Ator , compositor
e escritor. Na televisão seus trabalhos mais conhecidos são em “Família Trapo” (TV
Record) e "Supermarket" (Rede
Bandeirantes).
O que te
faz aceitar participar de produções em curta-metragem?
Participei de poucas produções em curta-metragem, me
lembro de duas: a primeira foi num festival do minuto há uns doze anos. A segunda, mais recente, é um documentário sobre os “Mulheres Negras”. Aceitei
as duas porque gostei do roteiro e do papel que me deram na primeira; e na
segunda achei que só poderia ser um prazer dar meu depoimento sobre uma dupla
que eu adoro. E foi.
Conte
sobre a sua experiência em trabalhar em produções em curta-metragem.
A primeira experiência foi interessante porque
participei como ator em uma cena onde eu dirigia um carro no trânsito de São Paulo
e tudo acontecia naquele minuto de parada no sinal, desde o garoto vendendo
bala, até o motorista do carro ao lado limpando o nariz e minha passageira me
agarrando pra dar um beijo. A equipe foi muito eficiente, armou tudo rapidamente
e gostei do resultado final. A segunda porque se trata de um documentário sobre
uma dupla da qual eu fui fã desde o começo, então foi ótimo poder dar meu
depoimento e relembrar como eles eram especiais. A equipe veio à minha casa
para gravar e acho que o resultado foi muito bom.
Por que
os curtas não têm espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Não sei responder. Infelizmente, ou felizmente, só
leio um jornal (Folha de SP) e notícias na internet. Vejo pouca TV, escuto
bastante rádio e, realmente fala-se pouco em curtas-metragens nesses veículos.
Na sua
opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais público?
Acredito que a fórmula de passar o curta antes dos
longas-metragens é boa, mas não pode ser mais de um curta por vez; me lembro de
ver o público reclamando porque o filme para o qual comprou o ingresso demorava
para começar por conta de "curtas" que ele não escolheu ver. Uma ideia
que me ocorreu respondendo essa pergunta é a de se fazer sessões com dois ou
três curtas que tenham a duração de um longa, ou seja, o público paga o
ingresso de uma sessão e vê dois ou três filmes.
O
curta-metragem para um profissional (seja ele da atuação, direção ou produção)
é o grande campo de liberdade para experimentação?
Sim. Os longas-metragens tem um custo muito elevado
para se correr riscos.
O
curta-metragem é um trampolim para fazer um longa?
Acredito que sim, o exemplo mais marcante que me
ocorre sobre essa pergunta é o “Encurralado”, do Spielberg. Nem sei se o
roteiro original era de um curta, mas sim de que era algo com baixo orçamento,
enfim uma experiência que resultou num belo longa e no trampolim de uma
carreira espetacular.
Qual é a
receita para vencer no audiovisual brasileiro?
Boa pergunta! Se eu souber a receita eu aplico; e se
der certo te dou uma entrevista contando como foi.
Pensa em
dirigir um curta futuramente?
Não
penso em dirigir, penso em atuar e tocar, pode ser em curtas, longas, séries de
TV, peças, etc.