Ator, diretor e professor de teatro. No momento não
integra uma companhia fixa, mas desde 1986 tem uma produtora chamada “Anjos de
Todas as Cores”, que produziu alguns de seus projetos pessoais, entre eles:
“Laranja Mecânica” (1992), “Pobre Super Homem” (2000), “Um Número” (2004),
“Edmond” (2006) e “Mediano” (2009).
O que te
faz aceitar participar de produções em curta-metragem?
Basicamente
uma boa história, contada de maneira eficiente e criativa dentro da linguagem
do curta-metragem.
Conte
sobre a sua experiência em trabalhar em produções em curta-metragem.
Minha
experiência é muito pequena. Fiz um em Curitiba em 1989, "A Loira
Fantasma", dirigido pela Fernanda Morini, e mais recentemente, em 2009,
"Eulália", dirigido pelo Felipe Adami. Este inclusive ganhou o prêmio
de melhor curta no 3º Brazilian Film Festival em Los Angeles. E é só,
infelizmente. Acho pouco para um universo tão vasto e diversificado.
Por que
os curtas não têm espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Talvez
pela ideia preconceituosa de que o curta-metragem seja uma obra menor do que o
longa, o que é um grande equívoco. Já vi grandes trabalhos nesse formato,
protagonizado por grandes atores em grandes interpretações.
Na sua
opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais público?
Não sei
exatamente, mas me lembro de que, anos atrás, era exibido sempre um curta antes
do filme principal, independente da sessão, horário ou sala de exibição. Era
uma lei. E, como tal, era uma faca de dois gumes, já que a obrigatoriedade
gerava muita coisa de qualidade bem duvidosa. Acho que hoje em dia os canais a
cabo poderiam se interessar mais, criar uma programação atraente, já que são um
mercado em franca expansão.
O
curta-metragem para um profissional (seja ele da atuação, direção ou produção)
é o grande campo de liberdade para experimentação?
Com
certeza. Talvez o curta seja para o cinema o que o conto é para a literatura ou
a peça em um ato é para o teatro. Acho um verdadeiro desafio para qualquer
profissional da dramaturgia contar uma história de maneira sintética e concisa.
O
curta-metragem é um trampolim para fazer um longa?
Também é
arriscado responder esta questão. Podem existir profissionais que se sintam
realizados no gênero e não queiram alçar outros voos, por mais óbvios que eles
possam parecer a olhos de fora.
Qual é a
receita para vencer no audiovisual brasileiro?
Não faço
a menor ideia. Aliás, acho muito improvável existir receita para vencer em
qualquer campo, principalmente o das artes cênicas. O dia em que alguém disser
que achou a fórmula do bolo, vou duvidar bastante.
Pensa em
dirigir um curta futuramente?
Nunca pensei para falar a
verdade, mas nunca se sabe. O cinema é um mundo que me fascina bastante.