Ator.
No cinema, fez os curtas "WM de Lygia Fagundes
Telles", de Juan Gonzales e Bernardo Ururahy; "Natasha", com
roteiro e direção de Andreson Carvalho; "Sushiman", animação de Ivan
Jaf, com direção de Pedro Iuá; e o longa "Tropa de Elite", direção de
José Padilha.
O que te faz aceitar participar de
produções em curta-metragem?
O roteiro ou a ideia, a direção. Quando não conheço o diretor pesa muito a
maneira como ele me faz o convite e como apresenta o projeto.
Conte
sobre a sua experiência em trabalhar em produções em curta-metragem.
A maior parte dos curtas-metragens que fiz foram universitários. Alguns
independentes e felizmente mais recentemente fiz curtas vencedores de editais
onde tive cachê pelo meu trabalho. O mais frustrante são os curtas que nunca
foram finalizados e ainda os que foram, mas nunca foram exibidos e nem ao menos
recebi uma cópia para que pudesse ver. Por outro lado, existe um prazer e
orgulho imenso por outros bem realizados e que rodaram por festivais pelo
Brasil e em outros países.
Por que os curtas não têm
espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Não têm tanto, é verdade, mas volta e meia vejo ou leio notícia de algum curta.
Quando é bom, não tem jeito, aparece. Nem que seja pelo fato do curta ter sido
convidado, exibido ou laureado em um grande festival de cinema. Os festivais
têm contribuído muito para uma maior participação e menção dos curtas na mídia.
Nos últimos anos aumentaram as faculdades e escolas de cinema pelo Brasil e a
procura por estes cursos está cada vez maior. Então naturalmente a produção de
curtas aumentou muito fortalecendo os festivais já existentes e gerando novos.
Um festival como o de Tiradentes por exemplo, que exibe longas e curtas, mexe e
muito com a economia da cidade que vê sua população aumentar durante os dias do
festival. O festival, os filmes e a cidade viram notícia por todo Brasil neste
momento. É o poder do cinema. Acho que mesmo que lentamente, a tendência desse
quadro de pouco espaço dos curtas em críticas de jornais e atenção da mídia, é
melhorar.
Na sua opinião, como deveria
ser a exibição dos curtas para atingir mais público?
Os festivais vêm fazendo bem esse papel, mas acho que um canal a cabo no pacote
básico das operadoras, exclusivamente para a exibição de curtas, teria uma boa
audiência. Também gostaria de ver a exibição de um ou dois curtas-metragens
antes de um longa nos cinemas.
O curta-metragem para um
profissional (seja ele da atuação, direção ou produção) é o grande campo de
liberdade para experimentação?
Sim. Se por um lado a falta de um aporte financeiro maior e em grande parte das
vezes inexistente dificulta a realização, por outro esse fato por si só gera
uma liberdade imensa. Cabe ao realizador usufruí-la, ou não.
O curta-metragem é um
trampolim para fazer um longa?
Não necessariamente. Pode ser desde que o realizador assim o queira. Muitas
vezes o realizador de um curta-metragem não tem essa pretensão.
Qual é a receita para vencer
no audiovisual brasileiro?
Felizmente não há uma receita. Se houvesse seria muito chato! O que existe e
tem que existir é trabalho, muito trabalho, persistência e vontade a serviço de
uma inspiração original, particular, verdadeira!
Pensa em dirigir um curta
futuramente?
Não. Minha praia é atuar!