Roberto Alvim é
dramaturgo, diretor e professor de Artes Cênicas. Lecionou Dramaturgia e
História do Teatro em instituições como a Universidade de Córdoba, a ELT -
Escola Livre de Teatro (SP), a CAL - Casa das Artes de Laranjeiras (RJ), a SP
Escola de Teatro, além de ministrar oficinas em diversos Estados do Brasil, a
convite do Ministério da Cultura - FUNARTE. Foi o primeiro autor brasileiro
publicado na mais importante coleção de dramaturgia contemporânea europeia, a Les
Solitaires Intempestifs, em 2005.
O que te faz aceitar participar de
produções em curta-metragem?
O roteiro. É preciso identificar no roteiro questões estéticas
que sejam relevantes, que sejam constitutivas. É preciso perceber que se trata
de uma visão de mundo singular, que não ecoa idéias e formas hegemônicas.
Por que os curtas não têm espaço em críticas de jornais e
atenção da mídia em geral?
Não sei, mas acredito que sites e blogs devem cobrir essa
lacuna.
Na sua opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para
atingir mais público?
Devem ser postos na Internet, para serem acessados livremente
por quem se interessar; devem ser apresentados em programas de TV,
especialmente voltados para dar visibilidade a esta produção; devem ser
exibidos nos cinemas, em mostras e festivais.
É possível ser um cineasta só de curta-metragem? Vemos que o
curta é sempre um trampolim para fazer um longa...
Se o artista perceber que este suporte é o que melhor traduz
suas idéias, então deve-se ficar nele, por que não? Analogamente, existem grandes
escritores que dedicaram suas vidas ao conto, sem nunca escreverem romances.
O curta-metragem é marginalizado entre os próprios cineastas?
Não sei, mas se for, trata-se de uma idiotice, pura e
simplesmente. Grandes obras de arte podem ser feitas em qualquer mídia ou
formato.
Pensa em dirigir um curta futuramente?
Não; meu suporte é o teatro.