Atriz.
Atuou nos longas-metragens ‘Subsolo Underground’
e ‘Caixa Dois’.
Em curta-metragem teve grande destaque com o filme ‘O
Retrato’.
O que te faz aceitar participar de produções em
curta-metragem?
Os curtas-metragens que fiz como atriz foram com amigos. Com o famoso esquema de “baixo orçamento” e
muita vontade de fazer um trabalho legal, me juntei a esses parceiros e faço
sempre que possível.
Conte
sobre a sua experiência em trabalhar em produções em curta-metragem.
O primeiro que eu fiz uma participação foi “O Retrato”
com direção de Daniel Moreno e tínhamos uma pequena produção, os técnicos eram
bem experientes e foi
feito em película No curta “ A Lenda Proibida” eu fiz a
personagem principal e a locação era incrível. Um hotel fazenda com vários
ambientes e gravamos tudo lá. Esse foi um curta
feito com câmera digital e era de suspense, então tínhamos vários “climas”. O diretor
desse foi o André Siqueira e era seu
primeiro trabalho. Como ele já era meu amigo foi tudo muito tranquilo, mas com
a falta de uma continuísta, acabamos perdendo
algumas cenas boas por terem erros. Tivemos que dublar algumas cenas que o som
direto ficou com ruídos. Apesar dos probleminhas técnicos, nos adoramos o
resultado.
Por
que os curtas não têm espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em
geral?
Penso que, se tivéssemos diretores mais conhecidos
produzindo curtas, poderia gerar uma mídia maior nesse setor. Já fui a varias
mostras de curtas e sempre com um bom público interessado. Então posso comparar
ao circuito mais alternativo de teatro. Tem um público fiel, mas não tem mídia.
E a critica segue a mídia. Pena.
Na
sua opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais público?
Uma vez fiz um comercial de uma Mostra
Petrobras que eram curtas que passavam antes das sessões de filmes nacionais
patrocinados pela Petrobras. E eu achei a ideia ótima. Se tivéssemos uma lei
para que, antes de cada filme, passasse um curta nacional acho que seria uma
forma de atingir a massa de pessoas que vão ao cinema e estimular a produção de
novos curtas e com cada vez mais qualidade.
O
curta-metragem para um profissional (seja ele da atuação, direção ou produção)
é o grande campo de liberdade para experimentação?
Com certeza. Eh muito comum os profissionais se
sentirem mais livres para experimentarem em um curta. A pressão eh muito menor
porque o risco eh menor. E isso não diminui a qualidade do trabalho, mas como o
investimento (de dinheiro e tempo) é proporcional ao tempo de execução, muitos
artistas preferem testar todas as ideias nos curtas para então desenvolvê-las
nos médias e longas.
O
curta-metragem é um trampolim para fazer um longa?
Depende. Se for pensar em roteiro acho que não, porque muitas ideias funcionam
melhor se for em um tempo menor. Mas falando de experiência acredito que sim. É
como você querer estrear no teatro com uma grande produção sem ter passado pela
experiência de fazer o teatro de base, de pesquisa. Ate pode funcionar, mas a
chance de cometer erros básicos e de fácil resolução ( quando se tem mais
experiência) eh bem maior.
Qual
é a receita para vencer no audiovisual brasileiro?
Capacidade. Recurso/Sorte. Em primeiro lugar a
capacidade. E depois recurso ou sorte (ou os dois juntos, melhor inda!). Pode
parecer receita de bolo, mas acho que se falhar em algum desses itens não tem
como vencer de verdade. Porque acredito como vencedor o artista que atinge o
objetivo de alcançar a alma do maior número de pessoas. Para isso é preciso a
capacidade de se comunicar bem, ter boas ideias e sensibilidade. Para executar
essas ideias precisa de dinheiro! As produções audiovisuais são muito caras. E
o fator sorte pode vir de vários lugares. Um patrocinador inesperado que
viabilize o projeto. Uma situação que coloque o seu nome ou projeto em
evidencia ou o famoso “cair na graça do publico”.
Pensa
em dirigir um curta futuramente?
Eu sou atriz e atuar será sempre meu primeiro
interesse nos curtas. Sou produtora também e quando produzi um longa chamado “O
Último Chá” eu fiquei alucinada com a função de assistente de direção. Então eu
acho que posso seguir nessas três funções, mas a direção eu não vejo como um
objetivo.