Nome
forte da animação seu primeiro curta é ‘O natal do burrinho’, depois vieram filmes
como ‘Treiler
– uma última tentativa’, ‘O reino azul, o longa Rocky & Hudson,
baseado nas tirinhas do cartunista Adão Iturrusgarai e Wood & Stock: sexo, orégano e rock’n’roll,
baseado nos personagens dos quadrinhos criados por Angeli.
Qual é a importância histórica que o
curta-metragem tem no cinema brasileiro?
O curta é uma maneira acessível de fazer cinema sob todos os
aspectos. Uma narrativa curta é mais fácil de executar.
Por que os curtas não têm espaço em
críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Existe espaço na mídia sim, para curtas que se destacam. Os
primeiros filmes que produzi e que tiveram repercussão foram todos curtas.
Na sua opinião, como deveria ser a exibição
dos curtas para atingir mais público?
Eles deveriam ser exibidos antes de longas nos cinemas, mas esse
assunto é polêmico. O Canal Brasil faz um trabalho ótimo nesse aspecto, com
curtas brasileiros. Acredito muito na internet como forma do curta atingir um
grande público. No Brasil existem vários portais que abrigam esse tipo de
trabalho, por exemplo: Petrobrás Porta Curtas. Todos os curtas que produzi
estão disponíveis ali.
É possível ser um cineasta só de curta-metragem?
Vemos que o curta é sempre um trampolim para fazer um longa...
Acredito que existam malucos que passam suas vidas fazendo
curtas-metragem. Para mim de fato funcionou como uma espécie de aprendizado ou
aquecimento para realizar longas-metragens. Mas tem espaço cada vez mais para
curta. O fenômeno mídia digital gosta de coisas rápidas e tem imensa demanda de
material.
O curta-metragem é marginalizado entre os
próprios cineastas?
Não creio. Hoje mesmo assisti dois curtas do Rodrigo John,
diretor e roteirista que trabalhou conosco em diversos roteiros, inclusive de
longas, e é muito arrebatador esse formato de cinema.
Você dirigiu curtas, todos premiados. O que te levou a trabalhar com esses projetos
Eu fazia quadrinhos e depois na animação me vi obrigado a fazer filmes para propaganda. O curta me trouxe de volta à ficção.
Eu fazia quadrinhos e depois na animação me vi obrigado a fazer filmes para propaganda. O curta me trouxe de volta à ficção.
O
que te fascina trabalhar com animação em curta-metragem? Quais os maiores
desafios?
Contar histórias é uma coisa que sempre me fascinou. Fazer
filmes em 35mm era de fato um desafio, graças que tudo isso mudou e o
maravilhoso mundo digital veio pra ficar. Hoje em dia fazer um filme ficou bem
mais factível.
Pensa em dirigir um curta futuramente?
Fizemos um curta em 2006, o ‘Nave Mãe’. Pretendo seguir fazendo,
gosto muito do formato.