Atriz.
Atuou em “Eu
Não Faço a Menor Ideia do Que Eu Tô Fazendo Com a Minha Vida”;
“Viúva Rica
Solteira Não Fica”;
“A Dona da
História”;
“Trair e Coçar
É só Começar”;
entre outros.
O que te
faz aceitar participar de produções em curta-metragem?
Normalmente
o que me atrai são as pessoas envolvidas no projeto. Às vezes um roteiro fraco
pode se desenvolver e se tornar um trabalho muito rico e interessante. E o
contrário também, ou seja, você lê o roteiro, acha bacana e depois o trabalho
se mostra chato de realizar ou o resultado final é ruim… enfim, é sempre um
risco que temos que estar dispostos a correr! Um filme depende de muitos
elementos pra ser bom.
Conte
sobre a sua experiência em trabalhar em produções em curta-metragem.
Fiz três
curtas nos anos 80. “Acre-Doce” de Juarez Precioso, “Amar” de Carlos Gregório e
“A Mulher Fatal Encontra o Homem Ideal” de Carla Camurati. Três filminhos muito
legais na minha opinião. “Amar” é na realidade quase um média-metragem, se não
me engano tem uns 20 minutos...
Por que
os curtas não têm espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Pouco
posso falar sobre os desígnios da mídia em geral, mas suponho que como em toda
parte, seja uma questão financeira. Não vende. Hoje em dia, mais do que nunca,
só interessa o que vende. O que dá lucro. Muito infelizmente.
Na sua
opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais público?
Talvez se
houvesse sessões de curtas exibidos juntos, como nas sessões normais de um
longa-metragem. Juntos por assunto, por exemplo, ou qualquer outro critério
mais criativo, não sei. A pessoa pagaria para assistir um conjunto de curtas
como num espetáculo de esquetes… por que não?
O
curta-metragem para um profissional (seja ele da atuação, direção ou produção)
é o grande campo de liberdade para experimentação?
Naturalmente
por ser mais viável financeiramente, pode parecer mais fácil começar com um
curta Ao mesmo tempo, acredito que a linguagem do curta seja específica, e às
vezes pode ser mais difícil apresentar uma narrativa sintética do que outra
mais extensa…são linguagens distintas, eu acho. No entanto, o descompromisso
com o lucro e com o mercado, ajuda muito na hora de criar o que quer que seja.
O
curta-metragem é um trampolim para fazer um longa?
Não
necessariamente. Pode perfeitamente ser um fim em si, trata-se uma linguagem
particular. O sujeito pode querer fazer curtas até o fim dos tempos!
Qual é a
receita para vencer no audiovisual brasileiro
Ah, uma
receita para a vida dar certo… se alguém tiver, gostaria de saber.
Pensa em
dirigir um curta futuramente?
Comecei a dirigir no teatro
recentemente, junto com meu trabalho de atriz e produtora. O cinema é um meio
muito caro, e acho isso exasperante. Talvez gostasse muito de ajudar na
preparação dos atores junto com algum diretor, algo assim. Mas acho a profissão
do diretor no cinema, de um modo geral, muito sobrecarregada pela própria
estrutura de produção. Prefiro o teatro onde as coisas são mais artesanais e o
material humano, por assim dizer, ainda é o principal.