terça-feira, 4 de março de 2014

Flávia Monteiro


Atriz e cineasta. No cinema atuou em ‘A Menina do Lado’, ‘Gatão de Meia Idade’, entre outros. Dirigiu os curtas ‘Vazio’ e ‘Tatiana’.

O que te faz aceitar participar de produções em curta-metragem?
Quando os convites aparecem eu analiso o roteiro e personagem. Além de que os curtas são poucos dias de filmagem me dando assim margem para fazer outras coisas também!

Por que os curtas não têm espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Os curtas estão começando a conquistar seu espaço e acho que é só uma questão de tempo. Com o avanço da tecnologia houve um aumento das produções independentes de short films, inclusive para webs e celulares, que acabam criando uma mídia espontânea. Podemos ver isso em vários Festivais Nacionais e internacionais de Cinema e Vídeo que se tornaram muito importantes.

Na sua opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais público?
A carreira de um curta depende do caminho escolhido pelo seu autor e que tipo de público ele quer atingir. Pode-se distribuir bem um filme, mas a meu ver o que ajudaria muito: Os curtas deveriam entrar em circuito antes de todo longa (como já fizeram); deveriam separar uma das salas, desses inúmeros complexos de cinemas, para exibir somente curtas com um mix de programação; promover mais Festivais e por aí vai.

É possível ser um cineasta só de curta-metragem? Vemos que o curta é sempre um trampolim para fazer um longa...
Claro que é possível, se assim o cineasta quiser! O que importa é a sua obra em si. Para quem almeja fazer longas, começar com curtas antes ajuda os novos cineastas a obterem mais know-how e segurança. Eu por exemplo, dirigi três curtas e não tenho a menor vontade de dirigir um longa. Eu sou do documentário, que é o que mais me motiva.

O curta-metragem é marginalizado entre os próprios cineastas?
A marginalização, seja ela qual for, já faz parte da nossa sociedade e vivenciamos isso o tempo todo. E, é claro, também há suas preferências, opiniões e identificações. Portanto, não dá muito para escapar. O que temos que analisar é que há curtas e curtas, e há cineastas e cineastas. 

Pensa em dirigir um curta futuramente?
Como eu disse, já dirigi três curtas e não descarto a possibilidade de fazer outros. Atualmente, estou produzindo e dirigindo com Diogo Fontes o meu primeiro documentário que será sobre a Ana Botafogo.