Diretora
de fotografia. Fotografou o curta-metragem
“Inspiração”, de Vitor Coldbeli.
O que te
faz aceitar participar de produções em curta-metragem?
O roteiro e principalmente a possibilidade de
experimentação que não tenho em publicidade, por exemplo.
Conte
sobre a sua experiência em trabalhar em produções em curta-metragem.
Dirigi dois curtas na faculdade (“Domingo no Parque”
e “Manual Cinematográfico dos Seios”). Depois disso fiz alguns como assistente
de câmera e fotografei o curta-metragem “Inspiração”, de Vitor Coldbeli, que
ganhou um prêmio na Espanha e vai fazer parte do lançamento do novo perfume de Antônio
Banderas.
Por que
os curtas não têm espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Acho que pelo mesmo fato que eles têm espaço
reduzido de distribuição. Hoje você faz um curta e o único espaço que tem para
mostrar são os festivais, você não lança um curta no cinema, ele não entra em
cartaz. Quando há um festival existe algum espaço para o curta na mídia. Vide o
Festival de Curtas de São Paulo, que tem um grande público e um espaço em
jornais. Talvez se o curta-metragem tivesse outra forma de distribuição também
tivesse outra atenção da crítica e da mídia em geral.
Na sua
opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais público?
Como eu disse na questão anterior, que eles não
ficassem restritos a festivais. Eles poderiam entrar em cartaz como os longas,
passar antes da exibição de longas nos cinemas ou poderiam haver sessões de
curtas nos cinemas. Acredito que haja público para isso.
O curta-metragem para um profissional (seja ele da atuação, direção ou produção) é o grande campo de liberdade para experimentação?
É sim. Acredito que é no curta-metragem o lugar em
que o profissional tem maior liberdade de experimentação. O único compromisso
do curta é com a linguagem, com a nova linguagem.
O
curta-metragem é um trampolim para fazer um longa?
Curta e longa são duas coisas diferentes, nesse
sentido não é um trampolim. Mas fazendo curta aprende-se muito sobre cinema,
então eu diria que o curta é uma etapa para se chegar ao longa-metragem.
Difícil um realizador que vai fazer um longa que não tenha feito um curta para
testar coisas, para aprender mesmo a filmar.
Qual é a
receita para vencer no audiovisual brasileiro?
Networking.
Pensa em
dirigir um curta futuramente?
Não.
Sou Diretora de Fotografia e pretendo continuar apenas fotografando filmes.
Pelo menos por enquanto.