Ana é atriz, produtora e cineasta. Lançou
recentemente o curta-metragem ‘Alma’.
O que te faz aceitar participar de uma
produção em curta-metragem?
Boas ideias, desde que sejam originais,
pois trazem bons roteiros, e daí em diante pessoas criativas e talentosas que
vão executar o projeto.
Você sente alguma diferença de
satisfação profissional entre fazer cinema, teatro e TV?
Eu me sinto satisfeita
em todas as áreas. Atuar no teatro sempre dá aquele frio na barriga antes de
pisar no palco, pois, é você e o público, cara a cara, se errar, esquecer o
texto tem que improvisar, por isso você tem semanas e meses de ensaio. Já no
cinema, se você erra pode refazer a cena, mas não tem o peso do teatro em
relação à entonação da voz que tem que chegar as últimas cadeiras de uma
plateia de 200 ou 300 pessoas. E na televisão você está se relacionando com
milhares de pessoas. Tudo isso é maravilhoso.
Por que os curtas não tem espaço em
críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Hoje
vivemos num mundo de muitas informações e tudo é muito rápido, além da grande
competitividade em todos os campos e se tratando de mídia é ainda maior na TV,
no teatro, na música, no cinema, artes plásticas... Todos brigando por espaço,
por divulgação. Os curtas tem mais espaço nos festivais, mas por outro lado
vejo que estão expandindo no mercado de comunicação como na internet que abre
dezenas de possibilidades de exibições em sites, blogs, Youtube! etc.
Como deveria ser a exibição de curtas
para atrair mais público?
Deveria ser exibidos
nos cinemas antes de um longa metragem. Em escolas públicas até mesmo nas faculdades
levando informações e conhecimento aos alunos em pouco tempo. Já existe na TV aberta,
mas não é de grande conhecimento popular.
Considera o curta-metragem um trampolim
para fazer um longa?
Sim, depois da
exibição do meu curta “Alma” deu
vontade de encarar o desafio de dirigir um longa ou mesmo um médio. Recebi o
convite de escrever e dirigir mais um curta. Mas se surgir um longa por que
não? A vida é feita de desafios e estou pronta. E hoje não dá pra viver só do
cinema, o artista tem que ser mil e uma utilidades, no meu caso dirijo, atuo,
escrevo, faço direção de fotografia, direção geral de exposição e coordenadora
editorial de livro. E estou sempre aberta ao novo e ao aprendizado.
Dá para o cinema nacional sobreviver
sem subsídios?
É muito difícil sobreviver e fazer cinema nacional sem subsídios, porque
este é o modelo vigente e também muito injusto a distribuição dos mesmos. Mas
vejo que novos caminhos e novas formulas tem que ser criadas para sair da
limitação dos modelos atuais.
Pensa em dirigir outro curta
futuramente?
Sou apaixonada pela
sétima arte, não tenho dúvida em relação a isso, penso sim e vou continuar
mergulhando nesse universo da direção, venho do teatro, formada em Arte Cênica
pela CAL (Casa de Artes de Laranjeiras) depois dediquei quatro anos a graduação
de Jornalismo pela UniverCidade, mas nunca deixei de lado a carreira artística.
Estou totalmente seduzida pelo cinema e pretendo continuar dirigindo, atuando,
escrevendo roteiros...
O que é necessário para vencer no
cinema?
O vencer no cinema
pra mim é você conseguir levar o seu filme ao conhecimento do publico é mostrar
o seu trabalho, independente dele a vir a ser um campeão de bilheteria ou não,
claro, que todo mundo quer fazer sucesso, alcançar os números de bilheterias
que os filmes “Tropa de Elite II”, “Dona Flor e os seus dois maridos” e “O Dama
da Lotação” alcançaram ou até mesmos supera-los é um sonho. Mas para isso é
necessário muito AMOR ao cinema, determinação, perseverança e coragem. Se
conseguir mostrar o seu filme já é maravilhoso, porque não é fácil se dedicar dias,
meses e anos para realizar um trabalho que muitas vezes não tem retorno
financeiro e depois de pronto não ter espaço para apresentar e infelizmente ter
que engaveta-lo. Não podemos desistir no primeiro fracasso, por isso ser
persistente é fundamental.
Qual é o seu próximo projeto?
No momento estou com
vários projetos em andamento através da minha produtora “Luminata Cultural”. Ensaiando a peça “Trava língua” de minha autoria, tendo no elenco: eu, Alexandre
David, Flavia Veiga, com direção do cineasta Neville D´almeida. Escrevi o
roteiro e estou dirigindo o clipe da música “Dou
a cara pra bater” da cantora e lutadora de MMA Érica Paes com cobertura da
TV GNT, com direção de fotografia de Alessandro Cardoso. Em breve no youtube. Elaborando
o documentário “Mau-dito- Bem aventurado”
sobre a trajetória do cineasta e artista plástico Neville D´almeida. Estou no
elenco da peça “Antes que Seja Tarde”
de Diogo Eli, apresentamos no Sesc Horto
em Campo Grande – MS, com a atriz Anita Amizo e o ator Aldo Perrotta.