Atriz. Atuou em ‘Amor, Palavra Prostituta’; ‘A Fábrica das Camisinhas’; ‘O Rei da Boca’; entre
muitos outros filmes.
O que te faz
aceitar participar de produções em curta-metragem?
Eu acho que o curta-metragem e uma forma de cinema bem pessoal, onde o
diretor e a produção se envolve de uma forma bem mais artística e não corre
muitos riscos, e isto da uma certa tranquilidade, e ajuda na forma de expressão.
Conte sobre a sua experiência em
trabalhar em produções em curta-metragem.
Fiz como atriz alguns curtas aqui em Los Angeles e em New York e foi
muito bom esta coisa intimista, pessoal. Trabalhei com Paul Warner que dirige
muito teatro e professor na UCLA. Ele assistiu uma apresentação minha da ‘Valsa
Numero 6’ de Nelson Rodrigues na UCLA, e me procurou para participar de um
curta sobre imigrantes, foi bem legal, e passou no Tribeca Film Festival em New
York. Com Luke Matheny fiz um curta junto com alunos da NYU
esta em fase de produção. Fiz um documentário com a equipe de cinema da UCLA sobre Halloween. Fiz
outros curtas com estudantes e professores aqui em Los Angeles.
Por que os curtas não têm espaço em
críticas de jornais e atenção da mídia em geral?
Aqui em Los Angeles o curta-metragem é mais valorizado que no Brasil,
tem milhares de curtas passando nos cinemas independentes daqui e esta sempre
saindo matérias nos jornais e revistas. Curta aqui tem tudo a ver com arte.
Na sua opinião, como deveria ser a
exibição dos curtas para atingir mais público?
Acho que posso comparar o publico de curta-metragem do Brasil
meio que como o de teatro. Você sabe como e difícil a vida do ator de teatro no
Brasil, não? Principalmente se ele não esta na mídia, ou participando de algum
evento ou alguma novela na TV. Infelizmente o público brasileiro que admira a
arte em si, e procura alguma coisa mais profunda é muito pouco. Isto é uma
realidade. A maioria gosta de coisa mais popular, que o faça rir, sem precisar
pensar muito. Acho que e esta coisa carnavalesca brasileira do samba, suor e
cerveja, que faz o Brasil ser leve e maravilhoso. Pena que são poucos os
intelectuais. Para atingir mais publico ai no Brasil, os curtas deveriam ter um
lado mais popular, ou algo que chocasse um pouco as pessoas, pois o brasileiro
tem muita energia, muita emoção, coisa meio encucada não pega.
O curta-metragem para um profissional
(seja ele da atuação, direção ou produção) é o grande campo de liberdade para
experimentação?
Acho o curta-metragem uma coisa maravilhosa para liberdade de expressão,
e as vezes não precisa muito para se conseguir um bom resultado.
O curta-metragem é um trampolim para
fazer um longa?
E acho sim que é um trampolim para fazer um longa-metragem e aquela
coisa popular "já estamos com a mão na massa".
Qual é a receita para vencer no audiovisual
brasileiro?
Para vencer no audiovisual brasileiro quando
eu falo que fazer filmes de curta com uma história que atinja o povo, de
interesse popular, o bom seria conseguir fazer um curta com uma história real
de algum acontecimento que tenha chamado a atenção do povo e contar de uma
forma artística sem muita intelectualidade algo estratégico digamos assim.
Pensa em dirigir um curta futuramente?
Eu estou preparando um roteiro e vou dirigir um filme
curta-metragem este aqui em Los Angeles, estou fazendo um curso de digital
movie no Santa Monica College . Meu curta fala de uma forma diferente deste tão
famoso “sonho americano”.