Artista visual, explora diversas linguagens e técnicas de
desenho e animação. Em 1989, criou junto com Kiko Mistrorigo, a produtora de
animação TV PinGuim. Entre seus trabalhos, destacam-se o vídeo Nome (1993),
realizado a partir de poemas de Arnaldo Antunes; o quadro Poesias Animadas
(1994), dentro do programa Castelo Rá-Tim-Bum, na TV Cultura; a série de
animação Rita (1994). Recebeu o Prêmio para Realização de Curtas-Metragens do
Ministério da Cultura, 1998, com o qual realizou o piloto da série de animação ‘Escaleno’.
O que te
faz aceitar participar de produções em curta-metragem?
A
possibilidade de trabalhar com criações e produções mais livres dos formatos e
demandas do mercado da TV comercial.
Conte
sobre a sua experiência em trabalhar em produções em curta-metragem.
Fizemos
alguns curtas de animação no início da produtora. Foram ótimas oportunidades
criativas: A Família, Silêncio, A Empadinha, entre outros. Através dos curtas,
nós participamos de diversos festivais internacionais e começamos a estabelecer
contatos em diversos países. Além disso, os curtas serviram como o portfólio da
produtora.
Por que
os curtas não têm espaço em críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Infelizmente
os curtas têm pouca visibilidade para o grande público e acabam sendo mais
conhecidos dentro do próprio meio do audiovisual.
Na sua
opinião, como deveria ser a exibição dos curtas para atingir mais público?
Para
atingir mais público o ideal seria que os curtas estivessem na TV. Como as Tvs
precisam preencher a grade, e não tem condições de comprar um a um, seria
interessante se alguém fizessem um programa só de curtas, e que fosse
responsável pela curadoria deste programa. Hoje há o canal curta, que pode
criar um espaço interessante para este formato.
O
curta-metragem para um profissional (seja ele da atuação, direção ou produção)
é o grande campo de liberdade para experimentação?
Sem
dúvida. É o melhor formato para isso.
O
curta-metragem é um trampolim para fazer um longa?
Não
exatamente. Mas acredito que seja uma grande oportunidade de aprendizado.
Qual é a
receita para vencer no audiovisual brasileiro?
Muuuuuita
paciência. Há muita burocracia e os projetos acabam demorando demais para se
viabilizarem. Claro que além disso, você precisa ter muita determinação, pois
vai ouvir muitas negativas no processo. Peixonauta, por exemplo, foi recusado
por praticamente todos os canais e editais para produção, antes de fecharmos
com a Discovery Kids. Hoje é lider de audiência na TV a cabo no Brasil e já foi
vendido para 78 países. Precisa acreditar.
Pensa em
dirigir um curta futuramente?
Atualmente estou trabalhando principalmente com séries animadas e o
trabalho é exaustivo. Considerando todas as etapas desde a sinopse de cada episódio até a pós,
você pode imaginar o volume... Não sobra tempo para pensar em um curta,
infelizmente.