Formada pela Escola
Internacional de Teatro Jacques Lecoq em Paris, primeiro e segundo ano
artístico e terceiro ano pedagógico. No cinema atuou em ‘Desproporção’, com
direção de Sergio Mastrocola e ‘La Redota’, de Cesar Charlone. Desde
2001 palhaça integrante da Instituição Doutores da Alegria, incluindo trabalhos
com le rire medicin em Paris em 2004. Nos Doutores da Alegria desde 2006 passa
a integrar a equipe de formação dando aula para o elenco e para os grupos
semelhantes no programa Palhaços em Rede.
O que te faz aceitar participar de produções em curta-metragem.
O que me faz aceitar participar em produção de
curta metragem é principalmente o roteiro. Se há algo a ser discutido pela
iniciativa. Mas claro, às vezes a pesquisa visual /estética pode ser também um
atrativo. Acho que um curta é um exercício muito interessante de curta duração
e normalmente tem de saída certa ousadia de proposta Como os orçamentos são menores
que longa metragem e o tempo facilita esse um exercício narrativo, curtas
trazem ideias muito bacanas para a questão audiovisual.
Conte sobre a sua experiência em trabalhar em produções em
curta-metragem.
Trabalhei com diretores principalmente vindos
da publicidade que queriam experimentar roteiros que provavelmente não seriam
aceitos no mercado publicitário. Curtas de conteúdo ácido, outros de conteúdo
social, adorei a experiência. Para uma atriz é um nicho muito interessante por
conta dos roteiros ousados.
Por que os curtas não têm espaço em críticas de jornais e atenção da
mídia em geral?
Talvez pela dificuldade em geral da distribuição
do cinema em si. Vejo que as grandes produções tem produtoras de peso e
distribuidoras de peso por trás. Mesmo o cinema nacional depende muito de
grandes casas para sua distribuição.
Na sua opinião, como
deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais público?
Realmente seriam necessárias iniciativas como
a do Canal Brasil que difunde esse conteúdo com frequência. Ou iniciativas mais
alternativas como cinemas em bairros, itinerantes, enfim… O sistema de distribuição
é bem fechado atualmente, é preciso criatividade.
O curta-metragem para
um profissional (seja ele da atuação, direção ou produção) é o
grande campo de liberdade para experimentação?
Sim, acredito que deveria ser um lugar de exercício continuo, mais
explorado e por que não um nicho em si. Hoje em dia com as tecnologias de
Iphone, curtas podem sim ser uma atração audiovisual de curta duração muito
interessante. O tempo reduzido reduz custo, mas não necessariamente é menos
trabalhoso. Youtube, Vimeo, são espaços legais de distribuição alternativa, mas
claro que é preciso quase uma guerrilha nesse sentido, não chega ao grande
publico.
O curta-metragem é um
trampolim para fazer um longa?
Pode ser.
Qual é a receita para
vencer no audiovisual brasileiro?
Não sei se existe receita, acho que aqueles que entendem que a arte
visual e narrativa é um espaço importante de cultura e oferecimento de reflexão,
tem que trabalhar e buscar defender esse espaço seja com o Estado, seja entre
os cidadãos.
Pensa em dirigir um
curta futuramente?
Penso em trabalhar
a cultura visual como beneficio social. Não assistencialista, mas como forma de
reflexão sobre nós.