Atriz e bailarina. Integra a Cia
Teatro Balagan desde 2008. Formada em Artes Cênicas pela Universidade
Estadual de Campinas – Unicamp, em 2003. Dentre os espetáculos que atuou alguns
deles: Círculo de Giz Caucasiano de Bertold Brecht, direção de Marcelo
Lazzaratto, em cartaz no Viga Espaço Cênico e Festival de Curitiba (2004); Agda
de Hilda Hilst , direção de Moacir Ferraz, (2004); "B - Encontros com Caio
Fernando Abreu" (2006) – direção de Francisco Medeiros no Sesi Paulista,
"Prometheus - a tragédia do fogo" com Cia Teatro Balagan (atual). Com
o espetáculo Água Desnuda (2003) sob orientação de Renato Cohen e direção de
Mariana Coral, recebeu prêmio de melhor bailarina no Festival Curta Dança
Sorocaba. Em 2006 dirigiu o espetáculo "Jardim de Rosas Mudas" em
cartaz na Casa das Rosas, em São Paulo. Trabalha com dança contemporânea, dança
popular brasileira, dança dos orixás. Estuda o flamenco desde 2010 com Vera
Alejandra na Cuadra Flamenca, e desenvolve um trabalho de investigação em dança
teatro em parceria com a atriz Mariana Coral.
O que te faz aceitar participar de produções em curta-metragem?
Eu sou do teatro, toda minha formação artística vem daí. A
expressividade para o vídeo é outra, toda a organização em torno da construção
de uma peça teatral, difere completamente da criação de um curta-metragem, e
esse abismo entre essas linguagens me deixa curiosa. Me parece que curta-metragem,
diferente de longas, são produções mais experimentais, mais baratas, que
agregam pessoas a fim de experimentar mesmo, e o que vejo são os atores
bancando participar destes projetos, também como uma forma de aprendizado.
Conte sobre a sua experiência em trabalhar em produções em
curta-metragem.
Muito rara, talvez porque simplesmente eu não conheça as pessoas que
trabalham com isso, como já disse, meu negócio é o teatro e também a dança,
convivo com essa gente, mas nada me impede de experimentar os curtas.
Participei já de alguma coisa de curta metragem há muito tempo, achei
divertido, um pouco desconfortável no começo, a preparação junto com os atores,
os ensaios, a direção, tudo isso muito rápido, pro “vamos lá, gravando!” E você
vai acreditar se eu disser que eu nunca vi o resultado disso? Simplesmente não
vi! Mas tive uma boa impressão desta experiência, de que a ficção, o colocar-se
em situação ficcional e portanto passível de ser criativa, experimental e
artística, é um lugar que pertence ao ator, independente da linguagem que media
essa relação.
Por que os curtas não têm espaço em críticas de jornais e atenção da
mídia em geral?
Não sei se saberia falar disso, mas posso imaginar que tenha a ver com
comercialização, dinheiro, não é sempre essa a questão?! Inclusive para os
longas-metragens, que ficam prontos e não conseguem sala pra exibição? O Canal
Futura, TV Cultura, TV Sesc, costumam exibir curtas em sua programação, e é muito
através destes canais que acabo vendo as produções, podia ter mais disso em
outras emissoras.
Na sua opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais
público?
Exibi-los antes dos longas nos cinemas?!! Seria uma maneira de
apresentar essa linguagem para o grande público.
O curta-metragem para um profissional (seja ele da atuação, direção ou
produção) é o grande campo de liberdade para experimentação?
Acho que sim.
O curta-metragem é um trampolim para fazer um longa?
Não sei, mas creio que quem faz uma coisa, faz ou deseja fazer a outra,
deve ser uma vontade natural... que imagino, esbarra no "comércio"
também, que pode tornar ou não a coisa viável.
Qual é a receita para vencer no audiovisual brasileiro?
Não sei. (risos). Receita de “vencer”, de fama e tudo o mais, não
existe, nem no teatro, no vídeo, nem em lugar nenhum da arte, mas o que vejo
são pessoas que conseguem ou não abrir espaços de atuação, e isso pode
acontecer de tantas maneiras...bacanas ou não, como ganhar um edital
público, um patrocínio, encontrar as pessoas... e muito sobre persistir na
profissão. Isso eu digo seguramente, pela minha experiência com o teatro, fazer
o seu e persistir.
Pensa em dirigir um curta futuramente?
É tão distante da minha vida... Mas
eu tenho um filme que sempre vem na minha cabeça, que eu nem imagino como se
faz na prática, são fotogramas de sonhos, de danças, de alguma coisa que
acontece documental, que emerge da pesquisa de campo, de se perder dentro do
Brasil, do Maranhão, das culturas populares, eu me vejo atuando e olhando de
fora pra coisa, talvez por isso a imagem de um sonho. Mas isso não é novidade
pra ninguém... (risos). Quem sabe vira um curta, teria que encontrar os
parceiros.