Jornalista, já atuou em jornais, em
revistas, na televisão, e, atualmente, é comentarista do quadro Sessão de
Cinema, na rádio CBN. Sua paixão pelo cinema o levou a criar o e-Pipoca (www.epipoca.com.br),
primeiro e um dos mais importantes sites especializados em cinema na internet
brasileira.
Qual é a importância
histórica que o curta-metragem tem na filmografia brasileira?
A história do cinema começa com curta-metragem. Basta se lembrar dos filmes
curtos feitos pelos irmãos franceses Lumiere. Portanto, seja na brasileira ou
de qualquer outra nacionalidade, o curta sempre terá importância na
cinematografia.
Por que os curtas não têm espaço em
críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Simples: os curtas não têm exibição comercial, nas salas de cinema. Sendo
assim, não existe a necessidade de se ocupar o hoje espaço mínimo das páginas
de jornal para falar deles, o que consequentemente acaba não gerando mídia. Mas
é importante notar que tem havido, sim, um maior destaque para os curtas por
causa do grande número de festivais aonde eles são exibidos. Há cobertura de
imprensa desses festivais, e os curtas de alguma forma ganham algum destaque. E
hoje ainda existe a internet, que abriu um espaço enorme para o formato.
Na sua opinião, como deveria ser a
exibição dos curtas para atingir mais público?
Primeiro vamos esclarecer: os curtas-metragens, pelo menos alguns e
supostamente os melhores, já têm público sim... e muito público. Como disse
anteriormente, hoje o Brasil conta com inúmeros festivais, alguns dedicados
somente ao formato curta. Isso sem mencionar os eventos internacionais, que
acabam exibindo também a produção nacional. Todos esses festivais são
acompanhados por alguns milhares de espectadores, que assistem a esses filmes
curtas e os aplaudem. Nesses festivais, os curtas são premiados (em dinheiro).
Alguns são comprados por TVs a cabo, como o Canal Brasil, veículo que acaba
garantindo enorme visibilidade aos curtas. Ou seja, público. Mas como os curtas
não são exibidos nas salas de cinema comerciais fica a sensação para algumas
pessoas que eles nunca são vistos, o que não é verdade. Mas contando que nada
disso existisse, a única maneira de fazer um curta chegar ao público seria
colocar em prática uma lei que já existe e obriga os cinemas a passar
curtas-metragens nos cinemas antes dos longas-metragens.
É possível ser um cineasta só de
curta-metragem? Vemos que o curta é sempre um trampolim para fazer um longa...
Possível é, mas nenhum cineasta quer ficar somente no curta. De fato, o curta é
mais ou menos como um cartão de visita, um exercício para que o cineasta
caminhe para o longa-metragem.
O curta-metragem é marginalizado entre
os próprios cineastas?
Aparentemente não.
Pensa em dirigir um curta futuramente?
Nunca pensei nisso.