Atriz.
Atuou no espetáculo teatral “Psicose 4h48”.
O que te faz aceitar participar de produções
em curta-metragem?
Antes de qualquer coisa, um bom roteiro, ou uma equipe com pessoas com
quem eu tenha afinidade ou admire o trabalho.
Conte sobre a sua experiência em trabalhar em
produções em curta-metragem.
Foram experiências rápidas e intensas. Diferente do teatro ou mesmo de um
longa-metragem, onde se passa um longo período convivendo num mesmo grupo. Em
curtas o fator tempo é bem mais dinâmico e isso me instiga muito no sentido de
que há um desafio de estudar um personagem e conseguir dar camadas,
profundidade em um período curto.
Por que os curtas não têm espaço em críticas de jornais e atenção da mídia
em geral?
Acredito que pelos mesmos motivos que geram a dificuldade em atingir
públicos maiores: a falta de investimento tanto da iniciativa pública quanto
privada e as poucas janelas de exibição, os filmes ficam praticamente,
restritos aos festivais. Como não tem grande alcance de público, fica difícil
conseguir levantar verba pra distribuição e divulgação. Na realidade me parece
uma questão cíclica, mas vejo a internet como uma saída para quebrar esse vício
do mercado. Um bom filme pode fazer sucesso no Youtube! e atrair tanto público
como investimento.
Na sua opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais
público?
Além dos inúmeros festivais espalhados pelo país, os curtas deveriam ser
exibidos nos cinemas antes dos longas. Durante um tempo foi assim e lembro de
voltar pra casa com o curta na cabeça, mesmo tendo assistido a um longa de duas
horas em seguida. É uma pena que isso tenha acabado. Acho que deveriam existir
também mais programas na TV com exibição da produção de curtas. Como já fazem o
Canal Brasil e a TV Cultura. Além disso, a internet é um espaço que abre novas
possibilidades de divulgação e exibição.
O curta-metragem para um profissional (seja ele da atuação, direção ou
produção) é o grande campo de liberdade para experimentação?
Sim. Acredito também que essa liberdade é a maior vantagem de ser
independente.
O curta-metragem é um trampolim para fazer um longa?
Pode ser, mas não acho que tenha que ser visto por esse ângulo. Pois ele
tem o seu valor em si enquanto obra.
Qual é a receita para vencer no audiovisual brasileiro?
Realmente ainda não sei. Se alguém souber pode me mandar um e-mail com a
receita. Mas sinceramente, acredito que sucesso é estar fazendo o que traz
realização artística.
Pensa em dirigir um curta futuramente?
Por enquanto não. Penso em trabalhar muito com cinema, seja em curtas ou
longas, mas como atriz.