Ator e roteirista, estudou no “Teatro
Escola Macunaíma” (1996 a 1999) e pela “Teatrês – Oficina Teatral Denise Del Vecchio/Alzira
Andrade”(2003 a 2007) onde fez parte do núcleo de pesquisa. Em 2010
protagonizou o curta-metragem ‘Seus Pés’, sob direção de Luma Oquendo,
que concorreu como melhor curta estrangeiro no London International
Film Festival.
O que te faz aceitar participar de produções
em curta-metragem?
Sou muito apaixonado pela minha profissão. Amo
muito cinema, a linguagem, câmeras, as locações. Fico extasiado quando vejo o
resultado final depois de tanta dedicação nas gravações e produção. Além de ser
uma ótima exposição e aprendizado.
Conte sobre a sua experiência em trabalhar em produções em
curta-metragem?
Já gravei alguns curtas pra estudantes de
cinema, (geralmente é onde mais surge as maiores possibilidades). Rola uma troca
incrível, é um momento que a gente fica fora da nossa área de conforto. Estão
todos ali se empenhando ao máximo e querendo mostrar trabalho, a falta de
experiência é superada pela garra e o amor ao cinema e isso faz com que a gente
se jogue mais. Gravei também curtas com diretores e equipes mais experientes.
Um deles tivemos uma grande produção, locações lindas como a estação de trem de
Campos do Jordão. Este filme foi selecionado pra vários festivais nacionais e
internacionais. Sou um ator que trabalho muito com comédia e por incrível que
pareça só fiz drama até agora em curtas. Quero muito fazer comedia pra câmera,
com certeza será um desafio.
Por que os curtas não têm espaço em críticas de
jornais e atenção da mídia em geral?
Infelizmente não temos um
trabalho de formação de publico, tanto no cinema, como no teatro, enfim... As
pessoas não mostram muito interesse pra arte e com isso acredito que o apelo
pra esse tema “não venda”. Acho que a culpa é de todos. Dos nossos governantes
que não dão o devido apoio e importância. O publico esta acostumado com grandes
produções, com atores consagrados, onde as empresas preferem investir. Em
quanto as produções menores ficam do lado underground,
com pouca verba, isso quando existe. Temos que caminhar muito ainda nessa
questão.
Na sua opinião,
como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais público?
Acho importante um trabalho na base. Por que não exibições em escolas,
onde os alunos estão se descobrindo, incentivar o trabalho de pesquisa e
conhecimento? Exibições em salas de cinema é um pouco utópico, poderíamos
aproveitar mais a internet e quem sabe alguns canais de TV.
O curta-metragem
para um profissional (seja ele da atuação, direção ou
produção) é o grande campo de liberdade para experimentação?
A arte em geral é uma grande manifestação da liberdade da criação, da
colocação moral e imoral. Na arte podemos viver, experimentar e mostrar o que
bem entendemos. O cinema prova isso com a diversidade de tantas obras e com tanta
gente talentosa.
O curta-metragem é
um trampolim para fazer um longa?
É uma ótima exposição! Alguns diretores de curtas acabam se tornando
diretores de longas. Se você faz um bom trabalho com certeza vão lembrar de
você em um longa. E não só diretores, os
curtas são um trampolim para atores, câmeras, editores, maquiadores, diretores
de arte, produção... Mas é claro, sempre estudar e se aprimorar. Esse nosso
universo é muito pequeno e a gente sempre acaba se encontrando lá na frente.
Qual é a receita
para vencer no audiovisual brasileiro?
Continuar acreditando no cinema. Continuar a produzir, pesquisar, mesmo
com as dificuldades. Já crescemos muito no cenário brasileiro. Temos filmes e
profissionais se destacando muito lá fora. Se continuarmos assim só temos uma
direção, pra frente. Precisamos também de um olhar com mais carinho, não só pras
grandes produções. Mais parcerias, patrocínios, apoiadores, editais. E também
um empenho maior na formação de publico!
Pensa em dirigir um
curta futuramente?
Amo demais atuar, é como se estivesse voando! Acho que o
meu oficio é mais esse mesmo. Mas também admiro demais a direção. Quem sabe em
um futuro...