Atriz.
Participa de vários espetáculos teatrais: “A Bicicleta do
Condenado”, direção de Frederico
Foroni; “Amídalas”,
direção de Kléber Montanheiro; “O Despertar da Primavera”, direção de Zé Henrique de Paula; “Quem Nunca?”, direção de Renata
Melo; “A Saga da Bruxa Morgana e o Enigma do Tempo”,
direção de Claudia Borioni; “A Flauta Mágica”, direção de Roberto
Lage; “Notas da Superfície”, direção de Marcia
Abujamra; “Shakespeare
Amarrotado”, direção deDagoberto
Feliz; “Tempo de
Comédia”, direção de Eliana
Fonseca, dentre outros.
O que te
faz aceitar participar de produções em curta-metragem?
Hoje, o
que me faz aceitar um curta metragem é, principalmente, a história que está
sendo contada, a qualidade do roteiro. Gosto de conversar com o diretor para
saber quais são seus objetivos, o "porquê" de se fazer o filme. Claro
que a equipe conta, tanto a técnica quanto os outros companheiros de elenco.
Atuar, sempre que possível (dentro das expectativas de cada um, isto é, no meu
caso, com no mínimo uma ajuda de custo, além dos requisitos acima citados), é o
que torna você um ator/atriz.
Conte
sobre a sua experiência em trabalhar em produções em curta-metragem.
Isso
varia muito de acordo com a minha idade e experiência. Antes mesmo de entrar em
Artes Cênicas na ECA/USP, quando fazia teatro amador no clube do Banco do
Brasil, tive a oportunidade de atuar em um curta do audiovisual da ECA. Foi um
grande "start" porque filmamos no dia dos pais. Lembro de pensar:
"Então a minha vida será assim: na contramão". (risos). E tive a sorte de
contracenar com uma atriz maravilhosa, a Maria Paula Brandão, até hoje a chamo
de "mãe". Aliás, isso é sempre bacana, me faz topar um curta na hora:
contracenar com atores que você admira. Depois fiz vários curtas da ECA, AIC,
FAAP. Cada um com particularidades. Alguns foram experiências muito dolorosas,
perdi a paciência com a demora/perda de tempo, a falta de objetividade, mas
estavam todos aprendendo... Um curta delicioso e com uma arte incrível foi o
"Romance.38", com um pessoal muito talentoso que quero voltar a
trabalhar. E, profissionalmente, o "Erroversível" do Rodrigo Moreira
foi muito gratificante também. Acho que quando você sai fortalecido de um
trabalho, a sensação é a de que valeu a pena.
Por que
os curtas não têm espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Talvez
porque seja um espaço de experimentação, que não pressupõe a "venda"
de nada. Assistir a curtas-metragens é uma questão cultural, de hábito e
interesse. A meu ver o espaço cultural em geral (cinema, teatro, dança, literatura,
etc.) foi diminuído em todas as mídias. Perdemos para os anunciantes.
Infelizmente.
Na sua
opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais público?
O projeto
da Lais Bodanzki é um exemplo, a TV Cultura e o Canal Brasil também guardam
seus espaços. Agora temos mesmo o Youtube, que ajuda muito, bem como os
festivais. Mas acredito que isso devia começar nas escolas, com exibição de
curtas e fomento à experimentação dos próprios alunos.
O
curta-metragem para um profissional (seja ele da atuação, direção ou produção)
é o grande campo de liberdade para experimentação?
Ah, com
certeza. Mas eu não sou da turma da "experimentação pela
experimentação", rs. Me agrada mais contar uma história e, aí sim, em como
contá-la é que entra o mundo dos experimentos em edição, arte, atuação etc.
Tudo para ajudar a história e como melhor impactar o público (afinal, queremos
que o curta seja visto e fazemos cinema, sim, para alguém: mesmo que esse
"alguém" seja a gente mesmo).
O
curta-metragem é um trampolim para fazer um longa?
Não sei
se "trampolim", afinal o curta é como um haikai. E o haikai não é um
trampolim para um poema épico. Mas pode preparar, sim, desde que este seja o
objetivo.
Qual é a
receita para vencer no audiovisual brasileiro?
Nossa,
"vencer"... isso é tão relativo, né? Acho que se você sobrevive
fazendo o que gosta já é um vencedor. Mas para realizar seus projetos, tem que
ter muita persistência, sorte, sabedoria para achar os caminhos alternativos
para o SEU projeto, ser altamente criativo e dedicado e contar com excelentes
atores e equipe. Ou seja: fazer parcerias é fundamental.
Pensa em
dirigir um curta futuramente?
Não, dirigir, não. Atuar muito,
sempre. E escrever... sim.