Mara é diretora e roteirista, já dirigiu mais de 200 comerciais. Entre os curtas que dirigiu estão ‘Impressions’, rodado em Nova Iorque e ‘Ameianoite’, que ganhou o Special Merit Award no 11º Festival de Vídeo de Tóquio. Dirigiu longas como ‘Avassaladoras’ e o documentário ‘Doutores da alegria’.
O que te faz aceitar participar de trabalhos em curta-metragem?
Eu só participei dos meus próprios curtas. Caso algum projeto de curta chegue já financiado na minha produtora, então, seria analisado, mas meu foco é captação de recursos para projetos próprios.
Por que os curtas não têm espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Porque só são criticados quando são exibidos em festivais o que não é tão frequente assim.
Na sua opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais público?
Deveriam ser exibidos antes dos filmes de longa-metragem. Mas os cinemas não querem aumentar este tempo colocando curtas além dos trailers. A solução seria criar sessões só de curtas. O que não tem garantia de audiência, já que o cinema em geral tem problemas graves de bilheteria. E todos os festivais que conheço tem dado espaço para o curta-metragem. E no Canal Brasil tenho visto curtas também. Sendo assim, acho que o melhor caminho são os festivais e mostras especializadas.
É possível ser um cineasta só de curta-metragem? Vemos que o curta é sempre um trampolim para fazer um longa...
Acho que o curta é um caminho que os diretores devem percorrer até chegar no longa. E colocando seus curtas em festivais já é o bastante para construção deste currículo/experiência. Talvez existam alguns poucos cineastas que permanecer no curta. Assim como existem escritores que gostam mais dos contos. Mas não conheço algum assim.
O curta-metragem é marginalizado entre os próprios cineastas?
Não. É fundamental para construção de uma carreira. Mas é visto como um começo.
Pensa em dirigir um curta futuramente?
Não. A não ser que me encomendem um filme curto sobre algum assunto específico. Mas meus projetos são de longa, documentários e séries de TV. Estes formatos tem mais aceitação no mercado.