Rubens é roteirista, teatrólogo, professor da Universidade de São Paulo (USP) e diretor de cinema. Formado em cinema e doutor em Artes pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP). Em 2007, codirigiu o longa ‘Corpo’, em parceria com Rossana Foglia, que ganhou o prêmio de melhor filme estrangeiro no The Method Independent Film Festival, em Los Angeles.
Qual a importância história do curta-metragem na filmografia nacional?
Muito grande. Não só como momento inicial na carreira de um diretor, mas muitas vezes com trabalhos que ganham uma soberania artística que suplantam as obras posteriores dos diretores. Vejam o caso do Jorge Furtado: sua obra em curtas (Barbosa, Ilha das Flores, O dia que Dorival encarou o Guarda e outros) é muito impactante, mas até que seus longas. Jorge pertence a uma geração que o curta se destacava muito. Nos anos 80 e 90, o curta tinha um status de longa, ainda mais com o plano Collor. Foi a primavera do Curta. Esse movimento ecoa até hoje.
O que te faz aceitar participar de trabalhos em curta-metragem?
O que te faz aceitar participar de trabalhos em curta-metragem?
A qualidade do trabalho.
Por que os curtas não têm espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
A competição com outras áreas é muito forte, cinema, teatro, música, literatura, TV, todos brigando por um espaço exíguo no jornal. Então no pequeno espaço do cinema, o curta tem que brigar com o longa. Mas quando há o festival Internacional de Curtas de Sp, há sempre um grande espaço na mídia.
Na sua opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais público?
A lei de obrigatoriedade do curta parece uma boa saída.
É possível ser um cineasta só de curta-metragem? Vemos que o curta é sempre um trampolim para fazer um longa...
Sim, há muitos cineastas, principalmente na Europa, que se dedicam ao formato, por acreditar em sua potência expressiva e não como um passo inicial antes do longa.
O curta-metragem é marginalizado entre os próprios cineastas?
De jeito nenhum. Todos olham com carinho para o curta, pois quase todos ja passaram por ele e sabem de sua importância.
Pensa em dirigir um curta futuramente?
Quem sabe...