Atriz. O espetáculo teatral "A Obscena Senhora
D", texto de Hilda Hilst, teve direção, concepção e interpretação de
Suzan. No cinema atuou em “Crime Delicado”.
O que te faz aceitar
participar de produções em curta-metragem?
Um bom roteiro, sem dúvida. Que seja
significativo e tenha alguma ressonância em mim como artista.
Conte sobre a sua
experiência em trabalhar em produções em curta-metragem.
Até agora foi engraçada, não tive o
tempo que gostaria, mas, pretendo intensificar as coisas.
Por que os curtas não
têm espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Taí algo inexplicável. Tudo se trata
de um olhar do mercado que ainda não absorveu o curta com algo rentável.
O apelo comercial de um curta é quase nulo, no entanto, é um formato
poderoso com grande poder de comunicação. Claro que tem os festivais de
cinema e a internet que é um veículo fantástico, mas o alcance ainda
é restrito a um público muito específico. No entanto, não é diferente do
que acontece com longas com fraco apelo comercial, o alcance também é
restrito a um público específico, mesmo que a qualidade seja sublime.
Obviamente não há uma cultura do curta como formato fechado em si, sem
associação com um longa-metragem.
Na sua opinião, como
deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais público?
Não sei, talvez programas na tevê
aberta onde tenham seleção das melhores produções de curtas. A TV Cultura faz
isso, é bárbaro.
O curta-metragem para
um profissional (seja ele da atuação, direção ou produção) é o grande campo de
liberdade para experimentação?
Sem dúvida. Amo a síntese, sempre
gostei de contos. A ideia de num curto espaço - tempo contar uma história sem
perder absolutamente nada, manter toda a sua integridade. É um formato único,
pensando bem, é dificílimo, exige uma outra disposição. Não deve perder em
aprofundamento e nem precisa. É um campo de infinitas possibilidades, delicioso
e sem a pressão de um longa. É um espaço onde os contornos da sua identidade
como criador se delineiam, ficam claras.
O curta-metragem é um
trampolim para fazer um longa?
Acredito que ninguém queira se fixar
num formato apenas. Acho que o desejo de expressão exige quebras de paradigma o
tempo todo. Claro que, para muitos a visibilidade alcançada num curta viabilizou
o financiamento de longas e isso é maravilhoso, mas, vejo o curta como um
formato em si e não apenas como trampolim.
Qual é a receita para
vencer no audiovisual brasileiro?
Não tenho a mínima ideia de como
formatar isso numa receita ou, seja lá o que for. É muito relativo... Acho que
se tivesse essa receita venderia, ficaria milionária e investiria em curtas...
E longas também.
Pensa em dirigir um
curta futuramente?
Como disse, amo a síntese...
Ultimamente não paro de pensar sobre isso.