Juliana
é formada pela Escola Superior de Propaganda e Marketing de São Paulo, é atriz,
estudou dramaturgia, Short Stories e Sitcom na Universidade da Califórnia
(UCLA) e também com nomes como Márcio Araújo, Sérgio de Carvalho, Maria Carmem
Barbosa, Samir Yazbek e Ana Miranda.
Qual é a importância histórica que o
curta-metragem tem no cinema brasileiro?
Acho que o curta é a chance que os cineastas iniciantes possuem
de ter seu trabalho realizado e que os cineastas mais experientes têm de
experimentar. Um longa requer muito tempo e bastante investimento, tanto para
sua escritura quando para sua produção. Já com o curta é possível fazer cinema,
ganhar fôlego e experiência para, se for o caso, partir para produções mais
complexas.
Por que os curtas não têm espaço em
críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Talvez por falta de hábito.
Mas muitos curtas se tornam referência, como o Ilha das Flores do Jorge
Furtado, que é espetacular. Ou então porque os Estados Unidos também não dão
tanta atenção para essa prática, talvez se esse movimento começasse lá daríamos
seguimento por aqui.
Na sua opinião, como deveria ser a exibição
dos curtas para atingir mais público?
Acho que ao invés de termos tanta propaganda e trailers de
filmes antes da exibição de longas nos cinemas poderiam ser exibidos curtas.
Além disso, eles poderiam ter mais espaço na TV aberta, não somente no
Canal Brasil.
É possível ser um cineasta só de curta-metragem?
Vemos que o curta é sempre um trampolim para fazer um longa...
Sim, da mesma forma como é
possível ser um escritor somente de crônicas ou contos, e não publicar
romances. O curta é sim um conhecido trampolim para a realização de longas, até
porque o longa é normalmente o sonho de quem se aventura a fazer cinema.
O curta-metragem é marginalizado entre os
próprios cineastas?
Não acredito. Um curta bem sucedido é tratado com muito respeito
e admiração. Uma boa história será sempre uma boa história, independente do
formato.
Pensa em dirigir um curta futuramente?
Não penso em dirigir, mas em escrever. Apesar de ter muito mais
experiência com teatro, tenho grande fascínio pelo cinema e pretendo sim me
envolver cada vez mais com as diferentes possibilidades da escrita.