Com mais de 700 comerciais no currículo, César dirige e
fotografa seus filmes. Em 2007 César se uniu a Fernando Meirelles para assumir
a direção de fotografia de "Blindness", adaptação do romance
"Ensaio Sobre a Cegueira", de José Saramago. Em Março de 2008, chegou
aos cinemas brasileiros o filme "O Banheiro do Papa". O filme, que
foi co-dirigido por Enrique Fernández, marca a estreia de César na direção de
longas.
"O curta-metragem é um meio de experimentação, descompromissada com o
resultado do público, então é uma área de muito crescimento narrativo e técnico
para a filmografia nacional. Aceitar trabalhar neste tipo de curta-metragem é
justamente porque é uma experimentação. Eu lembro, por exemplo, que grande
parte da qualidade que a gente obteve no “Cidade de Deus” foi graças ao
curta-metragem Palace II que a gente filmou 6 meses antes onde a gente pode
experimentar formatos, películas, câmeras, recursos, enfim, um monte de coisas
experimentamos nesse curta-metragem e graças a ele a gente pôde depois por em
prática no “Cidade de Deus”.
A minha experiência não é muito grande, eu trabalhei em curta-metragem Missa
do Galo que eu fiz na época do preto-branco ainda como assistente de câmera do
Mário Carneiro, depois eu fiz alguns outros em vídeo numa produtora que eu
tinha chamada Monte Vídeo que a gente facilitava uma estrutura técnica de vídeo
para cineastas, eu era sócio dessa produtora e eu fiz alguns. E depois mais
recentemente ajudando o Daniel Rezende, mas eu não tenho feito muitos não, eu
gostaria de fazer mais. É um meio que me diverte mais. Eles não têm espaço em
crítica de jornais e atenção da mídia em geral, justamente, porque eles são uma
coisa mais experimental, porque não há cultura de curta-metragem, é como os
contos e as novelas. As novelas em geral sempre têm muito mais saídas do que os
contos. Acho que é um paralelo parecido.
Uma forma de fazer chegar mais ao público é fazer projeções de blocos de
curtas-metragens ou matemática ou por exemplo caixas de DVDs onde... porque ver
um curta-metragem fica complicado. Então, ou incluir os curtas-metragens na
frente dos longas-metragens nos DVDs ou nas projeções, algum formato deste
tipo. Ou então fazer esses pacotes projeção de todos os curtas-metragens
ganhadores de festival ou todos os curtas-metragens de uma geração de
cineastas, enfim, coisas do tipo. O curta-metragem como eu falei antes se é uma
área de experimentação e grande campo (não conseguir escutar direito) de
verdade para experimentar para todos os curtas-metragistas. O curta-metragem
pode ser um trampolim para trabalhar num longa-metragem sim, é sem dúvida, é o
melhor campo para os profissionais que estão começando, experimentarem e
crescerem para depois fazerem um longa-metragem, mas não tem que ser um
longa-metragem enfim em si (ele falou muito rápido, não entendi bem) pode ser o
curta-metragem também ou depois passar para minissérie ou para quaisquer outros
formatos de se fazer cinema.
Eu acho que a receita para vencer no audiovisual brasileiro é tentar se
comunicar bem com o público brasileiro. Eu acho que o cinema brasileiro não tem
tido um diálogo fluido com o público. À prova disso são os resultados de
bilheteria que os nossos grandes blockbusters são ínfimos falar que 1 milhão de
espectadores de um país de 190 é um bom público é triste, na verdade é muito
pequeno. A comunicação do cinema áudio... (aqui ele se enrolou para falar) do
cinema brasileiro com seu público. Então, a receita é aprender a falar a língua
que o povo gosta de entender e aos poucos reeducando esse público e refinando
mais ele no gosto pelo bom cinema. Eu não tenho pensado em dirigir nenhum curta
porque na verdade não estou com nenhuma ideia específica, mas se me vier à
cabeça a ideia do curta-metragem, com certeza, eu vou fazer, porque eu acho ele meio interessantíssimo como eu falei antes de
bela experimentação".