segunda-feira, 31 de março de 2014

Ana Carbatti

 
Atriz. No cinema, entre outros trabalhos, atuou nos curtas ‘Banho Maria’, de Miguel de Oliveira e ‘O Casamento de Mario e Fia’, de Paulo Halm; ‘Os Inquilinos’ e ‘Quanto Vale ou é Por Quilo’, de Sérgio Bianchi e ‘Lost Zweig’, de Silvio Back.
 
O que te faz aceitar participar de produções em curta-metragem.
Fiz poucos curtas. Lamentavelmente, porque o que me interessaria em fazer mais curtas seria sua qualidade mais artesanal. São poucos os curtas que já fazem parte do "mainstream", o que lhes confere alguma liberdade. Eu acho...
 
Conte sobre a sua experiência em trabalhar em produções em curta-metragem.
Os mais recentes são "O casamento de Mario e Fia" de Paulo Halm e "Banho Maria" de Miguel de Oliveira. Ambos divertidíssimos de fazer, porque entre amigos. Cinema é legal de fazer porque a gente vira meio que uma família trabalhando, criando e rindo juntos, por causa da relação que estabelecemos com o tempo. A gente fica com tempo de conhecer e conversar com todo mundo, porque cada um tem o seu tempo pra preparar seu trabalho. É muito rico, isso!
 
Por que os curtas não têm espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Provavelmente porque, muito raramente, dão algum retorno financeiro. Mas principalmente porque não temos uma cultura de curta aqui no Brasil. O público que não é especializado não se interessa, não conhece. E, a exceção daqueles que trabalham com cinema, não há nenhum esforço em aumentar a demanda por curtas.
 
Na sua opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais público?
Com o mesmo espaço dos longas. Com espaço nas TVs abertas, por exemplo. Só se ouve falar em curta nas pequenas mostras, que não são muito divulgadas e antes de alguns filmes brasileiros que, em alguns casos, reúne meia dúzia de espectadores na plateia. Os distribuidores, também ajudariam se investissem mais nos curtas.
 
O curta-metragem para um profissional (seja ele da atuação, direção ou produção) é o grande campo de liberdade para experimentação?
Acho que sim, mas, como tudo em arte, sempre dependendo de quem faz.
 
O curta-metragem é um trampolim para fazer um longa?
Do meu ponto de vista, uma coisa não tem a ver com a outra.
 
Qual é a receita para vencer no audiovisual brasileiro?
Como assim, vencer? Não sei. Eu acredito no trabalho e na qualidade do que ele pode produzir. O resto...
 
Pensa em dirigir um curta futuramente?
Dirigir cinema ainda não é, nem de longe, uma aspiração pra mim: cada macaco no seu galho. A realização do ofício não depende só do desejo. Pelo menos não deveria!