sexta-feira, 13 de junho de 2014

Ruy Veridiano

 
Roteirista, produtor e cineasta. ‘Pinball’ e ‘Bebete e Daniboy’, são dois curtas-metragens que contam com a sua assinatura.
 
Qual é a importância histórica que o curta-metragem tem no cinema brasileiro?
O curta metragem é um formato próprio. Como o conto. Cortázar dizia que o romance pode ganhar por pontos, mas o conto só por nocaute. Pra mim essa lógica vale pro curta. Como o curta metragem é um formato mais barato e com zero pressão de mercado, é predominantemente por ele que conhecemos o trabalho e voz autoral dos cineastas brasileiros.
 
Por que os curtas não têm espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Os jornais têm páginas finitas e tem que escolher dentre um enorme universo o que vão pinçar. Não é fácil, pra nenhum filme, especialmente o curta metragem que em geral só pode ser visto em festivais ou na internet, quando o circuito dos festivais já passou.
 
Na sua opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais público?
Quando eu era criança, antes de assistir um longa metragem se assistira um curta. Acho uma boa ideia. O Canal Brasil passa curtas metragens e na internet também se encontram infinitos curtas. Acho que naturalmente o curta encontrará o seu público.
 
Desde que seja interessante, bem feito e tenha algo a dizer.
 
Explique seu processo de criação neste trabalho. Quais as dificuldades que encontrou?
Scorcese diz que o mais difícil é fazer o mesmo filme o tempo todo. Acho que a maior dificuldade é essa, estar fiel a missão de fazer aquele específico filme.
 
O curta-metragem é marginalizado entre os próprios cineastas?
De maneira alguma. Acho que todo cineasta ama o curta metragem, porque é uma manifestação do Cinema.
 
Pensa em dirigir um curta futuramente?
É claro! Não faltam roteiros...