Cineasta.
É dele o documentário “Fora do Figurino: As Medidas do Jeitinho Brasileiro” (2013).
O que te faz aceitar participar de
produções em curta-metragem?
Nunca participei, mas a motivação para participar da produção de qualquer filme
é sempre o tema, a abordagem e as condições de produção disponíveis.
Por que os curtas não têm espaço em críticas
de jornais e atenção da mídia em geral?
Provavelmente
pela dificuldade que os curtas encontram em chegar ao grande público, o que
torna este processo um circulo vicioso: o público não demanda porque conhece
pouco e a mídia não divulga porque não tem demanda importante do seu público. É
uma equação perversa que precisava ser rompida.
Na sua opinião, como deveria ser a exibição
dos curtas para atingir mais público?
Com a achegada das novas mídias abriu-se uma janela de oportunidade para os
curta-metragistas. Acho que o ambiente virtual se identifica melhor o formato
do curta do que do longa-metragem. O desafio é encontrar a narrativa e a
estética adequadas. Penso que as coisas estão evoluindo nessa direção. Já é
possível notar uma mudança estética e narrativa nos curtas pós-internet, entre
outras coisas, com uma minutagem cada vez menor indo talvez para algo como o
micro-metragem.
O curta-metragem para um profissional (seja
ele da atuação, direção ou produção) é o grande campo de liberdade para
experimentação?
Depende. A
liberdade para experimentação está ligada mais ao meio e ao veículo do que ao
formato do produto cinematográfico. Se o curta for passar em TV aberta, a
liberdade será reduzida, assim como para o longa. Se for veiculado num site,
tanto o curta como o longa terão um espaço de experimentação incomparavelmente
maior.
O curta-metragem é um trampolim para fazer um
longa?
Pode ser,
sobretudo quando se esta falando de ganho de experiência pra o realizador e
visibilidade em festivais. Mas, não é o ideal. O curta tem o seu potencial de
expressividade próprio como o formato conto na literatura. Não deveria ser
visto somente como um bate-bola para o longa-metragem.
Qual é a receita para vencer no audiovisual
brasileiro?
Vontade,
persistência e, claro, talento, como qualquer área artística..
Pensa em dirigir um curta futuramente?
Não tenho planos neste sentido, mas a ideia me agrada.