Atuou em espetáculos teatrais
junto a Antunes Filho e Ulysses Cruz, como ‘Paraíso Zona Norte’, ‘Nova
Velha História’, ‘Vereda da Salvação’, ‘Velhos Marinheiros’, ‘Rei
Lear’, ‘Hamlet’, recebendo os prêmios Mambembe, Apetesp e Inacen
como melhor ator. Trabalhou nos longas-metragens ‘Tapete Vermelho’, ‘Boleiros
Dois’, ‘Doce de Coco’, ‘Cara
ou Coroa’ e ‘Anita e Garibaldi’.
Em 2007 fundou a Companhia Teatral ‘Arnesto nos Convidou’ com Samir Yazbek.
O que te faz aceitar
participar de produções a em curta-metragem?
Sempre esta ligado ao assunto, ao roteiro! Mesmo quando os amigos
convidam quero antes de mais nada saber do que se trata.
Conte sobre sua experiência
em trabalhar em curta-metragem.
O curta-metragem na maioria das vezes é feito por estudantes de cinema,
que tem pouca experiência em lidar com o ator. Dos que participei foram raras
as vezes em que fui dirigido. O lado positivo, é que podemos arriscar mais, e aprender muito com isso. Outra coisa que chega a ser irritante, é que quando o diretor realiza um
longa com orçamento e poderia te pagar um cache, te esquecem!
Por que os curtas não
tem espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Por que são visto como experimentos, de quem esta iniciando, não como
produto artístico ou comercial. O curta será lembrado quando o diretor começa a fazer sucesso com
longas, como indicio de que já era bom no principio da carreira quando dirigia
curtas. Eu gostava muito quando ia ao cinema e sempre antes da sessão passava um
curta, e não esta quantidade abusiva de comerciais! Talvez agora com esta nova lei das TVs, melhore o interesse pelos
curtas.
O que mais gosto nos
curtas, é o exercício de síntese! Esta capacidade de contar uma história, expor
uma ideia em tão pouco tempo. Num mundo cada vez mais tecnológico e rápido,
nossa paciência é menor para assistir uma obra. Acho que ai o curta tem
sua vez.
Na sua opinião, como
deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais público?
Deveriam ser lançados em conjunto, num evento. Vários curtas teriam
públicos diferentes, e uma força maior diante da mídia, e o custo sairia bem
menor para as produções.
O curta-metragem para
um profissional (seja ele da atuação, direção ou produção) é o grande campo de
liberdade para a experimentação?
Sim! Sem dúvida. É só olhar o histórico da maioria dos profissionais de
cinema para constatar que suas ideias tiveram raízes nos curtas.
O curta-metragem é um
trampolim para fazer um longa?
Não necessariamente! Mas acredito que é uma maneira de se preparar
melhor, conhecer e dominar todas as fazes do processo.
Qual é a receita para
vencer no audiovisual brasileiro?
Se preparar muito bem. Entender todas as áreas da criação. Trabalhar
muito e não desistir nunca. Temos ótimos exemplos de profissionais que estão ganhando o mundo e
competindo de igual para igual com os estrangeiros.
Pensa em dirigir um
curta futuramente?
Não!!! Minha praia é
a interpretação. O Teatro minha religião. Quando é possível me envolvo em projetos de cinema
e vídeo, como o telefilme "A Cidade Imaginaria" , que estou fazendo
agora com o Ugo Giorgette para a TV Cultura.