sexta-feira, 8 de maio de 2015

Maritta Cury


Atriz. Protagonizou o espetáculo teatral ‘"Engolindo Sapo pra um dia Comer Perereca".

O que te faz aceitar participar de produções em curta-metragem?
O projeto como um todo. Roteiro, direção, personagem. A qualidade artística do projeto unida à minha vontade de atuar são suficientes pra eu aceitar e se, de quebra, ainda houver um cuidado especial com os atores, valorização do profissional, melhor ainda!

Conte sobre a sua experiência em trabalhar em produções em curta-metragem.
Não tenho tanta experiência como eu gostaria de ter, mas já vivenciei esse universo e fiquei muito feliz com o resultado e também com o processo. Meu último trabalho com essa linguagem (não foi bem um curta, era um book trailer), foi muito desafiador, tive que viver coisas que nunca tinha feito, como pular num tanque de mergulho, fundo, algumas mil vezes, e ‘interpretar’ em baixo d’água! Nesse mesmo trabalho, fiz cenas na beirada da batente de um prédio! Foi tudo muito incrível, fui muito bem tratada e respeitada por toda a equipe.

Por que os curtas não têm espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Acredito que seja pela falta de apelo comercial. O curta não é visto como um produto e sim apenas como arte, o que, por um lado, o enobrece, mas, por outro, o marginaliza.

Na sua opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais público?
Se voltasse a cultura de passar curtas-metragens antes de longas no cinema, já seria um grande incentivo, pois as pessoas se acostumariam com o ‘ritual’ de chegar mais cedo pra sessão e se beneficiariam assistindo a um conteúdo artístico e também de entretenimento, antes do filme que escolheu. Acho que, com o tempo, isso poderia até se estender à TV aberta, passando curtas em alguns horários alternativos, como antes da veiculação de filmes de corujão, sessão de gala... utopia, será? (risos)

O curta-metragem para um profissional (seja ele da atuação, direção ou produção) é o grande campo de liberdade para experimentação?
Creio que na maioria das vezes sim, pois, como citei acima, o curta é visto de modo geral como arte e isso faz com que traga liberdade, criação... Mas acho que a liberdade maior é sempre da direção / roteiro mesmo... os demais envolvidos, geralmente, estão à serviço do projeto... a não ser quando se trata de um trabalho focado no improviso, com mais liberdade pros atores criarem junto.

O curta-metragem é um trampolim para fazer um longa?
Não sei se trampolim, porque fazer parte de um longa pode envolver outros fatores... mas com certeza ajuda em aspectos como experiência com a linguagem, conhecer pessoas envolvidas com cinema, portfólio, visibilidade... além do prazer, é claro!

Qual é a receita para vencer no audiovisual brasileiro?
Nossa, pergunta difícil, hein? (risos)

Acho que receita mesmo ninguém tem... Mas deve ser uma combinação de: qualidade artística + qualidade de produção + algum apelo comercial + um tema de grande interesse e que se comunique com a maioria das pessoas, sem restrição de tribos e coisas assim + bom roteiro + bons diálogos + bons atores + dinheiro, muito dinheiro!!!

Pensa em dirigir um curta futuramente?
Acho difícil... tenho mais perfil de atriz do que de diretora... até posso ter vontade de escrever um dia, por exemplo... aí, quem sabe, não me envolvo do outro lado também? Mas nunca pensei, não.