Cineasta, trabalhou com propaganda e criou mais de cem campanhas
publicitárias e co-dirigiu, com Renato Ciasca, o curta-metragem ‘Conceição’.
Em 2009, lançou o longa ‘À Deriva’, selecionado para a mostra Um
Certo Olhar, do Festival de Cannes. Nesse ano dirige seu primeiro
longa-metragem para um estúdio hollywoodiano, o suspense ‘12 horas’.
Qual é a importância
histórica que o curta-metragem tem no cinema brasileiro?
O curta é uma plataforma de aprendizado e experimentação
estética. A maioria dos diretores nascem no curta-metragem. O curta é um
formato interessante e aponta para o futuro. No Brasil, temos uma forte
tradição de curta-metragem. Tanto aqui quanto no resto do mundo, o curta tem
conseguido ganhar espaço e interesse de um público que gosta de cinema. O
curta é um formato encantador.
Por que os curtas não têm
espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Não, na verdade, por uma razão simples. O curta é destinado para
um publico específico e não o público geral, que é o público que lê jornal. O
curta é formato que normalmente passa apenas em festivais e alguns poucos
programas de TV. Acho que a atenção poderia ser maior. Mas isso é difícil até
para o longa-metragem conseguir este espaço.
Na sua opinião, como
deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais público?
Na verdade, isso é uma coisa difícil. Devido a própria essência
do formato. A narrativa curta é sempre mais específica. Na literatura é assim
também. As pessoas tendem a se envolverem com histórias de maior fôlego, porque
o investimento e resposta emocional costumam serem maiores. A falta de tempo também
é um fator. Acho que o mundo virtual é uma boa forma do curta crescer de importância.
Também cinemas e TVs poderia se dedicar a reservar um espaço ou construir programações
especiais dedicadas a isso...
É possível ser um cineasta
só de curta-metragem? Vemos que o curta é sempre um trampolim para fazer um
longa...
É sim tem pessoas que nunca fazem a transição para o
longa-metragem. Isso tem muito a ver com o que você quer dizer. E qual o tipo de
linguagem que você aprecia como diretor. No entanto, para mim, parece um
caminho natural. O longa é irresistível.
O curta-metragem é
marginalizado entre os próprios cineastas?
Não, todo cineasta gosto de curta. Mas depois de um tempo, você
passa para a outra fase do game. Você quer construir narrativas maiores, com mais
alcance de exibição, público e uma profundidade narrativa maior. O longa
permite que você desenvolva personagens. O curta é um tiro. Todo que mundo que
faz cinema gosta de curta. Adoraria faze outro curta, por exemplo.
Você dirigiu curtas. O que te levou a trabalhar com esses projetos?
Só dirigi um. Por um razão simples, comecei no cinema tarde. Tinha
que correr atrás do tempo perdido. Fiz um curta e três longas. E estou preparando
mais 2 para este ano.
Conte como foi filmar
"A Pantomima da Morte",
seu processo de criação, produção e direção.
‘A Pantomima da Morte’ foi um curta experimenta inacabado que
filme com 18 anos de idade. Meu primeiro curta mesmo foi o ‘Conceição’. O
processo de criação e excussão foi divertido, mas não profissional. Tenho boas
recordações.
Conte como foi filmar
"Conceição",
seu processo de criação, produção e direção.
‘Conceição’ é uma homenagem ao Recife onde morei 23 anos. Foi uma
volta para casa. Adorei fazer. Minha primeira experiência séria no cinema.
Filmar, na minha cidade, com um equipe super boa. Amei a experiência. ‘Conceição’
é a minha porta de entrada no cinema. Com este filme ganhei muitos prêmios e
viajei o mundo todo. E me tornei um diretor. Devo tudo a este filme.
Pensa em dirigir um curta
futuramente?
Tentei fazer um ano passado, mas não consegui. O orçamento ficou
tão caro que resolvemos desenvolver a idéia para longa. Mas não desisti ainda. Ainda
vou rodar mais um curta-metragem na minha carreira de diretor. Viva o curta-metragem.