Atriz. É produtora executiva
da Cia Mungunzá de Teatro
O que
te faz aceitar participar de produções em curta-metragem?
Acredito que
a paixão pela "telona", pelo cinema, é o que faz o ator aceitar
participar dessas produções (e claro que um bom roteiro é fundamental, também).
O cinema, assim como o teatro, ainda é uma arte pouco valorizada nacionalmente
fazendo com que as produções não tenham o apoio financeiro suficiente para
pagar cachês dignos para os atores, quiçá para a equipe técnica.
As leis de
incentivo fornecidas pelo governo ainda não são suficientes para suprir toda a
necessidade das produções. O país
precisa entender que curta-metragem é trabalho, cinema é trabalho, teatro é
trabalho e as pessoas envolvidas em todos esses papéis precisam receber
dignamente para que possam viver e não somente sobreviver.
Enfim, a paixão
é o que me guia, sempre!
Por que os curtas não têm espaço em críticas de jornais e atenção da mídia
em geral?
Quase não
existe incentivo para as produções e a mídia quer notícia,
"burburinho", quer mostrar ou mesmo criticar o que está dando o que
falar.
Na sua
opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais público?
Acredito que
para começo de conversa um bom caminho seria a exibição de curta-metragem
antes do início de qualquer filme em todas as salas de cinema do país. As
pessoas não assistem aos curtas-metragens produzidos, pois na maioria das vezes
falta acesso e informação de onde assistir. Então o acesso estaria ali, diante
delas. Tem muita coisa de qualidade no país, mas que não tem a oportunidade
necessária.
É possível ser um cineasta só de curta-metragem? Vemos que o curta é sempre
um trampolim para fazer um longa...
Não tenho
muito parâmetro, mas eu acredito que não. Tenho amigos cineastas, e
realmente eles começam fazendo um curta-metragem, sempre pensando em algum
momento rodar um longa-metragem.
O curta-metragem é marginalizado entre
os próprios cineastas?
Acredito que
não, uma vez que a maioria deles começa por esse caminho...
Pensa em dirigir um curta futuramente?
Nunca pensei
sobre o assunto, mas acredite, passarei a pensar a partir de hoje.