Atriz.
No cinema, atua no longa-metragem “Ensaio Sobre a Cegueira”
dirigido por Fernando Meirelles, e em seis curtas-metragens entre eles “Flash”,
produzido pela O2 Filmes e premiado como melhor filme no festival de Pernambuco
em 2011.
O que te
faz aceitar participar de produções em curta-metragem?
A
primeira coisa que analiso é o roteiro, mas se o projeto já estiver em
andamento pretendo conhecer a direção, o fotógrafo e a equipe em geral se já
escalada. Em um bate papo tento perceber os objetivos de todos, e averiguar se
existe relação com os meus. Objetivos em comum e gostos parecidos, fazem
qualquer tipo de relacionamento dar certo!
Conte
sobre a sua experiência em trabalhar em produções em curta-metragem.
O cinema
sempre me encantou, a tela grande, a invasão de um outro ponto de vista no
espectador ou a veracidade de uma ficção, ou seja, a transformação de que a
arte é capaz é o que me fascina. Sempre quis ser atriz, a minha parte produtora
existe para que os objetivos da artista sejam alcançados. Desde as minhas
primeiras lembranças como produtora, e no momento não as consigo separá-las
entre filmes e teatro, sinto - me satisfeita pois sem ter vivido estas
experiências não teria realizado os projetos que decidi ou colaborei para que
saíssem do papel.
Por que
os curtas não têm espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Acredito
que o que move a mídia é o dinheiro, a publicidade e a divulgação de produtos
de origem privada, partindo da ideia de que a arte é pobre não podemos comprar
espaços nos meios de comunicação. O que às vezes acontece é de um curta
premiado ou bem criticado em bons festivais encontra um espaço nos jornais,
sites ou blogs do segmento, pois na sociedade atual precisamos de um exemplo a
ser seguido, e uma esperança que faça o mundo girar. Ou seja a arte ainda é
muito controlada pelo dinheiro.
Na sua
opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais público?
O que os
produtores podem fazer são sessões fechadas em teatro ou espaços alternativos.
Do mesmo jeito que os produtores teatrais sem patrocínio ou apoio do governo
fazem. Acreditam no boca a boca. Assistir à um curta-metragem em seu site após
o pagamento de uma taxa pode ser uma boa solução. O produtor precisa conhecer
todas as ferramentas do mercado para ter sucesso.
O
curta-metragem para um profissional (seja ele da atuação, direção ou produção)
é o grande campo de liberdade para experimentação?
O grande
campo de liberdade de experimentação é a produção independente, seja ela em
qualquer arte. Quando conseguimos exprimir a nossa ideia sem interferências ou
prestação de contas e que atingimos a liberdade.
O
curta-metragem é um trampolim para fazer um longa?
Um bom
curta é uma fração de um bom longa, ou seja se conseguimos acertar no curta
desde o roteiro até a pós produção significa que temos experiência e todas as
chances de acertarmos em um longa.
Qual é a
receita para vencer no audiovisual brasileiro?
Sou
atriz, e o que tenho feito há sete anos é investir em meus projetos, embora
tenha trinta e dois anos, ainda estou engatinhando, mas acredito que produzir,
produzir, produzir é um dos caminhos, e é o que eu escolhi.
Pensa em
dirigir um curta futuramente?
Gosto de atuar. Se fosse dirigir
um filme seria baseado no universo dos personagens, ou seja precisaria
compreender , construir todas as personagens do roteiro, acho que preciso de
mais experiência para isso, mas direção de ator é algo que tenho me interessado
muito, e essa é a função que estou escalada para o segundo semestre para o
curta "Um sonho de verdade" de Bruno Zuppone.