Parecem que tratam o curta como um grande atacadão, algo como
liquidação pela grande quantidade. Algo que não é cultural e algo que não da
lucro. É uma pena quem sabe um dia isto tudo possa mudar. Não sei se o público
de curtas é também minoria.
Na sua opinião, como deveria ser a
exibição dos curtas para atingir mais público?
Poderia ser melhor divulgado em cidades pequenas. Acredito que em
cidades do interior onde a precariedade cultural é grande levando a delinquência
o sucesso com exibições constantes de curtas seria algo muito promissor, prazeroso,
gratificante, eficaz. Eu realmente acredito nisto.
O curta-metragem para um
profissional (seja ele da atuação, direção ou produção) é o
grande campo de liberdade para experimentação?
Sim, são como degraus, são exercícios sérios muitas vezes com resultados
acidentais satisfatórios ou não. Aprendizados constantes e muito prazerosos. O
trabalho em equipe realmente é algo desafiador, mas o diretor tem uma grande
importância. Ele deve ser exigente ,qualificado e principalmente ter feelling.
Não podemos esquecer que os gostos pessoais são tão diversificados que acaba
ficando difícil agradar a todos. Tem uma frase que diz: gosto não se discute,
mais bom gosto sim.
O curta-metragem é um trampolim para
fazer um longa?
Trampolim não acredito ser a palavra mais
correta. O curta é um grande exercício para fazer um longa. Como uma música,
ele corresponde a uma frase musical, são necessários muitos curtas para que se
possa realmente fazer um longa com chances maiores de sucesso.
Qual é
a receita para vencer no audiovisual brasileiro?
Quando se fala de arte acredito não ter receita alguma, é preciso ter
talento, dom, aptidão. Os resultados de trabalhos dependem de muita dedicação e
paixão. Sempre teremos descobertas geniais e as oportunidades sempre existirão.
A sorte também é algo tão inesperado mais existente que não podemos esquecer-nos
de desejá-la.
Pensa em dirigir um
curta futuramente?
Não gosto muito de estar deste lado, prefiro atuar sempre. Mas somos
seres tão mutantes que nunca devemos fechar portas.