Atriz e dublê de ação. Trabalhou no filme ‘Desaparecidos’.
O que te faz aceitar participar de produções
em curta-metragem?
Em primeiro lugar, as pessoas que
estão envolvidas no projeto. Valorizo muito o fato de trabalhar com pessoas
bacanas, quem tenham boas idéia e muita vontade de fazer algo com conteúdo
artístico verdadeiro e não apenas que se prendam em valores menores. Sei
que fazer cinema ainda é uma coisa bem complicada devido a falta de
investimentos no setor e como atriz de teatro (principalmente), outra área
também extremamente carente de investimentos, acredito que a união faz força
sim. Mas é claro que um bom roteiro também ajuda muito.
Por que os curtas não têm espaço em críticas de jornais e atenção da mídia
em geral?
Não só os curtas, mas muitas coisas
na arte em geral não tem espaço na mídia impressa e digital. Exposições de
arte, fotografia, dança, enfim... Acho que falta interesse de ambos os lados,
de quem publica e de quem consome. Veja, por exemplo, que existe um tremendo
preconceito em peças de comédia no teatro. É uma contradição, visto que as
peças de comédia são as que têm o maior público e ficam mais tempo em cartaz e
ao mesmo tempo são as que nunca são citadas em críticas e muito menos em
premiações. Não podemos depender da mídia pra divulgar a nossa arte,
seja ela qual for. No Brasil somos operários da arte e temos que fazer
acontecer independente de qualquer coisa.
Na sua opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais
público?
Usar lugares diferentes para a
exibição, como bares fechados com uma programação semanal e não depender apenas
de salas de cinema convencionais. Fazer eventos direcionados para isso e
divulgar de uma maneira mais ofensiva e não depender de jornal e TV pra isso.
Mesmo que se perca um pouco de qualidade de som, acredito que pode ser uma boa
idéia para que os curtas sejam vistos por mais pessoas e com isso despertar um
interesse maior.
É possível ser um cineasta só de curta-metragem? Vemos que o curta é sempre um
trampolim para fazer um longa...
Conheço várias pessoas de cinema e nunca vi ninguém falar que gostaria de
ser apenas diretor de curta-metragem. Mas acredito que sim, por que não? Tudo
depende do objetivo de cada um. Afinal um boa história não precisa
necessariamente de duas horas para ser contada, não é mesmo?
O
curta-metragem é marginalizado entre os próprios cineastas?
Não acho que "marginalizado" seja a
palavra, mas talvez pela falta de perspectiva acreditem que um longa seja um
caminho mais fácil para se realizar um sonho. Mas não sei...
Pensa em dirigir um curta futuramente?
Olha... eu escrevi um roteiro de um curta de ação com comédia. Uma história
com muitos dublê de ação, que são dublês amigos queridos que venho trabalhando
há tempos e que são incríveis. Mas ainda preciso fazer alguns ajustes e
conversar com algumas pessoas para que eu consiga finalizar e finalmente começar
a pré produção. Como quero trabalhar com explosões, muitas lutas e cenas com
carro, tenho que tomar alguns cuidados burocráticos chatos dos quais não estou
acostumada. Mas para dirigir eu tenho um amigo em mente que fará um trabalho
maravilhoso!