Atriz. “Anjo Negro” (Nelson Rodrigues), “O Despertar da
Primavera” (Frank Wedekind), “Noite de Reis” (Shakespeare), e “Uma noiva quase
virgem” foram as peças teatrais em que atuou. “Ottomatic” (Camila Nicodemos),
“A Caveira” (Hudson Glauber) e “Os Vampiros Elegantes” (Michael Rumman) são os
curtas-metragens em que atuou.
O que te faz aceitar participar de produções em curta-metragem?
Este tipo de produção, embora ainda não seja amplamente
divulgada e explorada em todo seu potencial, faz parte do que eu amo fazer que
é interpretação cênica.
Conte sobre a sua experiência em trabalhar em produções em curta-metragem.
Embora não tenha recebido tantos convites para atuar
especificamente neste tipo de produção, já participei de alguns curtas, como
“Ottomatic” (Camila Nicodemos), “A Caveira” (Hudson Glauber), “Os Vampiros
Elegantes” (Michael Rumman).
Para mim foi uma experiência inovadora. Trabalhar com câmera é
completamente diferente de atuação no teatro. Numa peça, o ator deve ter a
capacidade de dar continuidade ao roteiro ainda que haja alguma falha no texto,
através, por exemplo, de improviso ou outras ferramentas que não comprometam o
bom andamento da peça. Já numa produção filmada e editada, temos a
possibilidade de aprimorar nosso desempenho cena a cena, através das edições e
repetições contínuas de uma mesma parte do filme até que esteja no ponto almejado
pelo diretor.
Por que os curtas não têm espaço em críticas de jornais e
atenção da mídia em geral?
Confesso que não vejo curtas dessa maneira. Inclusive podemos
verificar que uma das maiores premiações mundiais “o Oscar” já contempla
curtas-metragens dentre suas categorias.
Porém, o curta metragem ainda não atingiu todo seu potencial de
abrangência, pois contém caráter informativo, publicitário, educacional e até
mesmo entretenimento. Devido à sua duração relativamente pequena (entre 30 e 40
minutos), o advento da internet pode fazer com que ele tenha mais alcance do
que até mesmo a televisão.
Na sua opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para
atingir mais público?
Conforme mencionei, vejo a internet um meio extremamente prático
e abrangente. O teatro restringe-se ao espaço físico e requer deslocamento. A
Televisão, por sua vez, requer acesso e equipamento para ser assistida e ainda
restringe-se aos horários de veiculação. Já o curta, através da internet em
seus mais variados canais, fornece para todos do mundo a condição de ser
divulgada sem restrição de tempo ou espaço uma vez que pode ser assistida ‘on
demand’, ou seja, o acesso está disponível no momento desejado e em
praticamente qualquer lugar.
O curta-metragem para um profissional (seja ele da atuação,
direção ou produção) é o grande campo de liberdade para experimentação?
Sem dúvida! Obviamente,
qualificação técnica e planejamento são sempre pré-requisitos para todo e
qualquer trabalho de qualidade, mas, este tipo específico de produção permite
grande flexibilidade na forma de abordar e expor novas ideias.
O curta-metragem é um trampolim para fazer um longa?
Como tudo na vida, para se chegar ao topo, devemos começar pelo
primeiro degrau. Pode-se dizer que um curta-metragem é uma micro versão de um
longa ou até mesmo um filme.
Qual é a receita para vencer no audiovisual brasileiro?
Não só no cenário nacional, mas em todo o mundo, vejo duas
possibilidades de sucesso que envolvem basicamente inovação: diferentes ideias
e conceitos nunca antes exploradas (que honestamente acredito ser muito difícil
de se encontrar) ou novas formas de abordar um mesmo conceito que prendam a
atenção dos espectadores e despertem-nos para uma nova realidade.
Pensa em dirigir um curta futuramente?
Não tenho estes objetivos. A final de
contas, que papel eu teria nos bastidores?